EM PIRACICABA (SP) 29 DE SETEMBRO DE 2020

Live aborda inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Euclídia Fioravante, consultora do setor de projetos do Centro de Reabilitação Piracicaba, participou da live desta segunda-feira do programa Parlamento Aberto




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Euclídia Fioravante participou da live desta segunda-feira (28)

Crédito: Sidney Jr



O serviço Emprego Apoiado, que busca a inserção de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho, foi detalhado pela consultora do setor de projetos do Centro de Reabilitação Piracicaba, Euclídia Fioravante, na live desta segunda-feira (28) do programa Parlamento Aberto. Euclídia falou sobre as características, o funcionamento e o desenvolvimento do Emprego Apoiado.

Ela explicou que o Emprego Apoiado surgiu nos Estados Unidos, na década de 1980, com o intuito de inserir no mercado de trabalho pessoas com deficiência intelectual e em vulnerabilidade social.

No Brasil, a técnica foi implementada após a aprovação da LBI (Lei Brasileira de Inclusão), 13.146/2015, que passou a vigorar em 2017, a qual determina a inclusão e o oferecimento de oportunidades de trabalho para as pessoas com deficiência.

O Centro de Reabilitação Piracicaba, que é associado à Anea (Associação Nacional do Emprego Apoiado), executa o Emprego Apoiado por meio de ações que promovem o contato com instituições de trabalho e a assessoria individual. Hoje, a entidade atende 21 pessoas contratadas.

“Essa tecnologia parte do princípio de que a pessoa precisa querer se empregar e de que o empregador quer ter um funcionário produtivo. Então essa relação tem que ser boa para os dois; o funcionário com deficiência tem que ter as mesmas oportunidades que os outros, assim como a empresa tem que ter a resposta do funcionário em termos de produtividade”, disse Euclídia.

De acordo com a consultora, o atendimento começa com a apresentação de informações sobre o mercado de trabalho (como as regras de um ambiente corporativo, a elaboração de um currículo e o modo correto de se portar em uma entrevista de emprego, entre outras), que são transmitidas por um “grupo de iniciação de trabalho”.

Nessa etapa, os participantes do serviço também visitam algumas lojas e empreendimentos para conhecer as opções de trabalho disponíveis e pensar em qual área gostariam de atuar. “O Emprego Apoiado rompe com algumas questões antigas no atendimento das pessoas com deficiência: antes, elas nem escolhiam o que iam fazer; aparecia a vaga e já eram colocadas, sem saber onde iam trabalhar”, afirmou Euclídia.

Depois desse período inicial, as pessoas passam por atendimento individual com uma psicóloga e uma assessora do Emprego Apoiado. As assessoras trabalham em contato com a Anea e com a Semtre (Secretaria Municipal de Trabalho e Renda), com atenção às oportunidades de mercado para realizar a mediação entre os atendidos pelo Emprego Apoiado e as empresas.

Quando um candidato é aprovado no processo seletivo de uma empresa, o Centro de Reabilitação Piracicaba atua na sensibilização do gestor e dos trabalhadores do local. Nessa etapa, os funcionários são orientados sobre o que é capacitismo, o preconceito demonstrado através do questionamento da capacidade de a pessoa com deficiência efetivar determinada tarefa.

“O Emprego Apoiado inverte a lógica de que você tem que preparar a pessoa para colocá-la no mercado de trabalho. É diferente: você a coloca no mercado de trabalho e treina ela lá”, comentou Euclídia.

Além de atuar na sensibilização dos colaboradores, o Centro de Reabilitação também enfrenta barreiras criadas por pais ou familiares dos atendidos pelo serviço que se preocupam com a integridade da pessoa no ambiente de trabalho e, muitas vezes, com o corte do BPC (benefício de prestação continuada), oferecido pelo Suas (Sistema Único de Assistência Social) para pessoas com deficiência com renda per capita de um quarto de salário mínimo.

Para Euclídia, o Emprego Apoiado precisa ser implementado em mais empresas e nos órgãos públicos da cidade para diminuir a dependência de uma pessoa com deficiência das entidades sociais e, além disso, movimentar e economia.

“Se formos pensar que mais de 50% do total de pessoas com deficiência vivem abaixo da linha de pobreza, há motivos para pensarmos nisso como uma política que será implementada, porque trabalharemos com a redução das desigualdades e da pobreza”, disse.

ACESSE O CONTEÚDO - As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto. As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

Para receber as informações do Parlamento Aberto direto no celular, cadastre-se na lista de transmissão do Whatsapp, neste link.

Parlamento Aberto Câmara Inclusiva

Texto:  Larissa Souza
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Ricardo Vasques - MTB 49.918

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