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Alunos são homenageados por conquista em feira de ciências
Projeto desenvolvido pelos alunos consiste em aparelho de baixo custo que converte a escrita braille para a linguagem alfabética padrão.
Homenageados desenvolveram projeto com o objetivo de auxiliar os alunos com deficiência visual na área da pedagogia.
Crédito: Leandro TrajanoOs alunos da E.E Monsenhor Jeronymo Gallo, André Joaquim Prates, Leandro Romeiro de Carvalho e Maurício Moreira dos Santos Junior, sob a coordenação do professor Márcio Bortoletto Fessel, foram homenageados pelo vereador André Bandeira (PSDB), nesta quarta-feira (18), por conquistarem o 1º lugar na categoria Master (ensino médio), em Ciências da Natureza, na 6ª edição da Feceesp (Feira de Ciências das Escolas Estaduais de São Paulo).
Os homenageados desenvolveram projeto com o objetivo de auxiliar os alunos com deficiência visual na área da pedagogia, melhorando a comunicação entre aluno e professor, além de promover a inclusão e aprimorar habilidades. O aparelho, de baixo custo, converte a escrita braille para a linguagem alfabética padrão, permitindo, desta forma, aos docentes que não possuem amplo conhecimento nesta linguagem, estabelecer maior interação com os alunos com deficiência visual de forma a intervir e orientá-lo no processo educacional.
Segundo Maurício Moreira dos Santos Junior, um dos idealizadores do projeto, a motivação surgiu após uma aluna, deficiente visual, ter saído da escola por falta de acessibilidade. “Foi então que, incentivados pelo professor, pensamos em produzir um material pedagógico que ajudasse os alunos com deficiência a se comunicarem melhor. Com isso, desenvolvemos um aparelho que permite a inclusão, aproximando-o dos professores e amigos”, explicou.
André Joaquim Prates aperfeiçoou os conhecimentos em robótica para ajudar os outros membros da equipe na produção do aparelho. “Como já tinha grande interesse nessa área, além de um curso de robótica, pesquisei muito e compartilhei tudo que sabia com os meus amigos. Receber um reconhecimento da Câmara é muito gratificante”, disse o aluno.
“Nas unidades escolares é difícil encontrar professores que receberam algum auxílio na formação para lidar com alunos deficientes visuais ou que saibam a língua braille. Dentro das salas de aulas, isso faz grande diferença, pelo fato dos professores não terem esse conhecimento acaba causando uma grande separação entre aluno e professor, principalmente quando se trata da escrita”, reforçou o parlamentar.
Tais lacunas, como cita Bandeira, podem ser sanadas com tecnologias de apoio, no entanto, apresentam alto custo, impossibilitando a aquisição pela maioria das famílias que possuem pessoas deficiência visual em idade escolar.
“Este projeto visou minimizar custos na obtenção do equipamento da escrita Braille com as mesmas funções de uma máquina de alto custo que permita as interações”, disse Bandeira. “Que a homenagem sirva como incentivo para que os alunos continuem buscando a inclusão das pessoas com deficiência e enxergando o mundo com mais empatia”, disse.
A vice-diretora da escola, Cláudia Marlei Vitti Stenico, destacou que a conquista dos alunos é um ato de resistência em um país que não investe em educação. “É um orgulho para nós, corpo docente, ver jovens vitoriosos oriundos de escola pública. Estamos vendo o cumprimento do nosso real objetivo que é a formação de alunos competentes, solidários e protagonistas. Os três homenageados estão se destacando em produção de ciência, em um país conhecido por não valorizar ciência”, refletiu.
O professor que orientou o projeto, Márcio Bortoletto Fessel, frisou que a educação é um investimento e que, portanto, não alcança objetivos da noite para o dia. “Educação não surte efeito rápido. Os resultados demoram a aparecer, mas estou tendo o privilégio de ver alguns deles. Não podemos negligenciar oportunidades, só quando alunos como eles têm oportunidades é que conseguem mostrar o que podem fazer e é isso que me deixa feliz: ver que meu aluno é capaz”.
O evento aconteceu nos dias 5 e 6 de dezembro e participaram professores e estudantes matriculados do 6º ano do ensino fundamental até a 2ª série do ensino médio. Foram várias etapas classificatórias realizadas pelas 91 diretorias de ensino até chegar à etapa estadual, culminando nos 40 melhores trabalhos.
A Fecees é uma ação pedagógica, desenvolvida pela SEESP (Secretaria de Estado da Educação de São Paulo), com objetivo de estimular e promover a formação de estudantes da rede estadual de ensino, no âmbito das Ciências da Natureza e Humanas, inserindo-os no contexto da Pré-Iniciação Científica.
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