Vereador recebe demandas de moradores do residencial Parque Piracicaba
Psicólogo reflete sobre circunstâncias que estão por trás de suicídios
Em palestra on-line promovida pela Escola do Legislativo, membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio abordou tema de forma acessível ao público.
O psicólogo Sérgio Santos
Com linguagem atenta para fazer a mensagem chegar a todo o público, o psicólogo clínico Sérgio de Oliveira Santos abordou as circunstâncias que, de maneira geral, estão por trás do suicídio, causa da morte de 703 mil pessoas no planeta em 2019, segundo o dado mais atualizado da Organização Mundial da Saúde, divulgado na semana passada.
Em palestra on-line promovida na tarde desta terça-feira (22) pela Escola do Legislativo, da Câmara Municipal de Piracicaba, o membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio mostrou como a ciência tem se debruçado sobre o assunto e usou letras de músicas de Raul Seixas, Lenine e Titãs para as reflexões.
Denominado "A experiência de estar viv@ como um fator protetivo na prevenção do suicídio", o minicurso foi realizado pela plataforma virtual Zoom e transmitido ao vivo pelo canal da Escola do Legislativo no YouTube. A vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade É Sua, e o vereador Pedro Kawai (PSDB), respectivamente diretora e coordenador da Escola, fizeram a abertura do evento.
Silvia destacou que o tema "interessa a todos" e que, neste ano, o "Setembro Amarelo", campanha nacional de prevenção ao suicídio que no âmbito do Legislativo local foi instituída pelo decreto legislativo 67/2018, será promovido por Kawai. "É um tema que, até setembro, pautará mesas, conversas e discussões", disse a vereadora.
Kawai reforçou a importância de tratar do assunto e focar a prevenção. "Falar sobre proteção à vida é fundamental para todos nós, não só em meses específicos, como por exemplo em setembro, em que vamos trabalhar a questão do suicídio na Casa, mas em todos os dias", enfatizou.
Sérgio Santos endossou a necessidade de "trabalhar com prevenção o ano todo". "Não precisa ser algo pesado, triste ou pesaroso, porque o que é difícil é o suicídio, que impacta diversas pessoas direta e indiretamente. A prevenção é todo dia, toda hora", defendeu.
O psicólogo usou o conceito de João Manoel Bertolote, autor de "O suicídio e sua prevenção", para definir o ato como "deliberado, intencional, de causar a morte a si mesmo ou, em outras palavras, um ato iniciado e executado deliberadamente por uma pessoa que tem a clara noção, ou uma forte expetativa, de que dele pode resultar a morte, e cujo desfecho fatal é esperado".
O ato suicida, continuou Sérgio, tem "relação direta com três perspectivas": "a avaliação da vida, que tem a ver com a qualidade do pensamento; a capacidade de assimilar os sabores e dissabores da vida, já que ela é muito dinâmica, e a nossa condição, complexa; e o fato de o suicídio ser uma decisão, em que a pessoa decide se quer continuar ou não vivendo" —o psicólogo observou, neste ponto, a necessidade de ampliar o entendimento sobre o pensamento como algo que abrange o consciente e o inconsciente, com origem a partir de sinais de todo o corpo.
Citando autores, Sérgio refletiu que "o ser humano não busca um sentido para a vida, mas, sim, a experiência de estar vivo". "A pergunta boa de se fazer é: 'Como e em função de que ou de quem você está vivendo?'", exemplificou o psicólogo, ponderando que, "por mais que nos esforcemos para fazer alguma coisa, algumas pessoas não vão se encaixar em nossos planinhos ou joguinhos". "Quem somos nós para dizer o que é bom para o outro?", indagou.
O membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio chamou a atenção para "armadilhas" geradas pelas redes sociais, em que o nível de satisfação com a própria vida, para parte das pessoas, acaba sendo aferido pela comparação com a de outros, a partir do que postam. "A função da vida dessa pessoa está sempre no olhar do outro, não no próprio olhar. Muitas vezes é mais fácil colocarmos nossa vida nas mãos de quem diz o que é bem viver do que vivermos a experiência de estar vivo", alertou.
Dados da OMS apontam que, na América Latina, o número de suicídios aumentou 17% em 2019. O Brasil registrou 14.540 ocorrências, das quais 3.249 foram cometidas por mulheres e 11.291 por homens. O ato é a quarta principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo, atrás dos acidentes de trânsito, da tuberculose e da violência interpessoal.
Sérgio ponderou que estatísticas que computam casos registrados entre 2006 e 2016 na cidade de São Paulo mostram que, quanto maior o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da localidade onde a pessoa mora, maiores são as taxas de suicídio. "Boas condições não impactam na prevenção do suicídio, não garantem que uma pessoa não vá cometer suicídio." No entanto, observou o psicólogo, entre a população jovem, a maior taxa de suicídio é verificada na periferia, chegando a 96 casos a cada 100 mil habitantes em Guaianases, extremo leste da capital paulista.
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