EM PIRACICABA (SP) 11 DE NOVEMBRO DE 2020

Produtor de conteúdo fala sobre as relações entre música e política

Rodrigo Corrêa participou de live no Instagram do Parlamento Aberto.




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Por meio de podcast, Corrêa se propõe a discutir vieses distintos nos quais a música e a política se fundem.





A música, uma das expressões artísticas mais antigas dos seres humanos, é, desde sempre, utilizada como meio de comunicação e de transmissão de ideias. Nesse contexto, a política carrega características intrínsecas à produção musical. Ambas se apropriam dos meios e das vozes para propagar um discurso capaz de transformar a realidade.

O podcast Balanço e Fúria, idealizado pelo produtor de conteúdo Rodrigo Corrêa, nasceu com a proposta de interpretar as relações entre música e política. “Quando tinha 12 anos, frequentei o show do Cólera, uma banda que aflorou em mim a sensibilidade para a música e moldou a interpretação que eu tinha do punk para algo vinculado à mobilização política”, lembrou Corrêa nesta segunda-feira (9), em live no Instagram do Parlamento Aberto.

No Balanço e Fúria, Corrêa se propõe a discutir vieses distintos nos quais a música e a política se fundem. A produção faz um paralelo, por exemplo, dos movimentos antiglobalização com o gênero hardcore e da música jamaicana contra o império (neste caso, o Inglês).  “As ideias surgem conforme pesquiso coisas na internet e assisto entrevistas, depois, relaciono com alguns temas e eventos históricos”, detalhou o produtor.  

O esvaziamento de conceitos, a diminuição ou a perda do senso crítico e os discursos massificados, levam a sociedade à contradição. A música é capaz de politizar discursos e de transformar pensamentos em letras, melodias e harmonias. “As coisas foram feitas para durar pouco. A profundidade não interessa mais, tanto na vida, como na política e em tudo que a gente consome. O Balanço e Fúria tem a intenção de manter viva a história das coisas”.

A efemeridade das relações reflete, ainda, na produção musical que passa a não agregar valor algum. “Desde 2015, de forma geral, vivemos uma espécie de ressaca cultural. Quando mais novo, frequentava um show e sentia aquele ímpeto critico de tentar construir algo diferente por meio da música. Hoje, sinto uma não coesão, fenômenos isolados que não apresentam proposta política consistente, são vãs”, observou.

O podcast produzido por Corrêa, surge, então, como forma de frear o fenômeno de impermanência das coisas. “A longo prazo, haverá um apagamento da memória de muita coisa. Essa preservação é tão importante quanto barrar a crise climática, por exemplo. É um exercício de freio, não de gozo, mas necessário”, refletiu.

O produtor, lembrou, ainda, que os algoritmos presentes nas plataformas digitais diminui o alcance de iniciativas pequenas e tende a torná-las invisíveis. “A música é um elemento fundamental na compreensão das coisas e das pessoas, não podemos permitir que a mensagem transmitida por ela se fragmente ainda mais”.  

ACESSE O CONTEÚDO - As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

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Cultura Parlamento Aberto

Texto:  Raquel Soares
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337

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