'É um orgulho ter servido a minha cidade', diz vereador
CLJR debate projeto que altera estrutura administrativa da Prefeitura
PLC prevê adequação administrativa para recuperação de dívida de R$ 500 milhões; PL altera a lei que trata da "venda" da folha de pagamento do funcionalismo
Representantes da Secretaria de Finanças e da Procuradoria Geral do Município apresentaram projetos à CLJR
Crédito: Guilherme Leite - MTB 21.401A CLJR (Comissão de Legislação, Justiça e Redação) recebeu, nesta quarta-feira (29), representantes do Poder Executivo para debater o projeto de lei nº 138/2024 e o projeto de lei complementar nº 6/2024, que tramitam em regime de urgência na Casa.
A primeira propositura trata de uma adequação das Leis 7.913/2014 e 7.739/2013, que autorizaram a “venda” da folha de pagamento do município para ser administrada por instituição bancária. Já o PLC dispõe sobre uma reestruturação da Secretaria de Finanças para transferência das unidades ligadas à Dívida Ativa para a PGM (Procuradoria Geral do Município), com o objetivo de ampliar a eficiência na cobrança de dívidas tributárias, especialmente aquelas com valor de até R$ 10 mil, que somam cerca de R$ 500 milhões em créditos a receber pelo município.
A secretária de Finanças, Telma Trimer, o procurador-geral do município, Guilherme Mônaco de Melo, o chefe da Procuradoria de Ações de Execução Fiscal, Rodrigo Prado Marques, e o economista da Secretaria de Finanças, Yuri Katoo, apresentaram os detalhes das proposituras à comissão, que é presidida pelo vereador Acácio Godoy (Avante), tem como relator o vereador Thiago Ribeiro (PRD) e o vereador Paulo Camolesi (PSB) como membro. A comissão é assessorada pela Procuradoria Legislativa.
De acordo com o chefe da Execução Fiscal, o PLC 6/2024 prepara a estrutura administrativa da Prefeitura para o que está previsto na Resolução 547/2024 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que determina a extinção de todos os processos judiciais de execução fiscal com valor inferior a R$ 10 mil e sem movimentação há mais de um ano, já que essas ações são onerosas para o Poder Judiciário. Com isso, as dívidas voltam para que a Prefeitura efetue a cobrança por outros meios, que vão desde a negociação amigável, a negativação até o protesto, conforme previsto na resolução.
A informação é que a Prefeitura de Piracicaba possui 263 mil ações de execução fiscal em andamento, das quais 190 mil com valor inferior a R$ 10 mil e que somam R$ 500 milhões em créditos a receber pelo município. Por isso, será necessário adequar a infraestrutura administrativa das pastas para fazer frente a essa nova demanda.
Ampliação - “A recuperação desse crédito é muito difícil e, se não houver uma legislação adequada e setores específicos para lidar com essa demanda, não conseguimos recuperar esse crédito, como não estamos recuperando hoje”, defendeu Rodrigo Marques. A expectativa apresentada aos vereadores é ampliar a recuperação desses créditos dos atuais 2% para 30% em 2028 com a definição de divisões e setores específicos para esse trabalho.
O projeto estabelece que a Divisão de Dívida Ativa, integrada pelo Setor de Inscrição e Arrecadação e pelo Setor de Poupatempo Municipal, passem da Secretaria de Finanças para a PGM. Na Secretaria de Finanças, ficam criados o Setor de Atendimento Presencial e o Setor de Atendimento Virtual, ligados à Divisão de Atendimento ao Contribuinte.
Na PGM, ficam criadas as Divisões de Licitações e Chamamentos; Contratação; Imobiliária e Urbanística; Trabalhista; Judicial Cível; Dívida Ativa e Recuperação Judicial. Ao todo, são criadas, pelo projeto, 14 funções gratificadas para servidores já lotados nas unidades, das quais oito chefes de setor e 6 chefes de divisão, com impacto financeiro previsto de R$ 439 mil em 2025.
De acordo com Rodrigo Marques, a transferência da Dívida Ativa para a Procuradoria Geral vai facilitar essa atuação, já que o setor necessita de assessoria jurídica constante. Ele lembrou que, no âmbito da União, do Estado e na maioria dos municípios de médio e grande porte essa mudança já aconteceu e ponderou que Piracicaba está atrasada em relação a essa integração.
O presidente da CLJR, Acácio Godoy, fez cobranças para que essa reestruturação administrativa tenha também o condão social de promover a diferenciação nos sistemas de cobrança, conforme o perfil do devedor. Ele destacou a diferença entre os pequenos devedores, que foram vítimas de crises econômicas, precisaram recorrer a auxílios emergenciais, perderam renda e postos de trabalho frente aos grandes devedores, latifundiários e proprietários de grandes empresas. Já Paulo Camolesi tirou dúvidas em relação à cobrança dos tributos relacionados ao IPTU Rural.
O projeto já recebeu parecer favorável da CLJR, que deverá também apresentar um destaque para adequação de outras duas leis referentes ao cargo de agente administrativo de atendimento.
Folha de pagamento – Já o PL 138/2024 altera as leis que autorizam o município a “vender” a folha de pagamento para a administração de instituição bancária. Uma das principais mudanças é incluir o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) no pregão que já é integrado pela administração direta e pelo Ipasp (Instituto de Previdência e Assistência Social dos Funcionários Municipais de Piracicaba).
Isso porque o Semae tem encontrado dificuldades para contratar o serviço, já que as instituições bancárias não demonstram interesse na concorrência em função do número reduzido de clientes abrangidos pela autarquia, que possui menor número de servidores. Considerando as três instituições públicas, o número de clientes a serem atendidos passa para 11.251, o que torna o pregão mais atrativo para os bancos.
Outra mudança com o projeto é a definição de uma destinação específica para os recursos obtidos através do pregão. A expectativa é que a concorrência resulte em R$ 20 milhões de receita para o município, valor que é pago pelo banco vencedor da concorrência para administrar a folha de pagamento. Na administração direta, que ficará com R$ 68,6% da receita, os recursos serão aplicados em modernização tecnológica e qualificação profissional. No Ipasp, que abrange 26,7%, o dinheiro será usado para redução do déficit previdenciário. Já no Semae, com 4,6%, o investimento será em obras de abastecimento.
A matéria também prevê a redução do espaço físico disponível para o PAB (Posto de Atendimento Bancário) no Centro Cívico, que passa de 158 m² para 135 m². A secretária Telma Trimer explicou que atualmente, com o atendimento on-line, o espaço está ocioso. Outra mudança é que o período de contrato com o banco não ficará mais fixado em cinco anos na lei, mas o prazo será definido pelo edital da concorrência.
O contrato atual do município com o Banco Santander vence em setembro e a Prefeitura tem a intenção de abrir a concorrência ainda no mês de junho. Por isso, a secretária requisitou que as comissões da Câmara elaborem parecer conjunto para que tanto o PL 138 quanto o PLC 6 estejam aptos para votação na semana que vem. Acácio Godoy se comprometeu a discutir os projetos com as demais comissões da Casa para dar celeridade aos pareceres.
Notícias relacionadas
Vereador pontua trabalhos que marcaram mandato
Piracicaba vai contar com Política de Incentivo à Energia Solar
Vereador entrega voto de congratulações para alunos de academia
Vereador defende criação da Secretaria Municipal de Segurança Pública
'Afro Black Day' integrará calendário oficial de eventos do município
Câmara aprova seis projetos para denominações de espaços públicos
Câmara aprova cinco projetos para denominações de espaços públicos
Guilherme Melo e Thadeu Campos são reconhecidos por trajetória musical
Requerimentos questionam demora em cirurgias de joelho
Requerimento cobra Executivo dos prazos para obra de creche no Tatuapé
Aprovada em 1ª discussão, Lei Orçamentária prevê R$ 3,3 bi para 2025
Voto de congratulações a músico é aprovado
Vereador critica falta de deputados piracicabanos em Brasília
Câmara reconhece dinamismo de empresa do setor imobiliário