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Psicólogo dá dicas de como encarar os desafios do "novo normal"
Especialista em saúde mental, Ady Santos foi o entrevistado da live do Parlamento Aberto na última sexta-feira (28).
Ady Santos e psicólogo e especialista em saúde mental.
A pandemia modificou radicalmente a rotina das pessoas e provocou mudanças repentinas nas relações pessoais e profissionais. Embora ainda não tenha chegado ao fim, a flexibilização da quarentena e a reabertura gradativa de diversos serviços fizeram com que a sociedade começasse a se preparar para a pós-pandemia. Na medida em que se percebe certa estabilização nos números da Covid-19, muito tem se falado em um “novo normal”.
Para o psicólogo e especialista em saúde mental Ady Santos, o conceito de novo normal, na verdade, não é inédito e nem surgiu por causa do novo coronavírus. Em entrevista ao vivo na última sexta-feira (28), no Instagram do Parlamento Aberto, o psicólogo explicou que o termo foi abordado em 2009, por observadores do mercado econômico, referindo-se à adaptação dos Estados Unidos ao pós-crise de 2008.
Segundo ele, a definição de “novo normal” está associado a uma mudança drástica da sociedade que agora está em busca de melhor compreender as mudanças trazidas pela pandemia. Houve nos últimos meses, conforme Santos, uma transformação substancial no modo de fazer as coisas. “Tudo que é novo nos assusta, gera medo e ansiedade, mas precisamos ressignificar o conceito de normalidade; o mundo que nos espera é o mesmo, mas com muitas limitações”, explicou.
As profundas mudanças na vida em sociedade, nos hábitos de consumo e no mercado de trabalho, além do próprio confinamento, aumentaram, no entanto, a incidência de transtornos de ansiedade, insônia e depressão na população. “Percebemos um crescimento elevado do uso de medicamentos para estas patologias, mas a melhor maneira de lidar com estes problemas é criar uma agenda de afazeres prazerosa, conversar sobre seus sentimentos, praticar exercícios e ter uma alimentação saudável”, recomendou.
O psicólogo sugere, ainda, a disseminação de informações com veracidade comprovada, já que o fenômeno das fake news contribui para gerar pânico. “Espalhem informações verídicas, com qualidade, capazes de ajudar pessoas, não prejudicá-las. Pratique o diálogo com os amigos e familiares, mesmo que distantes. Em tempos de crise, temos a tendência de querer nos fechar e guardar os nossos problemas, mas eles nos sufocam. Precisamos falar, compartilhar nossos sentimentos e emoções, essa é a grande chave”, alertou.
Se por um lado a possibilidade de encarar o novo assusta, por outro observa-se a rapidez com que as pessoas se adaptam à realidade. “Usar máscara, por exemplo, antes da pandemia ninguém fazia isso, hoje encaramos com muito mais facilidade. O ser humano é, essencialmente, um ser adaptativo. Não podemos ignorar a realidade, tampouco nos desesperar por ela. É preciso ter equilíbrio e disso somos, sim, capazes”, afirmou.
É preciso, de acordo com ele, manter-se otimista, mesmo durante a crise. "Não podemos nos entregar ao desespero. Aqueles em posição de privilégio e os que podem se isolar dentro de casa precisam fazer do isolamento uma chance. Eventualmente, tudo vai passar e, quando passar, teremos aproveitado essa pausa para nos planejar melhor, para ser alguém melhor. Precisamos visualizar desde já o que vamos querer para nossa vida pós-pandemia".
Para Santos, a crise conferiu ainda mais credibilidade à psicologia como ferramenta primordial na garantia da saúde mental e de bem-estar. “Por muito tempo, foi vista como algo recomendado somente para quem estava louco. Esse estigma caminhou durante anos, mas hoje, em tempos de pandemia, a psicologia, enquanto ciência, tornou-se serviço essencial”.
ACESSE O CONTEÚDO
As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.
As entrevistas também podem ser acessadas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.
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