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Palestra tira dúvidas sobre cânceres masculinos e femininos
Atividade promovida pela Escola do Legislativo foi alusiva às campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul
Enfermeira Carla Milani e médico urologista Rafael Marmirolli falaram sobre os cânceres femininos e masculinos
Crédito: Rubens Cardia (MTB 27.118)A Escola do Legislativo, da Câmara Municipal de Piracicaba, promoveu, na última quinta-feira (14), uma palestra sore os principais tipos de cânceres que afetam os públicos masculino e feminino. A atividade foi realizada em parceria com os hospitais Unimed e Fornecedores de Cana, em alusão às campanhas Outubro Rosa, de prevenção ao câncer de mama, e Novembro Azul, de prevenção ao câncer de próstata.
“A política pública da saúde é fundamental para prevenção e o diagnóstico precoce dos cânceres femininos e masculinos”, destacou o vereador Pedro Kawai (PSDB), diretor da Escola do Legislativo. Sobre os cânceres femininos, a palestrante foi a coordenadora assistencial oncológica do HFC ONCO, Carla Milani. Ela é enfermeira oncologista e pós-graduada em Gestão de Qualidade e Segurança do paciente e em Cuidados Paliativos e Manejo da Dor. Já o médico urologista da Unimed Piracicaba, Rafael Marmirolli, abordou os cânceres masculinos.
A enfermeira destacou que o objetivo das campanhas é obter multiplicadores das informações sobre as formas de prevenção. Ela afirmou que o câncer de mama corresponde a 25% dos cânceres femininos e, conforme dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), serão somados 73 mil novos casos entre 2023 até 2025. Ela lembrou que a incidência da doença ainda é muito alta nas mulheres, apesar de ser possível a prevenção. Os casos também podem ser diagnosticados nos homens.
“Quando diagnosticado em tempo oportuno, na fase inicial, a chance de cura pode chegar a 95%. O tratamento pode ser realizado com cirurgias menores e tratamentos oncológicos menos invasivos”, colocou. A enfermeira também abordou os fatores de risco para a incidência da doença, como genética e hereditariedade, que não podem ser modificados, mas também os relacionados à qualidade de vida, como obesidade, sedentarismo, consumo de bebida alcoólica e cigarro, que podem ser modificados.
A palestrante também listou os exames de rastreamento, como o autoexame das mamas. “O autoexame é preconizado, mas só detecta nódulos acima de dois centímetros e, através da mamografia, é possível detectar os nódulos menores que um centímetro”, explicou. Segundo a enfermeira, o Ministério da Saúde preconiza a mamografia apenas para mulheres a partir dos 50 anos, mas vários países recomendam a realização do exame a partir dos 40 anos.
“O câncer de mama é uma doença democrática. Antigamente, a gente via poucas mulheres de 40 anos com a doença, mas de uns anos para cá, é mais comum ver meninas de 20, 30 anos”, contou. “Outros tipos de câncer vêm aumentando, como o de colo de útero, de reto e de intestino”. Ela lembrou que, até 2025, estão previstos 17 mil novos casos de câncer de colo de útero, que também é uma doença que se consegue fazer a prevenção através do exame Papa Nicolau.
A enfermeira ainda comentou sobre a imunização de meninas e meninos antes do início da vida sexual contra o vírus HPV, causador do câncer de colo de útero, e sobre o uso de preservativo. “A gente conhece o nosso corpo e sabe o que está anormal. É necessário procurar o médico, fazer os exames regularmente e, na dúvida, investigar”, ponderou.
Câncer de próstata – Já o médico urologista Rafael Marmirolli salientou a necessidade de chamar a atenção dos homens para a prevenção. Ele contou a história da campanha Novembro Azul, que teve início há 20 anos, quando, em uma conversa de bar, médicos tiveram a ideia de deixar os bigodes crescerem para chamar a atenção dos homens para a necessidade de realização dos exames de prevenção ao câncer de próstata, que é feita através dos exames de toque e também do exame de sangue PSA.
No Brasil, a campanha começou em 2011 com o objetivo de prevenir o câncer cuja incidência, nos homens, só perde para o câncer de pele. De acordo com dados do Inca, foram registrados 70 mil novos casos da doença entre 2023 e 2024, que mata uma média de 50 homens por dia. “Detectando na fase inicial, a chance de cura é de 90%. Antigamente, a sobrevida era mais baixa, mas conforme aumentaram os exames de toque e PSA, a sobrevida aumentou cada vez mais”, explicou. “Os sintomas existem, mas quando o paciente chega com sintomas, a doença já teve progressão local ou até com metástase”.
O médico disse que os homens devem ser submetidos aos exames de toque e ao PSA e que um não substitui o outro, já que são complementares. Os exames preventivos são recomendados para a população masculina acima de 50 anos. No entanto, a população de alto risco, como afrodescendentes, obesos e pessoas com histórico familiar devem se submeter aos exames a partir dos 45 anos. O médico também falou sobre o tratamento, que é a cirurgia para retirada da próstata, radioterapia e acompanhamento.
Após as explanações, os profissionais responderam às perguntas do público presente. Confira, neste link, a íntegra da palestra.
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