EM PIRACICABA (SP) 12 DE MAIO DE 2022

Escuta ativa exige atenção, aconselha psicóloga

Em evento da Escola do Legislativo, Carla Betta deu dicas de como exercitar a prática.




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A psicóloga Carla Betta




Dedicar atenção àquilo que outra pessoa está lhe dizendo é o principal requisito para desenvolver a escuta ativa. O conselho foi dado pela psicóloga Carla Betta em evento da Escola do Legislativo realizado em parceria com a Fumep (Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba) na tarde desta quinta-feira (12).

Mais de 50 pessoas assistiram à palestra "Escuta ativa: a arte de escutar", transmitida ao vivo pelo YouTube. A psicóloga, que recebeu as boas-vindas do vereador Pedro Kawai (PSDB), diretor da Escola do Legislativo, interagiu com o público com exercícios e respondendo a comentários. Contadora de histórias, Carla também interpretou diálogos para mostrar a importância da comunicação interpessoal.

A palestrante, que trabalha na Fumep, classificou o ato de escutar como "arte" e "terapia". "Escutar é muito mais que ouvir: é compreender a mensagem do outro na sua totalidade, prestando a atenção nos gestos, nas emoções e nas entrelinhas daquilo que é demonstrado ao longo da comunicação. É ouvir prestando a atenção e percebendo como está o outro", conceituou.

A escuta, continuou, é premissa das relações humanas. "Somos seres sociais: a nossa sobrevivência depende da interatividade, de estarmos juntos. Escutamos pelo desejo de ter novos conhecimentos, para obter informações, por curiosidade, pelo desejo de ampliar os horizontes, pela necessidade de estabelecer novos relacionamentos."

De acordo com Carla, a escuta ativa presume "o forte objetivo de compreender a fala da outra pessoa" e, por isso, exige de quem ouve "um grande esforço consciente" para "perceber as expectativas, os temores e a dificuldade do outro". "É preciso procurar conhecer o outro e a mensagem que ele está tentando lhe passar; observar como faz, por que faz e qual o sentimento", acrescentou.

Além de atenção, o aprimoramento da escuta ativa requer a observação de outros comportamentos pelo ouvinte, como manter a posição firme, ter a outra pessoa em seu campo visual e evitar interrupções sistemáticas e distrações. Tais gestos, ressaltou Carla, demonstram que uma pessoa está escutando quem lhe fala.

"Você deixa claro que ouve quando estabelece contato visual, balança a cabeça afirmativamente, resume de algum modo o que a pessoa falou, constrói novas ideias a partir do que foi dito e faz perguntas do que não entendeu ou para checar se compreendeu corretamente", completou a palestrante, para quem, pelo treino, "é possível aumentar a capacidade de escutar".

Os entraves para alcançar uma escuta ativa eficaz também foram listados por Carla e incluem a indiferença e a impaciência do ouvinte, além de preocupações que o façam desviar a atenção da conversa. Da mesma forma, trazem prejuízos para a escuta ativa preconceitos em relação à outra pessoa, seja com sua classe social, a maneira de se vestir, seu sotaque, a gesticulação que usa ou as palavras complexas ou gírias de seu vocabulário.

Escola do Legislativo Pedro Kawai

Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583

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