Escola do Legislativo recebe delegações de Itupeva e Capivari
Palestra estimula inclusão de pessoas com necessidades alimentares
Promovida pela Escola do Legislativo, palestra do Coletivo Acolhimento Alimentar abordou ações de inclusão à pessoas com restrições alimentares.
A palestra ocorreu na sala de aula da Escola do Legislativo
Crédito: Fabrice Desmonts - MTB 22.946A utilização de goma xantana e CMC (carboximetilcelulos) no lugar do glúten e de polvilho no lugar da farinha de trigo, são algumas das adaptações que podem ser utilizadas para a inclusão de pessoas que possuem NAE (Necessidades Alimentares Especiais) em refeições compartilhadas.
Essas substituições, apresentadas pelo coletivo Acolhimento Alimentar na palestra “Necessidades Alimentares Especiais: Dieta de Restrição, Contaminação Cruzada, Rótulos e a Cozinha Inclusiva", que ocorreu nesta segunda-feira (11), fazem parte da proposta da “culinária inclusiva”, que propõe a criação de refeições com alimentos adaptados para pessoas que possuem restrições alimentares, rotulados corretamente e seguros.
O evento ocorreu na sala de aula da Escola do Legislativo, ministrado pela bióloga Heloíze de Souza Milano, com apoio da fisioterapeuta e mestre em saúde pública Talita da Silveira Campos Teixeira, integrantes do coletivo Acolhimento Alimentar. O coletivo, que já realizou outras palestras na Escola, foi responsável também pela criação da Semana de Alergia Alimentar na Câmara de Vereadores de Piracicaba.
“Eu aprendi com essas mães sobre as dificuldades que as crianças que possuem NAE enfrentam. Elas começam a viver no isolamento. A Escola tem que abraçar conteúdos como esse, conteúdos de inclusão e de sensibilização do coletivo. Todos nós somos importantes”, disse a diretora da Escola do Legislativo, vereadora Nancy Thame (PSDB).
Na aula, Heloíze enfatizou a importância da rotulagem correta de alimentos, prevista na RDC (Resolução da Diretoria Colegiada), da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que torna obrigatória a inserção de aviso sobre a presença de resíduos dos principais ingredientes que causam alergias, em todos os produtos embalados sem a presença dos consumidores, em letra maiúscula, negrito e com cor contrastante com o fundo do rótulo.
De acordo com a bióloga, a rotulagem correta, além de diminuir as possibilidades de ocorrência de crises alérgicas, previne a contaminação cruzada, isto é, a ingestão de ingredientes alérgenos alimentares inseridos de forma não intencional no processo de produção de um alimento industrializado.
A integrante do coletivo explicou que a ingestão de somente 1,1 miligrama de leite ou 1,6 miligramas de amendoim já provoca reações alérgicas em uma pessoa que possui NAE.
“Faz muita diferença na vida das pessoas que tem qualquer tipo de restrição alimentar, que o maior número de pessoas possível seja esclarecido sobre o que é a condição que ela enfrenta. As pessoas têm muito preconceito quando não sabem do que se trata e até medo”, disse Heloíze.
A mãe Livia Catalini, que acompanhou a palestra com sua filha Bianca Catalini, assistiu ao evento para adquirir mais informações sobre o tema. Segundo Lívia, sua filha possui anafilaxia e passou por uma crise alérgica, recentemente, enquanto estava na creche, devido a ingestão de um pedaço de queijo. No momento da crise, Livia precisou levar a filha rapidamente para o hospital.
“É essencial a inclusão das crianças (que possuem NAE) nas escolas e na sociedade, para que elas possam participar de tudo com as outras crianças, sem ser excluídas”, disse Livia.
As palestrantes também abordaram os cuidados que devem ser tomados em cozinhas compartilhadas, como cozinhas de escolas, por exemplo. De acordo com elas, os pontos chaves de um “cardápio seguro” são a capacitação dos responsáveis pela refeição, o respeito as fichas técnicas, a seleção de ingredientes seguros, o correto armazenamento de ingredientes, o respeito aos procedimentos de limpeza da cozinha, entre outros.
A vereadora da Câmara Municipal da Estância Turística de Holambra, Naiara Hendrikx (PMDB), assistiu a palestra e considera fundamental a abordagem do tema. “Sabemos que o número de alérgicos está aumentando e a conscientização sobre o tema é bastante importante”, disse. “Acho que o assunto tem que ser cada vez mais difundido, porque ele não é tratado com a seriedade que deveria”, completou a vereadora.
Ao fim da palestra, foi realizado uma dinâmica com a leitura de rótulos de diferentes alimentos. As palestrantes auxiliaram os participantes a avaliar os textos dos rótulos.
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