Câmara Inclusiva, de Piracicaba, é modelo em evento de acessibilidade
Especialista associa dependência química à falta de condições sociais
Fidelis Ranali Neto, mestre em saúde coletiva, foi entrevistado, terça-feira (22), durante série de lives do programa Parlamento Aberto.
O assistente social e mestre em saúde coletiva Fidelis Ranali Neto participou de transmissão ao vivo nesta terça-feira (22)
O Parlamento Aberto convidou, terça-feira (22), o assistente social e mestre em saúde coletiva pela Unicamp, Fidelis Ranali Neto, para discutir estratégias de enfrentamento à dependência química. A transmissão ao vivo faz parte da série de lives sobre a dependência química e a saúde mental, promovida pelo programa e o Fórum Permanente de Saúde Mental e Combate à Dependência Química, dos vereadores Gustavo Pompeo (Avante) e Pedro Kawai (PSDB).
“É necessário entender por que um sujeito usa drogas”, disse Fidelis Neto, que defende que a estratégia de enfrentamento à dependência química deve partir de um entendimento da realidade social do indivíduo. “Um ser humano vulnerável não tem necessidades básicas atendidas, isso impacta em seu desenvolvimento físico, cultural e intelectual para atuar no mundo e ter seu autossustento”, falou.
O assistente social citou estudos que apontam que o transtorno está relacionado, também, à necessidade de se criar realidade alternativa, devido ao impacto causado pela realidade social. “Isso acontece desde a antiguidade, temos relatos de uso de drogas há muito tempo. Os efeitos psicoativos da substância causam relaxamento, desinibição, estimula coragem, imaginação e o êxtase”, destacou. O mestre em saúde coletiva ainda apontou para a dependência durante a Revolução Industrial e a relacionou às condições precárias de trabalho.
Fidelis Neto explicou que a saúde coletiva se baseia nas políticas de saúde pública. “Muito se resolve logo na porta de entrada, a atenção básica é o mais barato, mas tem pouco investimento”, ressaltou. O assistente social explicou que a saúde coletiva atua em um contexto macro, com médicos que constroem um vínculo com a comunidade local e desenvolvem o olhar psicossocial, que reúne conceitos psicológicos e sociais. “O olhar psicossocial é o que vai levar os profissionais a acharem soluções”, disse.
O mestre em saúde coletiva ainda abordou a precarização do trabalho como um fator impactante na saúde. Fidelis Neto destacou que a saúde mental impacta a saúde física e a área da saúde não pode lidar com esse problema sozinho. “Enquanto não tivermos um Estado que não sucumba aos interesses do capital, vamos continuar vivendo esses problemas porque o interesse é do capital, não do ser humano, essa é a causa principal”, ressaltou.
O tabu sobre drogas também afeta a relação de um indivíduo com a dependência química, segundo o assistente social. “Como a ideia de repressão às drogas olha as substancias psicotrópicas como um mal em si, a pessoa acaba assumindo essa figura do mal”, disse o assistente social e completou que a descriminação se internaliza no usuário, que passa a se reduzir ao uso de drogas e anular os outros aspectos de sua vida. “Isso é uma realidade social, faz parte da vida das pessoas, é necessário conversar sobre isso”, ressaltou.
A resolução do problema, para Fidelis Neto, é a junção de aspectos como educação, base familiar, segurança, alimentação. “A desigualdade social causa revolta, onde não tem um Estado que promova bem-estar mínimo, vai ter um Estado paralelo e, consequentemente, o crime”, disse.
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