EM PIRACICABA (SP) 23 DE NOVEMBRO DE 2021

"Justiça Restaurativa não é para corrigir aluno", alerta palestrante

A Justiça Restaurativa no âmbito estudantil, aborda Osmar Ventris, "é uma filosofia de atuação para transformar algo bom à sociedade”.




Toque na imagem para aumentar

Coordenador da Escola do Legislativo, Pedro Kawai (PSDB)





A Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Piracicaba (SP) Antônio Carlos Danelon “Totó Danelon” promoveu na tarde desta terça-feira (23) a palestra online “Mudança Institucional Escolar: Fundamentos da Justiça Restaurativa em Âmbito Escolar”, ministrada pelo professor Osmar Ventris, pela plataforma eletrônica Zoom e pelo canal da Câmara no Youtube.

A abertura foi feita pelo coordenador da escola, o vereador Pedro Kawai (PSDB), que agradeceu os participantes.

Ventris iniciou destacando a necessidade de um novo paradigma para superar conflitos nas escolas. Antigamente, relembra o docente, as crianças tinham uma atividade intensa de recreação, como por exemplo, as brincadeiras de bola na rua, “o que promovia a interação”. Relembrou, por exemplo, o convívio social dos adolescentes quando participavam de atividades lúdicas no bairro, o que favorecia o companheirismo.

O docente argumentou que atualmente o cenário mudou: hoje muitas crianças moram em apartamentos e permanecem fechadas, por motivos de segurança pública, participando parcialmente da socialização e vão se encontrar nas escolas “cada um com as suas diferenças e os conflitos são inevitáveis”.

FOCO NOS 3 “R”. Responsabilidade, Respeito e Relacionamento. A Justiça Restaurativa, defende o professor, é uma “metodologia que facilita o processo de aproximação entre os alunos” de modo que possam ser construídos círculos de construção de paz nas escolas. “É um princípio de valores. Docentes e funcionários precisam incorporar a Justiça Restaurativa para se atingir as metas. As vítimas precisam estar envolvidas”, reiterou o palestrante.

Advogado criminalista, Osmar Ventris exemplificou que num processo criminal as necessidades das vítimas não são atendidas. O mesmo ocorre no ambiente escolar, segundo o docente. “Como já houve um conflito, não tem como não acontecer, mas as vítimas precisam ser atendidas e participar do processo de restauração”.

É mais do que importante, alerta Ventris, pensar no convívio harmônico no ambiente estudantil, que concentra os mais diversos perfis e comportamentos sociais. “É preciso trabalhar o resgate, a autoestima da vítima que foi ofendida. É transformar o conflito em algo bom para a sociedade”.

A Justiça Restaurativa, pondera o professor, “não é o perde-e-ganha”. Ele complementa que quando surge um conflito o importante não é discutir quem tem razão, mas como a questão será resolvida para o presente e futuro.

Por fim, o professor Osmar Ventris lembrou que para exercer a Justiça Restaurativa não é necessário ter ensino superior e, sim, “ter capacitação”.

Outras informações sobre a programação da Escola do Legislativo pelo escola.camarapiracicaba.sp.gov.br

 

Escola do Legislativo

Texto:  Marcelo Bandeira - MTB 33.121
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583

Notícias relacionadas