O rompimento, pela Via Ágil, do contrato para a prestação do serviço de transporte público em Piracicaba e sua substituição pela TUPi geraram questionamentos de vereadores nesta segunda-feira (8). Em duas reuniões extraordinárias realizadas pela Câmara, parlamentares pediram esclarecimentos do Executivo sobre os ônibus que operam na cidade.

"Com a Via Ágil estava ruim, com a TUPi está pior. Recebo diariamente reclamações de usuários de todos os bairros", declarou Lair Braga (SD), que cobrou o respeito às regras de distanciamento social nos veículos do transporte coletivo e o suporte aos trabalhadores que acabaram demitidos na transição entre as duas empresas.

Adriana Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (PSL), disse que a forma como se deu a ruptura do contrato com a Via Ágil "não está clara para a população". "Não vemos essa modalidade de 'dissolução amigável' do contrato prevista aqui e isso nos gera uma série de dúvidas e de dissabores aos que usam o serviço público."

"A extinção amigável não existe. Por outro lado, todos os funcionários da empresa foram demitidos, não receberam um centavo sequer", acrescentou Laércio Trevisan Jr. (PL), que classificou o episódio como "muito obscuro".

Pedro Kawai (PSDB) reforçou a cobrança por explicações. "Nada mais justo que a Câmara acompanhar tudo isso; se existe alguma irregularidade, a Prefeitura vai ter que responder. O que precisamos fazer, como vereadores, é continuar a fiscalização para que o transporte público seja de qualidade ao trabalhador."

O tema que motivou as falas dos parlamentares foi objeto de questionamentos em três requerimentos aprovados: dois (273 e 274/2020), de Ronaldo Moschini (CID), perguntam sobre as inspeções veiculares feitas nos ônibus da TUPi e o número de veículos que integram a frota nos horários de pico, enquanto um (284/2020), de Trevisan, trata das linhas que atendem os bairros Tanquinho e Godinhos.

A atenção dedicada pelo governo municipal aos idosos durante a pandemia da Covid-19 também motivou manifestações dos vereadores. Autor do requerimento 286/2020, Matheus Erler (PSDB) abordou o socorro aprovado pelo Senado Federal a entidades que acolhem essa parcela da população. André Bandeira (PSDB), José Aparecido Longatto (PSDB) e Trevisan acrescentaram seus pontos de vista ao assunto.

Ao todo, os vereadores aprovaram três moções, 13 requerimentos e quatro projetos de lei. Como vem sendo feito desde 28 de maio, as reuniões ocorreram por videoconferência, graças ao uso do SDR (Sistema de Deliberação Remota). Apenas o presidente Gilmar Rotta (CID) esteve presente no plenário durante os trabalhos, transmitidos ao vivo pela TV Câmara, pelas redes sociais do Legislativo e pelas rádios Câmara Web e Educativa FM.