EM PIRACICABA (SP) 29 DE JUNHO DE 2019

Debates sobre vitiligo ampliam discussões para outras enfermidades

Evento promovido pelo vereador André Bandeira, em exposição fotográfica e criação do Dia do Vitiligo também ampliam discussões sobre a Psoríase, Alopecia e Dermatite




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Debates sobre vitiligo ampliam discussões para outras enfermidades

Crédito: Davi Negri - MTB 20.499


A exposição itinerante sobre a conscientização do vitiligo faz o seu encerramento na Câmara de Vereadores de Piracicaba. Depois de passar pelo Salão Nobre Helly de Campos Melges, Fórum de Piracicaba e Senac, os 11 trabalhos permanecem no hall do Plenário Francisco Antonio Coelho até neste domingo (30).

Eles foram retratados pela fotógrafa Jenyffer Previtalli e as maquiadoras Regina Giácomo, Duan Nemeth e Pamella Perola. A mostra integra o projeto Vitiligo: Meu Lugar ao Sol, idealizado por Maika Celi, em parceria com o gabinete do vereador André Bandeira (PSDB).

Em Piracicaba, a iniciativa da exposição tem relação com o Dia Municipal de Conscientização sobre o Vitiligo e foi  implementado por meio da lei 9.161/2019, após aprovação do projeto 329/2018, do vereador André Bandeira, que determina a instituição da data no Calendário Oficial de Eventos do Município, a ser comemorado anualmente no dia 25 de junho.

De acordo com o parlamentar, a data tem como objetivo orientar e prestar esclarecimentos sobre a doença, promover a saúde e a qualidade de vida, a ressocialização das pessoas com vitiligo e a conscientização da sociedade e autoridades públicas sobre o tema.

Na manhã deste sábado (29), marcando o encerramento da mostra fotográfica na Câmara, o vereador André Bandeira convidou o médico dermatologista, de São Paulo, Celso Lopes, com Mestrado e Doutorado no vitiligo, em mais de 10 anos de experiência na área, além da psicóloga piracicabana, Idamis Lescovar para fechar o ciclo de discussões sobre as noções básicas e tratamentos, além de indicaticos psicológicos a que as pessoas precisam rebuscar para conviver com os desafios a que o vitiligo impõe à sociedade.

"Vitiligo não é doença", destacou o vereador André Bandeira ao discorrer como foi os dois encontros em que se pautou a discussão do tema, sendo que no primeiro foi mais no aspecto dos processos e, agora, nesta segunda rodada de discussões, os dados avaliados são mais técnicos, o que enfatiza a experiência de profissionais. 

Celso Lopes iniciou suas  considerações em dados estatísticos que mostram o surgimento do vitiligo, passando pela genética e até nos traumas causados por quedas, e período de stresse, que podem contribuir para o surgimento do vitiligo. Também falou dos diagnósticos clínicos, onde a evolução do tratamento hoje aponta para novas drogas, a exemplo da Ruxolitinib (creme), que está saindo da fase experiental em ratos para um grupo de 175 pacientes, o que poderá se constituir no primeiro medicamento ao vitiligo. 

Celso Lopes encerrou suas explanações ao focar um programa que já está em vigor na cidade de São Paulo, com o apoio da Câmara da Capital Paulista, no sentido de ampliar as discussões de enfermidades como o vitiligo, o que também poderá contemplar a Dermatite Atópica, Psoríase e a Alopecia Areata, que provoca a queda de cabelos.  

A sugestão de Celso Lopes foi acatada pelo vereador André Bandeira, bem como pela curadora da exposição fotográfica e responsável pelo projeto Vitiligo: Meu Lugar ao Sol, Maika Celi. Também foi avaliado a implementação desta iniciativa em Piracicaba, que poderá contar com o estabelecimento de parcerias, a exemplo do respaldo jurídico da OAB-Piracicaba, em debates que poderão nortear o próximo ciclo de discussões sobre este universo do vitiligo. 

A psicóloga Idamis Lescovar discorreu sobre a importância do ser humano se voltar para si, no sentido de contornar as situações extressantes, que possibilitam o aparecimento de anomalias, sendo que as emoções alteram a nossa bioquímica. "É preciso observarmos o nosso olhar o tempo todo. O vitiligo como sistema tem que ser visto como algo natural. Há que revermos o limite que colocamos o outro", disse Idamis, que também pontuou uma fala do médico Celso Lopes, no sentido de termos um ponto de reflexão, descobrindo o nosso propósito de vida. 

"Ao longo da vida podemos fazer contratos e recontratos", finalizou a psicóloga, que  também reiterou a importância de revermos a questão da violência a que estamos expostos com relação ao meio ambiente em que vivemos. 

Maika Celi também aproveitou a ocasião para discorrer um pouco do que foi a idealização deste projeto, que já impactou muitas pessoas a mudar conceitos e ter um novo olhar de vida. "O momento é de se redescobrir", disse. 

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Saúde André Bandeira

Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343

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