EM PIRACICABA (SP) 06 DE MAIO DE 2025

Câmara aprova projeto que visa agilizar análise de empreendimentos habitacionais

Projeto de lei complementar do Executivo foi aprovado em duas votações em reuniões extraordinárias realizadas nesta segunda-feira




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Projeto de lei complementar do Executivo foi aprovado em duas votações em reuniões extraordinárias realizadas nesta segunda-feira

Crédito: Rubens Cardia (MTB 27.118)




A Câmara Municipal de Piracicaba aprovou, em duas votações realizadas na 4ª e na 5ª reuniões extraordinárias, na noite desta quinta-feira (24), o projeto de lei complementar 5/2025, de autoria do Executivo, que busca tornar mais ágil a análise de "projetos de empreendimentos habitacionais de parcelamento do solo e condomínios edilícios".

Agora encaminhado à sanção do prefeito Helinho Zanatta (PSD), o texto traz alterações à lei complementar 421/2020, centralizando na Secretaria Municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos a análise de projetos urbanísticos, a emissão da Certidão de Diretriz e a implementação, "sempre que tecnicamente possível", de meios de redução dos prazos de licenciamento.

Segundo o Executivo, graças à tramitação dos projetos urbanísticos hoje em meio digital, a análise e a emissão de parecer técnico que antecedem a Certidão de Diretriz serão feitas simultaneamente, em um prazo máximo de 30 dias, pelas secretarias municipais de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos, de Habitação e Regularização Fundiária, de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, de Segurança Pública, Trânsito e Transportes, de Educação e de Saúde e pelo Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto).

Esses órgãos deverão analisar "sob todos os aspectos" a matéria e emitir parecer sobre projetos de parcelamento do solo em geral; sobre empreendimentos de conjuntos superpostos, habitacionais, plurifamiliares, comerciais ou de prestação de serviços; sobre empreendimentos em sistema de condomínio; e sobre o interesse social, em todos os tipos de empreendimentos.

À Secretaria Municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos competirá emitir parecer, "precedido de consulta às secretarias e órgãos que possam ter interesse em áreas de uso comum do povo", sobre os empreendimentos no que tange à reserva ou dispensa de áreas destinadas a equipamentos comunitários.

"Previamente à emissão da Certidão de Diretriz de grandes empreendimentos ou daqueles que apresentem significativo impacto para a cidade, caberá ao secretário municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos dar ciência ao prefeito quanto à viabilidade técnica de tais empreendimentos, a fim de alinhar o planejamento urbano da cidade às políticas públicas governamentais em andamento", diz o projeto de lei complementar, acrescentando que "caberá parecer da Procuradoria Geral do Município apenas nos casos em que haja dúvida quanto à aplicação das normas legais".

O prefeito Helinho Zanatta (PSD) aponta que a proposta vai ao encontro da modernização recente implementada pela Prefeitura. "O avanço dos trabalhos em sistemas informatizados nos últimos 20 meses, a capacitação de nossos servidores e a implantação de novas ferramentas digitais nos possibilitam, neste momento, analisar um mesmo processo simultaneamente por diversas secretarias e órgãos municipais em ambiente digital", esclarece.

Ao mesmo tempo em que centraliza a análise de projetos urbanísticos na Secretaria Municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos, o projeto de lei complementar aprovado pela Câmara põe fim à CAP (Comissão Técnica de Análise e Parecer em Projetos de Parcelamento do Solo), que até então reunia um colegiado para fazer essa avaliação. 

"A Comissão de Análise e Parecer foi criada justamente no intuito de possibilitar uma análise conjunta do processo de licenciamento, que antes tramitava individualmente entre nossas secretarias e órgãos, levando um tempo hoje incompatível com o crescimento de nossa cidade. Porém, com a evolução da tecnologia e o processo de adaptação de nossos servidores ao novo sistema, acreditamos que a análise digital do licenciamento possa ser um fator de celeridade para estes processos", comenta o prefeito.

"Centralizar o gerenciamento dessas análises em apenas um órgão possibilitará que a Secretaria Municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos possa criar meios de tornar cada vez mais céleres tais análises, isso sem depender do agendamento de reuniões ou do comparecimento de servidores a elas, podendo tal análise estar integrada ao dia a dia de cada secretaria, que responderá pela análise dos aspectos técnicos a ela relacionados. Cabe destacar que órgãos estaduais e federais já se utilizam de meios digitais para análises simultâneas de processos pelas suas diversas unidades, o que já se mostrou vantajoso na aprovação de projetos", acrescenta Helinho Zanatta.

Durante a votação da matéria, o plenário acatou os pareceres contrários exarados pela Comissão de Legislação, Justiça e Redação às quatro emendas ao projeto de lei complementar que haviam sido apresentadas pela vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade é Sua. A parlamentar, que ocupou a tribuna para fazer a discussão da propositura, lamentou a extinção da CAP e a centralização da análise na Secretaria Municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos. Ela e Rai de Almeida (PT) votaram contra o projeto de lei complementar, que recebeu 19 votos favoráveis.

"Como trabalhei praticamente 20 anos com isso na Emdhap [extinta Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba], eu não poderia deixar passar sem essa discussão. Esse projeto de lei traz alteração em artigos, que têm a ver com a Comissão de Análise e Parecer, criada em 1994 e que analisa projetos de parcelamento do solo e é composta por técnicos da Prefeitura. Este projeto de lei complementar exclui a CAP e os projetos passam a ser analisados pelas secretarias e centralizados na Secretaria de Obras. Não exclui a análise técnica, porém não tem mais o colegiado", comentou a vereadora.

"Essa agilização poderia ser com a CAP, pois a lei já fala que tem que ser analisado em 30 dias. É importante agilizar, mas centralizar jamais, pois de fato é melhor esses vários olhares. Na CAP, os técnicos são nomeados via decreto e se sabe quem é quem", comparou Silvia Morales, que manifestou estranhamento com outro artigo do projeto, que obriga "dar ciência ao prefeito sobre empreendimentos de grande porte que estão sendo analisados", e criticou o fato de a matéria não ter passado pelo Conselho da Cidade nem ter sido objeto de audiência pública.

Legislativo Ações da Câmara Silvia Maria Morales

Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Supervisão de Texto e Fotografia: Rodrigo Alves - MTB 42.583
Imagens de TV:  TV Câmara

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