Vereador fiscaliza obra de recapeamento na rua Nossa Senhora do Carmo
Nancy reforça papel do Legislativo em debate sobre mobilidade urbana
Vereadora trouxe reflexão dos efeitos da expansão da cidade sobre o dia a dia da população em mesa-redonda promovida pela 11ª Semana da Mobilidade, da Esalq-USP.
Anfiteatro do Pavilhão de Ciências Humanas da Esalq-USP recebeu a mesa-redonda, na tarde desta quinta-feira
Crédito: Leandro TrajanoAs alternativas para garantir o deslocamento de pessoas em meio à expansão das localidades onde moram, trabalham ou estudam foram debatidas na tarde desta quinta-feira (26) na Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo).
A mesa-redonda, no anfiteatro do Pavilhão de Ciências Humanas, integrou a programação da 11ª Semana da Mobilidade no campus, iniciada no domingo (22) e com encerramento nesta sexta-feira (27).
Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, a vereadora Nancy Thame (PSDB) trouxe a alunos e professores reflexões sobre como o desenvolvimento de uma cidade impacta na qualidade de vida de seus moradores.
Centrando-se no caso de Piracicaba, em que 98% da população vive em área urbana, a parlamentar chamou a atenção de como o crescimento acelerado e desordenado resultou em "transformações muito significativas" ao longo do tempo.
"Temos hoje uma cidade espalhada", diagnosticou a vereadora, apontando a relação entre falta de planejamento, infraestrutura precária e degradação ambiental. Com isso, completou, "grande parcela da população fica excluída dos benefícios da urbanização, inclusive da mobilidade universal".
A vereadora observou, no entanto, que o papel do Legislativo na elaboração de leis para regular a ocupação do território e forçar os municípios a formularem planos diretores e setorais inaugurou uma nova era no país.
Além da Constituição Federal de 1988, Nancy listou entre os mais importantes marcos da área, desde então, as leis federais 10.257/2001 (Estatuto das Cidades) e 12.587/2012 (Lei da Mobilidade Urbana) e, em nível municipal, as leis complementares 186 e 187/2006, que tratam, respectivamente, do Plano Diretor de Desenvolvimento e do Plano de Mobilidade local.
A aprovação do Estatuto das Cidades, salientou Nancy, trouxe instrumentos ––como a outorga onerosa e o IPTU progressivo–– "para poder virar o jogo" ante a maneira como a ocupação das cidades veio se caracterizando ao longo do tempo, com expansão descontrolada do perímetro e multiplicação de vazios urbanos, por exemplo.
A vereadora reiterou a importância de debater o Plano Diretor de Desenvolvimento de Piracicaba, atualmente em análise pelas comissões da Câmara. "Após o Estatuto das Cidades, a tendência é pensar em cidades justas, econômicas, compactas, sustentáveis e inclusivas."
"Temos que considerar acessibilidade, infraestrutura, transporte coletivo, valorização de pedestres e ciclistas e equidade de gênero. Quando você tem uma cidade que não é justa, afeta todo mundo", disse Nancy, defendendo o envolvimento da sociedade nas discussões.
Geraldo Moura, consultor contratado para colaborar com a Semuttran (Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes) na formulação do Plano de Mobilidade municipal, destacou que o processo para elaborar a proposta incluiu a realização de 13 oficinas, que resultaram no acolhimento de 45 sugestões.
O plano setorial, que deve vir à Câmara na sequência da aprovação do Plano Diretor, tem, entre suas metas, a expansão da rede cicloviária, hoje com menos de 20 quilômetros, para quase 90, a efetivação do anel viário de Piracicaba e a ampliação do tamanho mínimo dos passeios de 2,5 para 3 metros.
As medidas adotadas dentro da Esalq-USP em favor da mobilidade foram apresentadas na mesa-redonda pelos professores Ciro Abud Righ e Roberto Arruda de Souza Lima, prefeito do campus.
Roberto disse que a universidade prevê, a longo prazo, a adoção de um plano diretor, a ser elaborado com a colaboração de técnicos da Escola de Engenharia de Piracicaba. Segundo o professor, o trabalho terá como norte a prioridade ao pedestre, seguido pelo ciclista e, por último, os automóveis.
Já no curto prazo, estão em vias de serem aplicadas medidas como a liberação da circulação de bicicletas no campus aos fins de semana ––não serão permitidos, no entanto, treinamentos de ciclismo nem o acesso a áreas com incidência de carrapatos.
A proposta se juntaria a outras já adotadas, como a eliminação de algumas vagas de estacionamento, para desestimular o uso do carro, e a circulação de ônibus dentro do campus, medida que, embora divida opiniões, apresenta "saldo positivo", na avaliação do prefeito.
Ciro, que também é presidente da comissão de mobilidade do campus, apresentou dados de uma pesquisa que ouviu 1.049 pessoas vinculadas à Esalq-USP. Ele chamou a atenção para a mudança no perfil do local de residência dos estudantes, que antes se fixavam em bairros do entorno, como São Dimas e Vila Independência. "Hoje os alunos estão morando cada vez mais longe, porque este lado da cidade está ficando caro", observou.
A mesa-redonda contou ainda com intervenções de Gabriel Ferreira, do Bike Hotel, e dos estudantes que assistiram às apresentações.
Notícias relacionadas
Vereador acompanha recapeamento na rua Virgílio da Silva Fagundes
Vereador solicita correção de placas de trânsito no Castelinho
Nova Piracicaba e Terras de Piracicaba: demandas são levadas a técnico
Vereador solicita instalação de vaga de embarque e desembarque
Vereador pede à Semuttran urgência no atendimento de demandas antigas
Vereador acompanha andamento das obras na avenida 1º de Agosto
Vereador supervisiona avanço de obras na rua Joana D’Arc
Vereador discute ações educativas de trânsito e segurança do tralhador
Trabalhadores cobram melhoramentos de trânsito na avenida São Paulo
Motoristas de aplicativos se mobilizam contra projeto de lei federal
Vereador solicita estudos técnicos para a rua dos Dourados
Vereador indica alteração do sentido de direção em duas vias
Vereador visita escola infantil e propõe melhorias de trânsito
Vereador encaminha ao Executivo demandas do bairro Alemães