EM PIRACICABA (SP) 21 DE SETEMBRO DE 2020

Líder do Grupo Libras Piracicaba e Região relata trajetória em live

Alexandre Ribeiro contou, com o auxílio da intérprete de libras Nera Santos, sua trajetória de vida e os desafios que enfrentou para o acesso à informação.




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A dificuldade de acesso à informação prejudica a realização de atividades comuns e, até mesmo, a prática de ações de proteção, como as de higienização para a prevenção contra a Covid-19. Esse assunto foi tratado pelo líder surdo do Grupo Libras Piracicaba e Região, Alexandre Ribeiro, com a participação da intérprete de libras Nera Santos, na live da última sexta-feira (18) do programa Parlamento Aberto.

Alexandre vivenciou os obstáculos da ausência de acessibilidade já na infância, em seu desenvolvimento escolar. Com a falta de um intérprete de libras em sua sala, ele recorria a um amigo ouvinte para a execução das tarefas. Mesmo com o auxílio do amigo, Alexandre não recebia todas as informações sobre as atividades, o que dificultava o aprendizado.

Hoje, a presença de intérpretes nas salas de aula é determinada pelo decreto legislativo 5.626/2005. Para Alexandre, a inclusão do profissional garante a independência dos alunos surdos no desenvolvimento escolar. “Eu fico muito feliz porque vejo a importância, a necessidade de os surdos aprenderem libras e conteúdo de libras na escola”, disse Alexandre.

Na vida adulta, quando conheceu a Apaspi (Associação de Pais e Amigos de Surdos de Piracicaba), Alexandre passou a ter mais contato com professores especializados na libras (Língua Brasileira de Sinais) e, por meio dessa aproximação, conseguiu ampliar seu vocabulário. O aumento do conhecimento sobre a libras auxiliou Alexandre, inclusive, no ambiente de trabalho, onde ele transmite informações sobre alguns sinais fáceis da língua para seus colegas ouvintes.

“Por meio do contato com outros surdos, que eu vi como inspiração, consegui ter progresso e crescer, ganhar maturidade para ter uma boa evolução na vida. A troca foi fundamental ”, disse Alexandre.

Para ele, a presença de intérpretes em todos os espaços públicos e privados é fundamental para que as pessoas surdas obtenham acesso à informação. Ele citou como exemplo dessa necessidade as dificuldades que enfrenta em uma consulta ao médico, na qual ele precisa escrever em um papel o que está sentindo para estabelecer uma comunicação com o médico. “Eu escrevo no papel para que o médico consiga entender, mas é bem sofrido porque não tem comunicação”, comentou.

Por meio do auxílio de um intérprete de libras, ele conseguiu realizar a prova do CFC, parte do processo para a obtenção de habilitação. Hoje, ele dirige carro e moto, com velocidade moderada e atenção ao percurso. “Eu tenho que ficar muito atento visualmente para que nada de ruim aconteça”, disse.

Alexandre falou sobre as atividades do Grupo Libras Piracicaba e Região e destacou as ações que buscam a abertura de uma associação para surdos em Piracicaba.

Ele também comentou sobre o Câmara Inclusiva, projeto oriundo do programa Parlamento Aberto e agradeceu à Câmara de Vereadores de Piracicaba o apoio às pautas relacionadas à acessibilidade.

“Ainda faltam divulgação, legendas com mais informação, entre outras coisas, para que os surdos recebam todas essas informações diferentes e tenham essa troca, esse contato. É muito difícil ainda, a batalha continua e com muito esforço”, comentou.

ACESSE O CONTEÚDO - As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto. As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

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Parlamento Aberto Câmara Inclusiva

Texto:  Larissa Souza
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Ricardo Vasques - MTB 49.918

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