O ex-volante do São Paulo FC Francisco Jesuíno Avanzi, o Chicão (59 anos) faleceu as duas horas da manhã de hoje (08/10) na UTI do Hospital Nove de Julho, de complicações após cirurgia para a retirada de um tumor canceroso no esôfago. Seu velório acontecerá no Salão Nobre "Helly de Campos Melges " da Câmara de Vereadores de Piracicaba, a partir das 15 horas. O sepultamento acontecerá amanhã (09/10), as 10h30 no Cemitério Parque da Ressurreição, em Piracicaba.

Paulista de Piracicaba, Chicão ingressou na equipe profissional do XV de Piracicaba, o popular "Nhô Quim", em 1968. Na época, Cilinho, era o técnico, viu três treinos dos juvenis do XV, gostou da atuação do jovem volante e o levou para a equipe profissional. Antes de completar 20 anos, chegou a ser emprestado para o União Barbarense, depois se transferiu para a Ponte Preta.

Na Macaca mais uma vez comandado pelo treinador Cilinho, destacou-se e, em 1973, teve seu passe negociado com o São Paulo. Na época, a transação entre Ponte e São Paulo foi muito comentada.

No Tricolor do Morumbi, Chicão viveu sua melhor fase. Em 1974, ele teve sua primeira experiência na Seleção Brasileira e por pouco não disputou a Copa do Mundo da Alemanha. Convocado no grupo dos 22 jogadores e acabou sendo cortado pelo Zagallo, que preferiu o Carpegiani, pouco antes de ir para a Alemanha. Em 1976, voltou a integrar o selecionado para a disputa da Copa Atlântico. Como o técnico era o Brandão, a Seleção foi campeã e o volante atuou em todas as partidas da competição.

Campeão paulista em 1975, Chicão ajudou o São Paulo a conquistar o seu primeiro título brasileiro em 1977. Na ocasião, o Tricolor do Morumbi superou o favorito Atlético Mineiro nos pênaltis, em pleno Mineirão, e comemorou seu primeiro título nacional. Quando foi a sua vez de cobrar escorregou e perdeu o pênalti. Nos treinamentos havia feito doze cobranças e perdido apenas uma. Mesmo assim, o São Paulo foi Campeão Brasileiro pela primeira vez.

Se em 1974 aconteceu a frustração de ser cortado da Seleção Brasileira às vésperas do Mundial, em 1978 a situação foi diferente. Chicão teve oportunidade de fazer parte do time canarinho "campeão moral" na Argentina.

Pelo Tricolor, foram 312 jogos (142 vitórias, 11 empates, 59 derrotas), 19 gols marcados e os títulos do Brasileirão de 1977 e do Paulista de 1975, segundo o Almanaque do São Paulo de Alexandre da Costa.

Muita gente pensa que era o Chicão o jogador que dividiu com Ângelo na final do Campeonato Brasileiro de 1977. O atleticano Ângelo fraturou a perna no lance. Mas o são-paulino que dividiu com o jogador do Galo foi Neca, ex-Grêmio, Corinthians e Cruzeiro.

Menção Obrigatória

Texto:  Rubens Fontão MTb: 20.493

Foto Digital: Davi Negri Mtb 20.499