EM PIRACICABA (SP) 14 DE JULHO DE 2020

Idealizadora da #PraCegoVer relata trajetória da campanha durante live

Professora Patrícia Braille participou da live desta segunda-feira (13) no perfil do Instagram do programa Parlamento Aberto.




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A professora Patrícia Braille participou da live desta segunda-feira (13)






Navegar pela web é uma ação corriqueira para grande parte dos brasileiros, tão comum que, hoje em dia, é desempenhada de forma quase automática. Para as pessoas com deficiência visual, que correspondem a 6,5 milhões da população do País, no entanto, o acompanhamento do conteúdo compartilhado na internet é realizado de forma diferente, com o auxílio de ferramentas que geram leitura do conteúdo visual.

Embora a internet conecta pessoas, quem tem deficiência visual enfrenta barreiras para entender alguns conteúdos. A falta de ferramentas que possibilitassem o acesso a fotos e imagens motivou a professora de Letras Patrícia Braille a criar a campanha #PraCegoVer. Ela relatou a trajetória deste modelo que tem ganho adeptos no Brasil (e no mundo) na live desta segunda-feira (13) no perfil do Instagram do programa Parlamento Aberto.

Patrícia relatou que começou a utilizar audiodescrição em um blog para tornar textos acessíveis aos amigos que são deficientes visuais. Com a popularização do Facebook, Patrícia passou a usar na mídia social para o compartilhamento de conteúdo com texto acessível. Em 2012, como meio de convencer mais pessoas a utilizar a audiodescrição, ela criou a campanha #PraCegoVer, que se popularizou entre os usuários da plataforma e, hoje, a hashtag  é utilizada por grandes empresas como Google e Coca-Cola.

“Hoje eu me surpreendo em ver que o #PraCegoVer virou uma metonímia para a descrição de imagem. Tem gente que nem fala mais “cadê a descrição de imagem?” fala “cadê o #PraCegoVer?” porque já virou uma metonímia, um é sinônimo do outro”, disse Patrícia.

A professora, que atua com ações de acessibilidade desde a infância, explicou que #PraCegoVer segue os padrões da audiodescrição, tradução de um signo visual para um signo verbal, isto é, a tradução de uma imagem em palavras. As diretrizes, segundo Patrícia, determinam a criação de um texto com a descrição dos elementos da imagem observando-a da esquerda para a direita e de cima para baixo, como o modo de leitura ocidental.

“O #PraCegoVer, como o próprio nome já diz, abre olhos, não só olhos de quem, literalmente, não enxerga, mas também daqueles que mesmo enxergando não conseguem ver a existência das pessoas cegas”, comentou. A disseminação da campanha possibilitou que a #PraCegoVer se tornasse projeto de lei municipal em Salvador e em Fortaleza.

Na esfera federal, a hashtag ainda não está prevista em projeto. De acordo com Patrícia Braille, o sistema é utilizado por algumas páginas do Governo Federal como a do MEC (Ministério da Educação) e a da Secretaria dos Direitos Humanos.

A hashtag, que foi pioneira no Brasil, também é utilizada em empresas de outros países, segundo a professora. Ela citou como exemplo uma empresa da Austrália que é adepta ao #ForBlindToSee e empresa de Portugal que utiliza a #ParaOsCegosVerem.

A professora Patrícia Braille, atualmente, trabalha com o oferecimento de cursos livres de acessibilidade por meio da empresa Palavra-Chave Acessibilidade e com a prestação de serviço de assessoria de acessibilidade.

Durante a live, o jornalista Erich Vallim Vicente lembrou que Câmara de Vereadores de Piracicaba, que trabalha com a acessibilidade por meio do projeto Câmara Inclusiva, criado através do programa Parlamento Aberto, é adepta as ferramentas de inclusão aos deficientes visuais, com site acessível e a utilização da #PraCegoVer nas redes sociais.

Saiba mais em: https://www.facebook.com/PraCegoVer/posts/1282608151769692/

ACESSE O CONTEÚDO
As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser acessadas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web. 

Para receber as informações do Parlamento Aberto direto no celular, é possível se cadastrar na lista de transmissão do Whatsapp neste link.

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Texto:  Larissa Souza
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337

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