EM PIRACICABA (SP) 15 DE JANEIRO DE 2021

Decisão sobre medicamentos para tratamento precoce dependerá do médico

"Disponibilizaremos na rede e competirá ao médico, após análise de cada caso, prescrever o tipo de medicamento, já que envolve inúmeras particularidades", disse Filemon.




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Vereadores fizeram questionamentos em reunião nesta sexta-feira, no salão nobre

Crédito: Guilherme Leite - MTB 21.401


Em resposta a questão colocada pelo vereador Paulo Camolesi, o secretário municipal de Saúde, Filemon Silvano, disse que o município vai disponibilizar medicamentos para "tratamento precoce" da Covid-19, mas que a decisão do que receitar caberá ao médico, uma vez que parte das substâncias não têm eficácia cientificamente comprovada para combater o novo coronavírus.

"Não somos contra o tratamento precoce, contudo precisamos de embasamento legal e jurídico. Não podemos assumir a responsabilidade sobre nenhuma ação sem fato comprovado. Se amanhã o Estado, a Anvisa ou o Ministério da Saúde determinar um protocolo [recomendando a prescrição desses medicamentos], podem ter certeza de que no outro dia estará implantado no município", declarou o secretário, que é biomédico.

"Enquanto isso não ocorre, já fizemos a solicitação de compra emergencial daqueles medicamentos que contemplam o tratamento precoce. Disponibilizaremos na nossa rede e competirá ao médico, após análise de cada caso, prescrever o tipo de medicamento, já que envolve inúmeras particularidades. Não somos contra, de forma alguma, mas temos que ter a prudência de fazer da maneira correta", completou.

"Se tivéssemos algum medicamento mágico que pudesse combater [a Covid-19], como é o antibiótico para a pneumonia, mas não temos. Os antivirais comprovadamente não fizeram efeito, as outras substâncias, não tem nenhum trabalho científico que comprove", acrescentou o sub-secretário municipal de Saúde, Augusto Muzilli Júnior.

"Eu não posso simplesmente botar um protocolo de cima para baixo, porque não existe trabalho cientifico. Sou obrigado a respeitar o receituário do médico que está lá clinicando, que é quem tem a autoridade para prescrever. Vamos disponibilizar, não impor. Se o médico quiser receitar a ivermectina, vai estar lá; o receituário é livre, vai dar o que achar melhor de acordo com o conhecimento dele. Porém, volto a dizer que não existe comprovação científica para isso", afirmou o sub-secretário, que é médico.

"A nossa maior luta são as desinformações que as redes sociais trazem. Trabalhamos com médicos que estudaram seis, sete anos, depois se especializaram, e que dão diretrizes para as secretarias de Saúde nos Estados. São pessoas qualificadas. Mas temos as que viraram médicas de uma hora para outra e falam que tal medicamento funciona, sem ter um trabalho científico aprovado. Peço cautela na hora de repassar essas informações", complementou Filemon.

O vereador Fabrício Polezi defendeu o tratamento precoce e entregou ao secretário cópia de estudos que, segundo ele, atestam a eficácia das substâncias. "O que tenho aqui são dois estudos científicos, de institutos renomadíssimos dos Estados Unidos, que comprovam o tratamento precoce e desmentem as falácias do efeito colateral. Queremos que o tratamento precoce seja disponibilizado como mais uma ferramenta de enfrentamento da Covid-19, pois não é justo negar qualquer tipo de tratamento para a população", afirmou Polezi.

A reunião com a participação de Filemon e Muzilli, nesta sexta-feira (15), no salão nobre da Câmara, teve a presença das vereadoras Alessandra Bellucci (REP), Ana Pavão (PL), Rai de Almeida (PT) e Silvia Morales (PV) e dos vereadores André Bandeira (PSDB), Anilton Rissato (PAT), Cássio Luiz Barbosa (PL), Fabrício Polezi (PAT), Gilmar Rotta (CID), Gustavo Pompeo (Avante), Josef Borges (SD), Laércio Trevisan Jr. (PL), Paulo Camolesi (PDT), Pedro Kawai (PSDB), Thiago Ribeiro (PSC) e Wagner Oliveira (CID), além da assessoria de Acácio Godoy (PP).

 

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Saúde Coronavírus

Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343

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