A atuação das mulheres na política foi tema de roda de conversa promovida pelo Instituto Formar, em Piracicaba, com a participação da vereadora Nancy Thame (PV), no último dia 13 de março.

Dentro na programação da Semana de Valorização da Mulher, organizada pela entidade, o bate-papo também teve a participação da psicóloga Andressa Benini e da advogada Rebeca Henrique do Nascimento.

Com enfoque na falta de representatividade feminina na política, as palestrantes abordaram a temática sob diversos pontos de vista. Após as alunas serem questionadas sobre “qual a imagem que temos de um agente político?”, as respostas giraram em torno de: “homem”, “vinculado à corrupção”, “idoso ou meia idade”, “maioria de pele branca”.

Para Andressa Benini, “quando a gente pensa que quem está na política são apenas essas pessoas, nós temos a ideia de que a política é algo distante de nós”. “Temos que entender que essa não é a única forma de fazer política. Quando a gente se abstém de participar e de questioná-la, nós estamos contribuindo para a manutenção da política existente”, afirma a psicóloga.

A vereadora Nancy Thame trouxe alguns dados relacionados à participação das mulheres em cargos políticos no Brasil. Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 25% das Câmaras municipais não há mulheres. Nos campos federal e estadual, as mulheres ocupam cargos em 25% no Distrito Federal, sendo o maior número e, em menor, no estado do Espírito Santo com apenas 8,6% da participação na política.

“Muitas vezes, a gente começa a repetir alguns estereótipos como ‘mulher não gosta de política’, ‘mulher não vota em mulher’, sem perceber o quanto isso nos afeta. Não podemos aceitar a justificativa de que mulher não gosta de política. O que nós fazemos no dia a dia com a defesa do coletivo, com a sensibilidade com os outros, é pura política”, afirma a vereadora.

Finalizando as apresentações, a advogada Rebeca Henrique do Nascimento abordou sobre a representatividade das mulheres nos espaços de poder e decisão, sob o ponto de vista das mulheres negras. “Seguindo a própria história do Brasil, nós temos exemplos de mulheres líderes que lutaram contra a escravidão, mas foram ‘apagadas’ da narrativa contata”, conta. “Não somos tratadas iguais, principalmente quando estamos ocupando o mesmo espaço de poder que eles”, completa.

A Semana da Valorização da Mulher, de acordo com a coordenadora pedagógica da entidade, Simone Castro, teve o objetivo de “destacar as conquistas de direitos e igualdades das mulheres”. Além de política, outros temas foram abordados dentro dos eixos de mercado de trabalho e empreendedorismo; pesquisa e tecnologia; artes e esportes.