EM PIRACICABA (SP) 13 DE FEVEREIRO DE 2020

Especialista detalha novas formas de diálogo da política com o cidadão

Rodrigo Gadelha disse que eleições municipais deste ano devem ser "100% do WhatsApp" e que aquele que não entendeu o "poder do digital" na política "está atrasado".




Toque na imagem para aumentar

Cerca de 70 pessoas assistiram à aula do segundo módulo do curso

Crédito: Guilherme Leite - MTB 21.401


Com envolvimento no planejamento de campanhas políticas e palestras no Brasil e em países como Estados Unidos, Argentina, França e Portugal, o consultor Rodrigo Gadelha traçou um panorama de como as ferramentas digitais passaram a dominar as formas de diálogo entre a política e o cidadão, com reflexos no campo eleitoral, em que aplicativos de mensagens se mostram mais eficazes que o horário eleitoral gratuito em TV e rádio.

Gadelha abordou o tema durante a palestra "Do digital ao voto: posicionamento político e seus desafios na nova dinâmica das plataformas", oferecida na tarde desta quinta-feira (13) pela Escola do Legislativo, da Câmara de Vereadores de Piracicaba. Trata-se do segundo dos quatro módulos que compõem o curso "Formação em comunicação política no contexto do ambiente digital", cujos últimos encontros ocorrem na próxima segunda (17) e quinta-feira (20), sempre às 14h.

Também transmitida ao vivo pela TV Câmara, a segunda aula do curso atraiu um público de cerca de 70 pessoas à sala no piso térreo do prédio anexo da Câmara ––como em todos os eventos da Escola do Legislativo, a inscrição para o curso é gratuita, assim como é sempre voluntária a participação dos professores no projeto. "Temos que agradecer imensamente essas pessoas pelos conteúdos que, de maneira voluntária, trazem para cá", ressaltou a vereadora Nancy Thame (PSDB), diretora da Escola do Legislativo.

Carregando a experiência de ter atuado em eleições para deputados estaduais e federais, prefeitos, governadores e presidente, Gadelha disse que o pleito deste ano deve ser "100% do WhatsApp" e que aquele que não entendeu o "poder do digital" na política "está atrasado". "Essa revolução que vivemos não é a tecnologia [em si]; é como ela entra em nossas vidas todos os dias, unindo pessoas de forma completamente diferente."

Pós-graduado em administração e marketing e doutor em psicologia social, o especialista defendeu a necessidade de haver propósito na mensagem que chega às pessoas. "O que realmente importa para falar em público é ter algo para dizer que valha a pena escutar. Conteúdo sem propósito é só propaganda; precisa ter propósito para não passar despercebido."

Gadelha apresentou dados sobre os hábitos dos brasileiros nas redes sociais e distinguiu como cada uma se consolidou para atingir um objetivo específico no diálogo entre a política e o cidadão. "No Facebook, importa mais o vídeo; no Instagram, a pessoa que está atrás do político; no Twitter, pautar a imprensa. Já o YouTube tem perfil de aprendizado, em que as pessoas vão lá para se informar."

A importância de simplificar a mensagem transmitida para torná-la mais fácil de ser absorvida também foi destacada por Gadelha. "Marketing político é como a teoria de Darwin: quem se adapta melhor ao meio, entende melhor o cenário político e constrói uma narrativa com o posicionamento correto tem mais chance de se diferenciar."

O conteúdo apresentado na palestra também abordou as principais ferramentas hoje utilizadas para o manuseio de redes sociais; a importância do "networking digital", da participação em grupos de discussão e do uso de hashtags para gerar engajamento em posts; e as possibilidades geradas por sites que mensuram a interação e esquadrinham o perfil dos internautas que acessam o conteúdo publicado.

Escola do Legislativo Nancy Thame

Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343

Notícias relacionadas