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Reunião Solene alusiva ao "Dia Municipal de Combate à Homofobia", realizada na noite desta terça (17), reconheceu o trabalho de artistas piracicabanos sobre a temática
Cerimônia alusiva ao Dia Municipal de Combate à Homofobia foi instituída na Câmara em 2021
Crédito: Davi Negri - MTB 20.499O 17 de maio é um marco importante para o movimento LGBTQIA+. Neste dia, há 32 anos, a homossexualidade parou de ser considerada doença pela Organização Mundial de Saúde e deixou de compor, ao lado de outras patologias, a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID).
Ao longo dos anos, a data foi ganhando novos significados e contornos e, em 2005, passou a ser adotada mundialmente como o "Dia da Luta Contra a Homofobia". Em Piracicaba, ela foi incluída no calendário oficial em 2011, por meio da lei lei 7016, de 17 de maio de 2011 e, dez anos à frente, em 2021, passou a ser oficialmente celebrada na Câmara Municipal de Piracicaba com a criação do decreto legislativo decreto legislativo 3/2021, de autoria da vereadora Sílvia Morales (PV), do Mandato Coletivo “A Cidade é Sua”
A reunião solene deste ano, realizada na noite desta terça-feira (17) na Câmara Municipal de Piracicaba, no Salão Nobre “Helly de Campos Melges”, foi conduzida pelo vereador Gilmar Tanno (PV) que, ao ler um artigo escrito pela psicóloga Juliana Spinelli Ferrari, destacou: “podemos entender a homofobia, assim como as outras formas de preconceito, como uma atitude de colocar a outra pessoa, no caso, o homossexual, na condição de inferioridade, de anormalidade, baseada no domínio da lógica heteronormativa, ou seja, da heterossexualidade como padrão, norma”.
O vereador ainda lembrou que a homofobia pode ser entendida como expressão que busca a “hierarquização das sexualidades” e lembrou, com base no texto da psicóloga, da importância em se “compreender a legitimidade da forma homossexual de expressão da sexualidade humana."
Thiago Franco, presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB – 8ª Subseção Piracicaba, que participou da composição da mesa da solenidade, leu o artigo primeiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que preconiza que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.
Para ele, é premente que as pessoas não apenas deixem de ser preconceituosas com aqueles cuja sexualidade não é a majoritária, mas principalmente que condenem todo e qualquer comportamento preconceituoso: “não devemos apenas não ser ‘LBGTfóbicos'. Todos e todas devemos ser 'antiLGBTfóbicos'.Todas as pessoas devem levantar a abandeira do amor e respeitar as diferenças, e a palavra dignidade deve nela estar sempre presente”, disse.
O representante da Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social), Fernando Monteiro Camargo, que ao lado de Gilmar Tanno e Thiago Franco também participou da condução da cerimônia, destacou que “é muito importante que, hoje, nesta Casa, estejamos aqui fazendo essa solenidade. Isso é muito representativo, e a representatividade importa bastante”.
Ele ainda lembrou que a pasta, por meio do seu recém-criado Núcleo de Ação Permanente, tem elaborado uma programação para capacitar seus servidores para tratarem da temática, por ele considerada “fundamental nos dias de hoje”.
Homenageados - Na cerimônia deste ano, dois artistas piracicabanos que desenvolvem trabalhos audiovisuais e cênicos relacionados à questão de sexualidade e gênero foram reconhecidos pela Câmara: o filmmaker, produtor audiovisual e radiofônico Alexsandro Vasconcelos Stênico e o dramaturgo, roteirista e ator Marcelo Oriani.
Antes da entrega dos quadros alusivos à solenidade, foram exibidos trechos do monólogo teatral em formato de cinema "Porco-Espinho", escrito por Oriani, e do documentário “O armário não é o nosso lugar”, produção dirigida por Alexsandro e que terá seu lançamento presencial no dia 30 de agosto, no Teatro Municipal Dr. Losso Netto.
Alexsandro Stênico, que já foi estagiário na RádioCâmaraWeb do Departamento de Comunicação da Casa, disse estar lisonjeado em participar da cerimônia, desta vez não como estagiário, mas como um dos homenageados: “é muito gratificante quando você vê as suas ações, projetos e militâncias ganhando reconhecimento. Você recebe a validação de que você está no caminho certo e fazendo algo de bom para a sociedade”, disse.
Para o homenageado, “as questões envolvendo a comunidade LBGTQIAP+ estão sendo cada vez mais discutidas. Porém, ainda precisamos que mais discussões, homenagens e produtos artísticos sejam feitos para que nós conquistemos o direito de sermos quem somos, sem sofrermos com atitudes que nos condenam, nos violentam e nos excluem de espaços sociais e do mercado de trabalho”.
Alexsandro ainda lembrou que “dentro da nossa própria comunidade existem grupos que encontram mais dificuldades em viver, existir e ocupar espaços”, e citou como exemplo os “corpos trans”. De acordo com ele, o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo.
A violência também foi lembrada no discurso do outro homenageado da noite, Marcelo Oriani, que contou que, quando pequeno, era agredido por seu pai a pretexto de “conserta-lo”.
“Eu lembro que, em casa, eu sempre ouvia: ‘senta que nem homem, fala que nem homem, se comporte como homem’. Eu apanhava muito em casa do meu pai, e eu lembro que eu sempre ouvia minha mãe falando: ‘ele faz isso porque ele te ama’. A minha primeira forma de afeto e amor paterno foi a violência. Isso me marca muito. É muito difícil crescer e devolver afeto para o mundo quando você é educado por meio da violência o tempo inteiro, e o tempo inteiro não te permitem ter orgulho do que você é”, falou.
Para o artista piracicabano, as agressões do passado atualmente ecoam em suas obras: “hoje, eu consigo perceber que o meu trabalho é todo voltado para a violência, pois eu fui educado por meio dela”, e ponderou que, para a comunidade LGBTQIA+, o simples ato de existir já é uma forma de resistência: “para além das homenagens ou qualquer tipo de coisa, o maior ato político que eu acho que uma pessoa LGBT pode fazer é se manter viva. Eu acho que as homenagens elas são importantes, mas se manter vivo é o primeiro ato político que qualquer pessoa pode fazer”.
A cerimônia, na íntegra, pode ser assistida no vídeo localizado no canto superior esquerdo da tela.
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