EM PIRACICABA (SP) 22 DE SETEMBRO DE 2020

Live aponta necessidade de adaptação para pessoa com nanismo

Intérprete de libras Eva Emanuelly Miranda Silva, que tem nanismo, foi a entrevistada desta segunda-feira (21) do Parlamento Aberto




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Eva participou da live desta segunda-feira (21) do programa Parlamento Aberto





“Todos temos nossas limitações e isso não está acima da nossa capacidade de ser, atuar, viver e participar de tudo que o mundo tem a oferecer”, disse Eva Emanuelly Miranda Silva na live desta segunda-feira (21) do Parlamento Aberto. A docente em libras e intérprete de Língua de Sinais explorou o assunto “Vamos falar sobre nanismo?” na sexta live do Setembro Verde e Azul, instituído na Câmara pelo decreto legislativo 19/2020.

Durante a live, foram destacados obstáculos enfrentados por pessoas com nanismo nas atividades do dia a dia. Eva citou a dificuldade para o uso de caixa eletrônico e a escolha de alimentos no mercado como exemplos. “Eu tenho 1,19m, existem pessoas com nanismo mais baixas do que eu e para elas irem no banco precisam chamar alguém para acompanhar. A falta de adaptação impede a nossa independência. Às vezes precisamos levar até um banquinho para subir”, comentou

Eva contou que a infância e adolescência foram períodos difíceis devido ao preconceito que sofria e a dificuldade de aceitação. Ela lembrou que, neste período, estar com pessoas que possuíam outros tipos de deficiência a ajudou no processo de aceitação. “Eu tive que quebrar primeiro as barreiras dentro de mim para depois entender. A partir do momento que você passa a ter contato com uma pessoa com deficiência, aquilo se torna normal”, disse.

A intérprete também citou a religião como um ponto de motivação para a aceitação. Com criação católica, Eva sempre ouviu histórias da Bíblia de sua mãe e esses momentos a auxiliaram no processo de entendimento da deficiência.

“Uma das histórias que me marcou muito e até hoje eu tenho como referência é a de Davi. Ele era o menor dos seus oito irmãos, o caçula, e era rejeitado. Então eu penso: se ele venceu um gigante de três metros de altura, por que eu não posso vencer os meus gigantes? os meus obstáculos? o preconceito?”, contou.

Aos 25 anos, ela ingressou em seu primeiro emprego, como operadora de caixa, depois atuou em uma faculdade até passar em um concurso público, em 2012.

Em 2013, Eva realizou um curso de libras, motivada por um professor surdo que costumava levar alunos para conhecer o local onde trabalhava. A intérprete também executou o exame Prolibras, prova de proficiência desenvolvida pelo MEC (Ministério da Educação) que avalia a competência no uso e ensino da libras (Língua Brasileira de Sinais), e foi aprovada.

Bastante articulada com as palavras e cheia de entusiasmo, Eva, ou apenas Evinha, como é carinhosamente chamada, analisa sua história não apenas com olhar de superação, mas como lição de otimismo. "Eu cheguei a um momento que me questionei porque eu existia, mas hoje eu sei, e passei a encarar a vida do jeito que eu sou. Eu nasci assim, eu cresci assim, só não sou a Gabriela", concluiu, ao referir-se à obra de Jorge Amado.

ACESSE O CONTEÚDO - As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

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Parlamento Aberto Câmara Inclusiva

Texto:  Larissa Souza
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337

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