Moradora do Campestre relata problemas de infraestrutura do bairro
Ativista destaca projeto que inclui Libras no currículo escolar
Raquel Moreno apresentou conteúdo de projeto de lei que está em tramitação no Senado
É fato indiscutível que a educação pública educacional falhou e tem dívida histórica, disse oradora
Crédito: Davi Negri - MTB 20.499A ativista Raquel Moreno, que atua em ações voltadas à acessibilidade da comunidade surda, ocupou a Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Piracicaba, nesta quinta-feira (13), na quarta reunião ordinária. Ela abordou o projeto de lei 6.284/2019, de autoria do senador Romário (Podemos-RJ), que estabelece que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) seja a primeira língua de comunicação nas escolas públicas e privadas para estudantes surdos.
"Ainda não me sinto preparada para fazer esse discurso em Libras, peço desculpas aos meus amigos surdos, mas gostaria de dizer que surdo também fala e não há nenhum problema em representar ou defender a comunidade surda falando", disse Raquel.
Ela comentou que as manifestações quanto ao projeto começaram na semana passada, nas redes sociais, e que há uma consulta pública aberta. "O meu voto foi sim. A escola pública é um direito de todos, uma premissa inquestionável, não apenas por ser garantida em lei, mas por estar respaldado a um conceito de educação democrático, justo, participativo e de superação de movimentos", disse Raquel.
Caso o voto seja "não", Raquel acredita que será instituído um mecanismo de exclusão subliminar. "É aquele que dói, porque ocorre dentro do sistema, sem ser percebido. Como surda oralizada, sofro a exclusão diariamente ouvindo a frase: ––você não parece ser surda! Surdo não tem que parecer com nada", reforçou.
A inclusão, na opinião da oradora, é tratar além do ingresso dos alunos nas escolas, o que justifica o termo "obriga", presente no projeto de lei do Senado. "Sempre fomos obrigados a estudar geografia, história, matemática e ninguém nunca fez rebelião. Lidar com isso sem agredir se chama assertividade. Aprender Libras é evoluir pessoal e profissionalmente. Além de incluir, é fazer que a sociedade seja mais receptiva, dê mais acesso às oportunidades para as pessoas que optaram por continuar na sinalização", completou ela.
Na avaliação de Raquel, as altas taxas de desempregos da comunidade surda servem para ilustrar que o ensino de Libras no Brasil é precário. Segundo ela, uma das maiores dificuldades dos surdos no mercado de trabalho, entre 20 e 50 anos, é a falta de escolaridade, pois a maioria só estudou até o terceiro ano do ensino fundamental. Há ainda um outro problema: mesmo aceitando os surdos, muitas escolas não ofereciam o intérprete de Libras.
Para ela, é fato indiscutível que a educação pública educacional falhou e tem dívida histórica, "com ônus nas três esferas dos governos, mas, para mim, o peso maior é no município. É aqui que os surdos vivem e devem ser atendidos nas suas dificuldades educacionais".
Notícias relacionadas
Orador faz críticas à demora por atendimento na rede pública de saúde
Oradora pede melhoria asfáltica e zeladoria na região da Vila Sônia
Oradora pede horta comunitária e relata agressão na Tribuna Popular
Mãe infectada pela dengue protesta contra falta de ação
Ucrânia e Gaza: professor pede transparência na cobertura de conflitos
Orador defende captação de água do Tietê para abastecer Piracicaba
Munícipe reclama de atendimento na Receita Federal
“Estamos diariamente sofrendo microagressões”, diz oradora na tribuna
Orador celebra Dia da Mulher e repudia ameaças contra vereadora
Na Tribuna Popular, oradora reivindica atenção para região de Anhumas
Munícipe aponta problemas de infraestrutura no Residencial Piracicaba
Na Tribuna Popular, sindicalista aponta perseguição
Na Tribuna Popular, orador critica Poderes: 'Nos sentimos abandonados'
Orador popular defende melhorias em infraestrutura urbana