EM PIRACICABA (SP) 13 DE AGOSTO DE 2020

Jornalista defende discussão sobre representatividade na grande mídia

Na semana temática do programa Parlamento Aberto sobre os desafios da representatividade das mulheres, Ananda Portela falou sobre mulheres na comunicação




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Ananda Portela é jornalista e redatora do UOL






Falar sobre representatividade, racismo, machismo e preconceito estrutural nos veículos de comunicação de grande alcance é o caminho apontado por Ananda Portela, jornalista e redatora do UOL, para que discursos excludentes e preconceituosos sumam. A jornalista foi a convidada da live do programa Parlamento Aberto, desta quarta-feira (12), e falou sobre o tema "Mulheres na comunicação: democratização da informação”.

Para a Ananda Portela, a grande função do jornalismo é trazer pessoas inclusivas para os grandes veículos. “A gente precisa ter a Djamila Ribeiro e o Tiago Amparo na Folha falando sobre racismo estrutural, a gente precisa ter a Tia Má no Universa (site) do UOL falando principalmente a questão da mulher negra para que esses assuntos cheguem nas pessoas e só assim começarmos a caminhar para que esses discursos cada vez mais excludentes e preconceituosos sumam” afirmou.

Questionada sobre estereótipos no jornalismo, Ananda Portela também apontou a discussão e abordagem na mídia como solução para quebrar preconceitos. Para ela, as pessoas precisam se sentir representadas naquilo que estão vendo e para obter essa representatividade é necessário falar sobre esses assuntos. “Eu nunca vi uma apresentadora gorda na televisão e se a mulher está fora do padrão estético determinado já recebe uma chuva enorme de ódio na internet. A gente precisa discutir esses espaços, aonde essas pessoas estão, que lugares que elas estão ocupando e por que elas não estão aparecendo”, disse.

Idealizadora dos projetos “Ananda News” e “Ananda Explica”, a jornalista relatou experiências pessoais ao falar sobre o machismo sofrido pelas mulheres no jornalismo. “Uma coisa é questionar meu trabalho como jornalista, outra coisa é me questionar como mulher e como pessoa”, disse ao expor críticas que recebia de sua aparência física quando apresentava o programa UOL Trends. “Isso a gente não vê acontecendo com jornalistas homens, a gente tem que provar muito mais o nosso trabalho de como o homem prova”, desabafou.

Sobre a ocupação de cargos de liderança e de decisão na profissão de jornalista, a convidada disse que o trabalho das mulheres vai ser afetado, independentemente da profissão em que elas estejam, devido ao machismo e ao racismo estrutural. “Já temos dificuldades de enxergar mulheres negras em cargos comuns como o meu de redatora, quiçá em cargos mais altos”, afirmou. Para a jornalista, é necessário ter todas essas situações de preconceito em mente para fazer que as mulheres ocupem cargos mais altos. Para obter mudanças, ela apontou a necessidade de levar esse debate para dentro das empresas e levar essas mudanças para todos os meios.

MULHER - O Parlamento Aberto exibe, até sexta-feira (14), uma série de lives em seu perfil no Instagram voltadas para estimular a reflexão sobre os desafios da mulher na luta por representatividade e a formação crítica frente às pautas feministas e suas interseções na contemporaneidade. Acompanhe a programação

ACESSE O CONTEÚDO - As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto. As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web. Para receber as informações do Parlamento Aberto direto no celular, cadastre-se na lista de transmissão do Whatsapp, neste link.

Mulher Parlamento Aberto

Texto:  Daniela Teixeira - MTB 61.891
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343

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