Os impactos da Ditadura Civil-Militar de 1964 dentro da Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) e os efeitos desta relação na formulação das políticas econômicas desenvolvidas na agricultura brasileira são o ponto central da tese de doutorado do historiador Rodrigo Sarruge Molina, que no dia 27 lançará o livro “Agro, Ditadura e Universidade” durante a JURA (Jornada Universitária pela Reforma Agrária).

Ele é um dos entrevistados do programa Câmara Convida desta sexta-feira (22), exibido pela TV Câmara, a partir do meio-dia.

Professor-adjunto da Universidade Federal do Espírito Santo, Molina estudou ao longo de mais de uma década a relação do regime estabelecido no País, sob a tutela militar, e como influenciou na política agrária. “Tivemos o que eu chamo de uma modernização conservadora, onde de um lado você tinha uma avanço tecnológico, com novos maquinários, mas do outro uma manutenção de estrutura análoga à escravidão”, disse, ao destacar o apoio empresarial que a ditadura recebeu em todo o período de vigência.

No livro, Molina resgata histórias de professores e estudantes que foram perseguidos pelos órgãos da repressão, dentre eles Luiz Hirata, que foi preso, torturado e morto. “Qualquer coisa poderia ser tratado como algo ‘subversivo’, desde alguém usando uma camiseta vermelha no campus universitário, até o fato de que agentes da ditadura encontrem um livro japonês em uma invasão de república e confundir aquilo com alguma publicação do Partido Comunista da China (PCCh)”, relata o professor.

Também é relatado como personalidades históricas foram utilizadas para representar uma ideia de Brasil que a ditadura queria impor como visão oficial. Um deles, que é citado no livro, é o de Luiz de Queiroz, que teve, no período, seu túmulo transferido para a frente do Prédio Central da Esalq – onde permanece até hoje. “Ali, buscava-se essas figuras, que em geral eram homens, brancos e da elite, para representar o ideal de País que o regime tentava estabelecer”, acrescenta Molina.

SEGUNDO BLOCO - O outro entrevistado desta edição do Câmara Convida é o vereador Paulo Camolesi (PDT), que destacou o formato de seu mandato, resultado de um grupo que foi criado, em 2006, para discutir a política a partir de uma cosmovisão cristã. “Até hoje, temos os grupos temáticos, em que apontamos soluções para a cidade”, explica. Um dos mais ativos é o que discute temas relacionados ao meio ambiente.

“Tenho batido muito na questão da logística reversa, principalmente com pneus, onde estamos conversando com empresas que possam desenvolver esse trabalho, que é fundamental para tirar passivo ambiental de locais de proteção”, disse.

A TV Câmara é sintonizada nos canais 11.3 em sinal aberto, 4 da Net/Claro e 9 da Vivo, com retransmissão pelas mídias sociais oficiais do Legislativo no Facebook e YouTube, e no site www.camapiracicaba.sp.gov.br.