Vereador cobra limpeza e corte de mato em praça no Terras di Treviso
Câmara Inclusiva trata como a comunicação deve falar sobre deficiência
Iniciativa do projeto Parlamento Aberto reuniu servidores e estagiários da Câmara
Pedagoga Euclídia Fioravante ministrou a palestra Mídia Inclusiva
Crédito: Leandro Trajano"Diferente", "especial". "Corajosa", "exemplo de vida". Termos que frequentemente são utilizados na imprensa para ilustrar as reportagens sobre pessoas com deficiência, mas que contribuem para o "capacitismo" desse público, avalia a pedagoga Euclidia Maria Fioravante.
Como "capacititismo", leia-se o tratamento dado às pessoas com deficiência como impazes, inferiores. A questão é tão grave, que se aproxima de preconceitos como o racismo e o machismo, e pode contribuir para a marginalização e discriminação. "Textos sob essa influência reduzem os personagens a objetos de piedade, como se fossem fardos para suas famílias e para a sociedade", explica a pedagoga.
Seu contato maior com as pessoas com deficiência começou na sala de aula, em 2006. Desde então, a preocupação com o assunto não parou. Hoje, integra o Comdef (Conselho Municipal de Proteção, Direitos e Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência) e coordena os projetos sociais e relações institucionais do Centro de Reabilitação Piracicaba.
A pedagoga foi convidada a trazer sua experiência aos servidores efetivos e estagiários dos departamentos de Comunicação e da TV Legislativa da Câmara de Vereadores de Piracicaba, além de assessores dos gabinetes, na palestra "Mídia inclusiva - Como falar sobre deficiência de maneira construtiva e baseada nos direitos humanos", na manhã desta quarta-feira (21). A atividade integra o projeto Câmara Inclusiva.
Assim como os termos citados acima, existem os que no passado eram recorrentes e utilizados de forma equivocada, entre eles "excepcional" e "portador de deficiência". Segundo Euclídia, outro erro é "surdo-mudo", enquanto apenas "surdo" pode ser utilizado. E "portador" é alguém que porta alguma coisa, o que não se aplica à deficiência. Entre os casos aceitáveis estão "cadeirante", para pessoa em cadeira de rodas, e "cego", para as pessoas com a visão 100% comprometida.
"As palavras podem ser construtivas ou servir para perpetuar os preconceitos", lembrou Euclídia. "A deficiência é sempre construída socialmente. A mídia pode construir sentidos e mudar as concepções das pessoas", completou ela.
Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, de 1948, trate da igualdade em dignidade e em direitos de todos os cidadãos, a mudança de pensamento se torna mais efetiva a partir da Convenção sobre direitos das pessoas com deficiência, da qual o Brasil produziu o decreto 6.949/2009. "Até então, a deficiência estava centrada na pessoa. Depois, passou a ser centrada na relação entre a pessoa e o meio", disse, ao citar ainda a lei 13.146/2016, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão (LBI).
Temas como barreiras atitudinais e de acessibilidade, os paradigmas ligados aos modelos social e baseado em direitos, recursos disponíveis para utilização nas reportagens de TV, procedimentos a serem adotados em entrevistas e a descrição de conteúdo imagético para as redes sociais também foram abordados pela pedagoga.
Antes das considerações de Euclídia, o diretor do Departamento de Administração, Mauro Rontani, e o vereador Pedro Kawai (PSDB), vice-presidente da Câmara, abriram a atividade. "A Mesa Diretora tem trabalhado de forma intensa no programa Câmara Inclusiva, que tem, entre as preocupações, acolher adequadamente as pessoas com deficiência e aproximá-las da rotina legislativa. Como a comunicação é uma importante ferramenta desse processo, acreditamos que a capacitação técnica é uma forma de romper barreiras dentro da própria Casa de Leis", disse Kawai.
Estagiária do Departamento de Comunicação, a estudante de jornalismo Raquel Soares, que está no oitavo semestre da faculdade, classificou a palestra como esclarecedora. "Há uma preocupação muito grande, hoje, com a linguagem utilizada nos textos jornalísticos e com o tratamento dado às pessoas com deficiência. Além de nos ensinar a utilizar os termos corretos, a palestra demonstrou como devemos respeitar cada um, de acordo com sua individualidade. Ela abriu nossos horizontes para um problema muito maior, que é a educação inclusiva", avaliou.
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