O comandante do 16º Grupamento de Bombeiros de Piracicaba, Rubens Delsin, e o subcomandante da unidade, major Jurandir Antonio da Silva, estiveram na Câmara na manhã desta segunda-feira, dia 25, para discutir meios de a cidade ampliar o investimento no combate a incêndios. A reunião contou com a participação do presidente da Câmara, José Aparecido Longatto (PSDB), e do vereador Walter Ferreira da Silva, o Pira (PPS), que intermediou o encontro.

Os bombeiros buscam apoio para duas reivindicações: a conquista de um chassi para a montagem de uma nova viatura e a instalação de uma base nas proximidades da futura fábrica da Hyundai, na região do Distrito Industrial Norte. Uma das ideias é de que parte dos recursos economizados pela Câmara em 2010 seja empregada na transformação do chassi. Neste ano, até outubro, a Casa de Leis devolveu R$ 2 milhões à Prefeitura; em 2009, a economia chegou a R$ 3,2 milhões.

Longatto ressaltou que não cabe à Câmara decidir o que será feito com esse recurso, mas prometeu conversar com o prefeito Barjas Negri (PSDB) e dar uma resposta até a próxima quinta-feira, dia 28. A necessidade de uma solução rápida tem explicação: o Comando do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo adquiriu, no último dia 6, 20 chassis, que são a base sobre a qual se monta uma viatura de combate a incêndios. O chassi representa metade do preço total (cerca de R$ 600 mil) de um caminhão; a outra parte dos custos divide-se em gastos com materiais hidráulicos e equipamentos para salvamento em altura, por exemplo.

Com a aquisição feita pelo Comando, cabe aos Grupamentos, em parceira com os poderes municipais, apresentar um termo de compromisso para receber o chassi, que viria "de graça" --bastaria apenas comprovar que se dispõe da outra parte dos recursos necessários para transformá-lo numa viatura. A cidade escolhida é definida segundo a ordem de chegada do termo. Limeira e Pirassununga já foram contempladas; outros 21 municípios estão no páreo (desses, 6 pleiteiam 2 chassis).

“Temos de correr contra o tempo”, disse Longatto, sobre a urgência de conseguir os recursos para viabilizar a vinda do chassi. De acordo com o presidente da Câmara e o vereador Pira, na conversa que se terá com a Prefeitura serão usados dois argumentos para ampliar os investimentos na unidade local do Corpo de Bombeiros: a necessidade de se instalar um posto avançado ao lado da Hyundai, que atenderia toda a região próxima, e o risco de Piracicaba perder o chassi para outras cidades.

INVESTIMENTOS
Durante o encontro na Câmara, o major Jurandir destacou a importância de Piracicaba contar com uma nova viatura e reconheceu o apoio dado pela Prefeitura aos bombeiros. “Em quase 20 anos aqui, nunca vimos esse volume de investimentos”, disse. Entre as melhorias apontadas pelo major, estão a implantação de um sistema de troca de informações mais ágil, o término da construção de um novo prédio e a compra de viaturas leves e motos, além de um caminhão de apoio com reservatório para 20 mil litros de água.

Jurandir, no entanto, explicou que a vinda de um chassi zero-quilômetro amenizaria três problemas que o Grupamento enfrenta, a começar pela substituição da viatura que atua na fase inicial do combate a incêndios. O atual caminhão, de 1992, veio de São Paulo, acumula alta rodagem e já passou por vários consertos –os gastos com manutenção acabam superando as poucas despesas que uma nova viatura teria. Além disso, a parte da cidade que engloba Vila Resende e região, situada na margem direita do Rio Piracicaba, tem estrutura pior que a do lado esquerdo. “Se algum lugar pega fogo e o socorro demora mais de 5 minutos para chegar, só se torna possível fazer o rescaldo”, explicou o major. Se vier, a nova viatura atuará exatamente no combate inicial ao fogo, que exige rapidez na chegada até o local da ocorrência. É por isso que essa viatura, conhecida como auto-bomba, deve ser leve e contar com reservatório de, no máximo, 3 mil litros de água.

O terceiro aspecto que deve ser beneficiado com a vinda de uma nova viatura tem relação com a importância da unidade dos bombeiros de Piracicaba na região. O 16º Grupamento atende atualmente 7 cidades que, juntas, somam 460 mil habitantes. São elas: Piracicaba, Rio das Pedras, Saltinho, Águas de São Pedro, Charqueada, São Pedro e Santa Maria da Serra. Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, apenas 135 (pouco mais de 20 por cento do total) contam com uma base dos bombeiros.

“Muitas pessoas só se lembram dos bombeiros quando acontecem tragédias. Temos de acompanhar o crescimento da cidade”, justificou o comandante Rubens, sobre a necessidade do investimento. Além dessas reivindicações pontuais, o 16º Grupamento tem a meta de implantar, a médio prazo, novas bases em duas regiões: Pauliceia e Santa Terezinha. O estudo que apontou ambas as localidades como prioritárias foi feito pelos bombeiros com base em fatores como a população do lugar e o número de ocorrências vindas da região.

AGRADECIMENTOS
Ao final da visita, o comandante Rubens e o major Jurandir destacaram o empenho de diversas forças piracicabanas em conquistas recentes do Corpo de Bombeiros local, como a Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto de Piracicaba) e a própria Câmara. Eles agradeceram a aprovação de leis como a que obrigou loteamentos a instalarem hidrômetros com espaçamento e quantidade predeterminados.

Segundo Jurandir, Piracicaba está entre as melhores cidades do Estado em cobertura por hidrantes. Ele citou que, até há pouco tempo, o município tinha os mesmos 100 hidrantes que Campinas, que possui o triplo de habitantes. Atualmente, Piracicaba expandiu sua rede para 250 hidrantes, enquanto Campinas parou em 120.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTOS: Márcio Bissoli / MTB 48.321