EM PIRACICABA (SP) 26 DE SETEMBRO DE 2019

Pela primeira vez, alunos da Apaspi visitam a Câmara

Visita guiada está prevista no programa Câmara Inclusiva, que tem como objetivo ouvir de pessoas com deficiência as necessidades de acessibilidade dos prédios.




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As crianças percorreram os corredores da Casa, atentas em cada detalhe, enquanto se comunicavam entre si, por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Crédito: Sidney Jr


Pela primeira vez, Ana Carolina, Beatriz Vitória e Luiz Augusto visitaram a Câmara de Vereadores de Piracicaba. Na tarde desta quarta-feira (25), os alunos da Apaspi (Associação de Pais e Amigos de Surdos de Piracicaba) participaram de visita guiada, prevista no programa Câmara Inclusiva, com o objetivo de apontarem as necessidades de acessibilidade dos prédios (principal e anexo) da Casa de Leis.

Animadas, as crianças percorreram os corredores da Casa, atentas em cada detalhe, enquanto se comunicavam entre si, por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A servidora Erica Dinis explicava a funcionalidade de cada um dos espaços da Câmara, ao mesmo tempo em que as funcionárias da entidade traduziam, simultaneamente, para que as crianças pudessem compreender.

Depois de conhecerem o Plenário Francisco Antonio Coelho e o Setor de Protocolo, os visitantes preferiram usar o elevador, para chegar ao Salão Nobre Helly de Campos Melges. Para Beatriz, essa foi a melhor parte da visita. Ela, que veio de Mogi Iguaçu conhecer o Legislativo piracicabano, esbanjava simpatia por onde passava.

A mãe de Beatriz, Jordana Cristina de Melo, explicou que, na sua cidade de origem, não há vaga disponível com o especialista em fonoaudiologia, um tratamento que a filha necessita. “Por isso, decidimos vir a Piracicaba, com os nossos próprios recursos. Nem o auxílio transporte conseguimos, porque, embora não haja vagas, ainda tem o especialista”, contou.

Os visitantes conheceram, ainda, o prédio anexo, localizado na rua São José, a Escola do Legislativo, o Departamento de Documentação e Transparência, de Comunicação e o de Cerimonial. Luiz Augusto disse que gostou de “tudo” que viu na Câmara. Ele ficou encantado com o equipamento do fotógrafo que acompanhava a visita.

A fonoaudióloga Amalia Calil explicou que instituição realiza acompanhamento interdisciplinar especializado nas áreas de fonoaudiologia e pedagogia à criança e adolescente, na faixa etária de 0 a 18 anos, com deficiência auditiva moderada, severa ou profunda e também desenvolve um projeto pelo setor social junto às famílias, proporcionando “apoio, maior aprendizagem da Libras e aceitação do filho surdo”.

A assistente social da Apaspi, Sandra Rita da Cruz Moura, apontou a necessidade da instalação de placas indicativa dos lugares, para que o surdo tenha melhor noção do espaço. “Para todos os locais, existe um sinal em Libras, indicando a localização das coisas e os surdos precisam disso”, alertou.

Ela parabenizou a iniciativa da Câmara Inclusiva e disse que o projeto, além de melhorar o acesso das pessoas com deficiências, também promoverá maior socialização delas. “A criança surda já se sente muito isolada, às vezes ela até participa, mas no mundo próprio dela, que é silencioso. Então, surge esse projeto, que irá promover a inclusão delas não só na Câmara, mas na sociedade como um todo.”

Ao término da visita, o presidente da Câmara, o vereador Gilmar Rotta (MDB), agradeceu a presença dos alunos e declarou ser de fundamental importância a visita do Apaspi à Casa de Leis.

Câmara Inclusiva

Texto:  Raquel Soares
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583

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