EM PIRACICABA (SP) 30 DE AGOSTO DE 2019

Amazônia: Nancy defende Brasil sem isolamento nem subserviência

"O Brasil poderia sair na frente com tudo o que tem; não caminhamos sozinhos, nem temos que ser subservientes a ninguém", afirmou a vereadora, na tribuna.




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Nancy Thame ocupou a tribuna durante a reunião ordinária desta quinta-feira

Crédito: Fabrice Desmonts - MTB 22.946




Diante da crise diplomática originada a partir dos registros de queimadas na Amazônia, a vereadora Nancy Thame (PSDB) fez ponderações sobre o assunto em sua participação na tribuna, durante a 46ª reunião ordinária, nesta quinta-feira (29). Na análise, a parlamentar ressaltou a importância de conciliar a soberania nacional sobre o bioma, de enorme potencial, com o diálogo com outros países, cujos mercados são abastecidos por itens brasileiros.

"É claro que existem os interesses europeus na concorrência de produtos, só que, por outro lado, os mercados internacionais estão cada vez mais sensíveis às questões ambientais, e aí seria inteligente, da nossa parte, enxergar que temos o privilégio e um diferencial imenso em relação a outros países. A biodiversidade brasileira traz mais de 103 mil espécies animais e de 43 mil espécies vegetais. Temos 55% da cobertura vegetal nativa de todo o planeta e 15% da água doce. Não precisa explicar o que isso significa", disse Nancy.

A vereadora criticou o governo Jair Bolsonaro (PSL) por fragilizar instituições federais, como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e o tom adotado no trato das queimadas na Amazônia com outros países. "Fazemos estrago totalmente desnecessário à nossa imagem, muitas vezes descumprindo a Constituição Federal e tratados internacionais, que não são só para ser assinados, mas cumpridos. Hoje o conflito global envolve muitos atores e não podemos fazer a política de isolamento, de brigar com todo mundo. Política não se faz assim; a diplomacia brasileira sempre foi muito respeitada."

Na avaliação de Nancy, "o Brasil sairia na frente" se, diante do novo cenário de valorização da sustentabilidade, adotasse práticas de produção atreladas ao uso racional da terra e à preservação de seus biomas. "É incrível que não consigamos enxergar que a árvore em pé pode valer muito mais que a árvore deitada. Usamos 75% das nossas terras para produzir boi e frango e 25% para produzir todos os outros alimentos que estão na nossa mesa", comparou, chamando a atenção para os custos cada vez altos do primeiro grupo.

Nancy defendeu que os ganhos que o país pode ter com "a riqueza e o conhecimento que estão contidos na biodiversidade brasileira" passam por diálogo e parcerias com outras nações. "O Brasil poderia sair na frente com tudo o que tem; não precisamos ficar subalternos a nenhum país, nem nos digladiarmos com falas superficiais, sem a mínima finesse que a diplomacia exige. Não é brigando com todo mundo que vamos conseguir. Não caminhamos sozinhos, nem temos que ser subservientes a ninguém", concluiu a parlamentar.

Legislativo Nancy Thame

Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Imagens de TV:  TV Câmara

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