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Cálculo serve de base para pagamentos por serviços ambientais e, em alguns países, já é usado como parte integrante do preço de venda de uma propriedade.
Bruna Arantes apresentou os resultados da pesquisa de campo que fez em São Paulo
Já parou para pensar em quanto pode valer, em dinheiro mesmo, a árvore que cresceu em frente de onde você mora? E se espantaria em saber que ela pode estar avaliada no mesmo patamar que a própria casa ou o equivalente a dois carros de luxo? Pois foi com este objetivo que a pesquisadora Bruna Lara Arantes levou a campo estudo desenvolvido em São Paulo e compartilhado na tarde desta quinta-feira (20) no encerramento do curso "Silvicultura urbana: plantar, avaliar e manejar".
O ciclo de palestras teve nove encontros promovidos desde o início do ano pela Escola do Legislativo, da Câmara de Vereadores de Piracicaba. A apresentação comandada por Bruna, sobre o tema "Valoração monetária de árvores urbanas", foi transmitida pela plataforma virtual Zoom, em que mais de 30 pessoas inscritas tiveram acesso à sala de reunião, e pelo canal da Escola no YouTube.
Doutoranda em recursos florestais na Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo), a pesquisadora exibiu os resultados da pesquisa que fez junto com dois colegas de turma em dois bairros da capital, Itaim Paulista e Nossa Senhora do Ó, para obter o valor das árvores de cada localidade.
O resultado foi possível a partir da aplicação de uma fórmula, que levou em conta fatores como a condição da árvore (quanto à sua saúde), sua localização (se plantada em calçada ou parque, por exemplo), seus dados biométricos (diâmetro, tamanho, altura da primeira ramificação), o valor da espécie (se nativa, centenária, invasora etc.) e sua frequência (se era comum ou rara) no inventário de que fez parte.
No Itaim Paulista, de 57 "indivíduos arbóreos" catalogados, os maiores valores foram alcançados por duas figueiras (R$ 126 mil e R$ 183 mil) e uma paineira (R$ 195 mil). Bruna explicou que árvores maiores e mais altas atingem cifras maiores, na aplicação da fórmula, porque têm mais biomassa, captam mais poluentes, fornecem mais sombra, ajudam mais na redução do efeito estufa e, por serem altas, seus galhos ficam acima da fiação, diminuindo o conflito com a rede elétrica e evitando que passem por podas drásticas. "Uma árvore grande, antiga e bem cuidada pode valer até 20 das pequenas", projetou.
De acordo com Bruna, ter uma métrica que permita conferir valor a uma árvore gera benefícios que vão desde avanços na educação ambiental da população, já que é mais um índice a colaborar na formação da consciência sobre o tema, até a contribuição para a tomada de decisões quando, por exemplo, o Poder Público precisa remover espécies para executar uma obra.
"A avaliação econômica permite que a gente faça escolhas em projetos de remoção ou plantio, para que elas não sejam 100% subjetivas. Se eu preciso fazer uma construção, vou remover a árvore centenária ou a palmeira que nasce rápido e não tem valor histórico? E entre um pau-brasil e um flamboyant de jardim, que é um arboreto e tem uma flor miúda, tóxica muitas vezes?", comparou.
Conferir valor monetário a árvores também serve de base para o cálculo de pagamentos por serviços ambientais e, em alguns países, já é usado como parte integrante do preço de venda de uma propriedade ou do aluguel cobrado por ela. No Brasil, embora esse acréscimo não seja explícito, isso já ocorre, segundo o exemplo citado por Bruna, na região do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em que casas da região implicitamente agregam em seu valor o fato de estarem próximas à principal área verde da cidade.
"Estamos falando de um valor econômico. Para quem é da área ambiental, é fácil dar valor às coisas da natureza, mas temos de lembrar que muita gente não é, por isso é importante ter essa valoração monetária", disse a doutoranda, explicando que sua pesquisa utilizou o método por fórmula para alcançar os resultados pretendidos —além dele, há outros dois: o hedônico e o contigente.
O primeiro resulta das respostas obtidas ao se entrevistar moradores da localidade, perguntando-lhes sobre o valor que atribuiriam às árvores diante dos benefícios que elas lhes fornecem. "No hedônico, você atribui um valor à influência do serviço ambiental: 'Se você tivesse que pagar para ter esse frescor que a árvore lhe oferece, quanto acha que vale?'. É um tipo de pesquisa subjetiva, mas a ideia é de que você pegue um número suficiente de pessoas para ter então uma estimativa do bairro, da cidade, trazendo a percepção da população para a sua avaliação", explicou. Já o método contingente faz uso tanto das entrevistas quanto de fórmula matemática.
Bruna concluiu sua apresentação observando que, para o aprimoramento do método por fórmula, novos itens de avaliação podem ser incluídos, como a penalização do uso de espécies invasoras, a penalização de espécies não adequadas à arborização urbana (dois fatores que "tirariam pontos" do valor final da árvore) e a valoração do uso de espécies nativas em risco de extinção (que "acrescentaria pontos" ao cálculo final).
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