Requerimento tem novos questionamentos sobre o serviço UPA + LIVRE
CPI faz diligência na UPA para averiguar protocolos e estoque de soro
Membros da CPI do Caso Jamilly se concentraram na obtenção dos registros a respeito do soro antiescorpiônico e nos espaços por onde a paciente passou na UPA Vila Cristina
À tarde, CPI fez diligência na UPA, averiguou o estoque e registros de aplicação do soro antiescorpiônico
Crédito: Rubens Cardia (MTB 27.118)A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Municipal de Piracicaba para investigar o caso da morte da menina Jamilly Vitória Duarte, de 5 anos, realizou, na tarde desta segunda-feira (30), uma diligência na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Cristina, onde a menina recebeu o primeiro atendimento, na noite de 11 de agosto. Picada por escorpião, a paciente não recebeu o soro antiescorpiônico na unidade, que é referência para esses acidentes. Ela foi transferida para a Santa Casa, onde recebeu o soro, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.
Na UPA, os membros da CPI visitaram a sala de armazenamento do soro antiescorpiônico, onde, nesta segunda-feira, havia 12 ampolas do insumo. Eles também requisitaram os registros de aplicação do medicamento, mas, no local, foram encontrados dados apenas a partir de 30 de agosto, após o caso de Jamilly. Em outro livro apresentado pela chefia de enfermagem, foram localizados os dados referentes ao período de atendimento da paciente, que serão posteriormente analisados pela comissão.
Os vereadores também percorreram todos os espaços por onde Jamilly passou, na noite de 11 de agosto. Como já havia sido identificado através dos depoimentos, a criança, apesar de apresentar sintomas graves, permaneceu o tempo todo na sala de observação e não na sala de emergência da UPA. “Viemos ver se os depoimentos estavam amparados na documentação e vamos juntá-la à CPI”, afirmou o relator, vereador Gustavo Pompeo (Avante). “Em relação ao soro antiescorpiônico, viemos observar se o fluxo encaminhado pelo Ministério da Saúde e se o que nos foi apresentado está sendo seguido na unidade”.
Para o presidente da CPI, vereador Acácio Godoy (PP), a diligência vai ajudar a dar celeridade aos trabalhos. “Observamos que alguns dos protocolos ficaram organizados de maneira mais clara após o acontecimento, quer dizer que a repercussão do caso da Jamilly já produziu algumas ações”, disse. “Viemos atrás de informações por causa da pressa de já chamarmos algumas pessoas e entendermos alguns processos”.
Os demais membros da CPI também participaram da diligência – vereadores Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira, Pedro Kawai (PSDB) e Paulo Camolesi (PDT).
Durante a diligência, os vereadores foram atendidos pela gerente administrativo da UPA, Aline Bertoloni, que trabalha para a OSS (Organização Social de Saúde) Mahatma Gandhi, administradora da unidade. “Os vereadores conheceram todo o fluxo da unidade, foram apresentados os nossos protocolos, temos todos fixados nos consultórios médicos”, afirmou a responsável. “Eles viram as quantidades de doses (de soro antiescorpiônico) e o caderno-ata de registros de todas as doses utilizadas”.
Depoimento – No período da manhã, a CPI tomou mais um depoimento sobre o caso, no Plenário da Casa. A gestora do cuidado da Santa Casa, Denise Corrêa de Oliveira Lautenschlaeger, detalhou aos vereadores sobre como é ativado o protocolo para atendimento de casos de escorpionismo, assim que um paciente dá entrada no hospital ou chega transferido de outra unidade, como foi o caso de Jamilly. Segundo a diretora, o protocolo para casos de picada de escorpião pode ser iniciado por qualquer médico ou enfermeiro que presta atendimento, em sistema de prioridade.
Ela ainda explicou como se dá o processo de treinamento de novos funcionários a respeito das rotinas e demais procedimentos internos, através da atuação de um núcleo de desenvolvimento de pessoas, pelo período de 30 dias. Além disso, nos 60 dias seguintes, o coordenador do setor onde o novo funcionário é lotado fica responsável por transmitir a aplicação dos protocolos próprios de cada local. Outra informação da gestora é que os protocolos ficam à disposição nas áreas de atuação e os funcionários são submetidos a uma rotina de educação continuada.
Em relação ao caso de Jamilly, a gestora disse que não estava presente, mas foi informada no domingo, 13 de agosto, a respeito do óbito da criança. Na segunda-feira, ela avaliou o prontuário, conversou com as equipes e identificou que o protocolo de atendimento foi seguido corretamente no hospital.
A CPI do Caso Jamilly vai dar continuidade aos depoimentos nesta terça-feira (31), a partir das 8 horas, com a participação da médica responsável pela paciente na Santa Casa e dos representantes da direção do hospital.
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