
Crime e paixão na rua Boa Morte: o caso do Capitão Rodrigo Alves
Câmara Municipal de Piracicaba mantém, no Acervo Histórico, exposição virtual permanente com artefatos que foram utilizados no conflito
Artefatos que são perservados no Setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara
A cidade de Piracicaba celebra, na manhã desta quarta-feira (9), os 93 anos da Revolução Constitucionalista de 1932 com uma solenidade cívica na Estação da Paulista. O evento, organizado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (IHGP), conta com o apoio da Prefeitura, por meio das secretarias de Cultura e Turismo, e da Câmara Municipal de Piracicaba, por intermédio do gabinete do vereador Pedro Kawai (PSDB) e do Setor de Cerimonial, ligado ao Departamento de Comunicação Social.
A cerimônia tem início às 8h com a apresentação da Corporação Musical União Operária, composta por 40 músicos e sob regência do maestro Jonatas Dionísio. Em seguida, será formado o dispositivo oficial com autoridades e representantes de instituições locais, que acompanham os pronunciamentos da Comissão de Eventos Cívicos do IHGP, composta por André Manuel da Silva e Edson Rontani Júnior, responsável por contextualizar historicamente o evento.
O presidente do IHGP, Edson Rontani Júnior, destaca a importância simbólica da escolha da Estação da Paulista como local da cerimônia. “Normalmente, a solenidade ocorre na praça José Bonifácio, junto ao Monumento do Soldado Constitucionalista. Este ano, optamos pela Estação da Paulista por sua relevância histórica: foi dali que partiu, em 16 de junho de 1932, o 1º Batalhão Piracicabano, com 200 voluntários, rumo à Revolução”, explicou. Na ocasião, a mesma Banda União Operária acompanhou o grupo, incentivando e elevando o moral dos combatentes.
Durante o evento, o IHGP entrega a Medalha 1932 à diretoria da Corporação Musical União Operária, além de certificados a cinco estudantes da rede estadual de ensino que participaram de atividades educativas sobre a Revolução, como palestras e um concurso de redação.
Exposição virtual permanente - Como forma de preservar e ampliar o acesso à história da Revolução Constitucionalista, a Câmara Municipal de Piracicaba mantém, desde 2022, uma exposição virtual permanente sobre o tema. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Setor de Gestão de Documentação e Arquivo e o Departamento de Comunicação Social da Casa, e pode ser acessada neste link.
Produzida durante a pandemia da Covid-19, quando o acesso presencial à Câmara estava restrito, a exposição apresenta peças raras do acervo histórico, grande parte doadas pela família do ex-combatente Joaquim Moreno, que participou da Revolução e faleceu em Piracicaba em 2010, aos 96 anos.
Entre os itens disponíveis estão a Medalha M.M.D.C. recebida por Moreno em 1963, objetos de uso pessoal do campo de batalha — como capacete, cantil, marmiteira e vestuário —, além de bandeiras, flâmulas, broches e uma placa de homenagem da própria Câmara.
Relato de Radamés Accorsi – O Departamento de Comunicação Social também disponibiliza, anexo a essa matéria, uma reportagem produzida pelo jornalista Fábio Alvarez, com imagens de Márcio Braga e Gustavo Annunciato, e edição de Paulo Soares, em que traz o relato de Walter Radamés Accorsi acerca de como era a vida de um combatente de 1932.
“Tinha de tudo, tinha carrapato, tinha miséria, tinha fome e não tinha aonde dormir, porque a vida de combatente geralmente é uma vida selvagem”, disse Accorsi, durante uma solenidade, realizada em 2005, com o objetivo de homenagear os piracicabanos que participaram do conflito em defesa do Estado de São Paulo.
Marco da luta democrática - A Revolução Constitucionalista de 1932 foi o maior conflito armado do Brasil no século XX. O movimento surgiu como reação ao regime autoritário de Getúlio Vargas, que assumiu o poder após a Revolução de 1930, fechou o Congresso Nacional e suspendeu a Constituição vigente. A ausência de representantes paulistas no governo federal e a nomeação de interventores de fora do Estado acirraram os ânimos.
O estopim do conflito foi a morte dos estudantes Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade, durante um comício em 23 de maio de 1932. As iniciais de seus nomes — M.M.D.C. — deram origem à sigla que batizou o movimento armado.
Em 9 de julho, tropas paulistas lideradas pelo general Isidoro Dias Lopes tomaram o controle do Estado e iniciaram uma ofensiva rumo ao Rio de Janeiro. Sem apoio efetivo de outros estados, São Paulo foi cercado por tropas federais. Ainda assim, a mobilização popular foi expressiva: cerca de 200 mil voluntários — dos quais 60 mil combateram efetivamente — participaram da campanha, inclusive 800 piracicabanos.
Embora derrotado militarmente em outubro daquele ano, o movimento conquistou importantes vitórias políticas. A pressão paulista resultou na convocação da Assembleia Constituinte e na promulgação da nova Constituição Federal, em 1934.
Crime e paixão na rua Boa Morte: o caso do Capitão Rodrigo Alves
Alunos do Senac participam do Conheça o Legislativo, nesta quarta (2)
Em comunicado, Câmara anuncia reunião extraordinária para votar PL 136/2025
Achados: antes de existir a internet, existia a ‘Cartilha da Cidadania’
Por meio do projeto Conheça o Legislativo, Câmara recebe alunos do Senac
Conheça o Legislativo recebe alunos da E.E. Maria de Lourdes Silveira Cosentino
Câmara analisa projeto da LDO 2026 nesta quinta-feira (26)
Palestra alerta para risco de escassez hídrica e aponta soluções para Piracicaba
Câmara recebe alunos da Escola Waldorf Novalis no projeto Conheça o Legislativo
Câmara recebe alunos do Senac no projeto Conheça o Legislativo
Acervo digital da Câmara revive colorido do balonismo em Piracicaba
Câmara promove audiência pública para discutir má conservação de fios em postes
PL prevê afixação de carta de direitos de crianças e adolescentes em escolas
Entronização de Cristo no plenário marca retorno da Câmara pós-Estado Novo
Projeto sobre Conselho de Regulação e Controle Social é aprovado na Câmara