
Vereador reforça pedido à Prefeitura para pavimentação no Ondinhas
No dia seguinte à queda do Comurba, um dos principais jornais da cidade não circulou; anúncio foi publicado no Jornal de Piracicaba
A capa de ‘O Diário’, de 10/11/1964, traz a nota “Circulação deste diário”. Documento preservado na coleção ‘Memória Comurba’, disponibilizado no site oficial da Câmara
Crédito: Arquivo Histórico da CâmaraLogo após o almoço daquele 6 de novembro de 1964, Sebastião Ferraz, Geraldo Nunes, Euclésio Boscariol e demais funcionários chegavam à sede de O Diário de Piracicaba, no número 642 da rua Prudente de Moraes, no quarteirão entre a rua Alferes José Caetano e a Praça José Bonifácio.
De repente, naquele início de tarde, por volta das 13h35, um forte estrondo foi ouvido, tremores foram sentidos no chão. Uma densa nuvem de poeira se ergueu. Dentro da sede de O Diário, os profissionais viam fios elétricos se arrebentando e soltando faíscas, ouviam gritos e pedidos de socorro vindos da rua.
Euclésio Boscariol, mantendo a calma, dizia aos companheiros de trabalho: “Não corram para a rua, há fios elétricos arrebentados. Vamos para os fundos”. Na hora, não sabiam o que havia acontecido. Somente quando, movidos por um sentimento humanitário, saíram prestar socorro é que descobriram que metade do Edifício Luiz de Queiroz, o Comurba, havia ruído.
A metade que ficava para os lados da rua Prudente de Moraes, em questão de segundos, já não mais existia. Caíra e se transformara numa montanha de destroços. Ante a tragédia inaudita, veículos da imprensa escrita da cidade trabalhavam a todo vapor, a fim de, na manhã seguinte, levar as notícias, em detalhes, aos leitores.
Dentre os jornais, O Diário de Piracicaba estava impossibilitado de realizar qualquer atividade jornalística. Embora sua sede não tenha sido destruída, a proximidade do prédio com o Comurba forçou a paralisação dos trabalhos, já que a área do entorno do edifício ficou interditada por questões de segurança.
No dia seguinte à maior tragédia da cidade, O Diário não conseguiu dar a notícia. Não conseguiu ter o que seria considerada uma edição histórica. Pois ele, o jornal, estava, naquele momento, entrando para História. Ele, O Diário, virava notícia.
O dia em que O Diário se tornou notícia é o destaque da Série Achados do Arquivo, produzida pelo Setor de Gestão de Documentação e Arquivo em parceria com o Departamento de Comunicação Social da Câmara Municipal de Piracicaba.
No sábado, 7 de novembro de 1964, dia seguinte à catástrofe, o Jornal de Piracicaba trazia uma ampla cobertura dos fatos, tendo, na capa, a manchete: “Impressionante catástrofe abalou a cidade”. Além da longa matéria abordando o acontecido em todos os detalhes, a primeira página trazia uma nota:
“O ‘Diário’ não circulou hoje – Em virtude da interdição da rua Prudente de Moraes, entre a Praça José Bonifácio e rua Alferes José Caetano, onde estão localizadas a redação e a oficina do ‘Diário de Piracicaba’, esse jornal não está circulando hoje”.
O inusitado: um jornal, cuja função é dar notícia, acabou sendo ele o objeto da notícia.
Observar os acontecimentos à distância e tomar nota dos mesmos é uma coisa. Estar inserido nos fatos, fazer parte dos acontecimentos, e ainda assim, fazer os registros, é outra.
Pelos atribulados dias seguintes, a circulação de O Diário se deu de maneira intermitente. Voltou com as edições da terça-feira, 10, e quarta-feira, 11 de novembro, graças à generosidade de outros dois jornais da cidade, Folha de Piracicaba e Tribuna de Piracicaba, que cederam suas instalações aos profissionais de O Diário.
Refletindo a incerteza do momento, a edição do dia 10 trazia, em destaque, a nota:
“Circulação deste Diário – Como podem observar os nossos leitores, estamos hoje circulando em menor formato e com menor número de páginas, mas em edição que, mesmo assim, representa grande esforço.
Graças à gentileza de diretores da Tribuna de Piracicaba S.A., que, embora em fase de mudança, nos franquearam suas oficinas, e da direção da Folha de Piracicaba, que agora nos cede máquina para a composição de parte da matéria, reduzindo suas edições normais, pudemos voltar à circulação.
Dependendo de outro maquinário e de feitura manual para a maior parte desta e das demais edições (enquanto perdurar a interdição de nossas instalações), mais uma vez apelamos para a compreensão de nossos leitores e anunciantes, com relação às nossas falhas. Mesmo porque ainda não sabemos se será possível, nestas condições, a feitura de edições diárias, se perdurar por muitos dias o impedimento de nossas oficinas.
Queremos, de público, agradecer a todos que conosco têm colaborado para possibilitar que não seja de todo interrompida por vários dias seguidos a nossa circulação, em especial aos funcionários da Folha de Piracicaba, da Editora Aloisi Ltda., e da Tribuna de Piracicaba”.
No dia 11, outra nota, com o seguinte teor:
“Infelizmente, chegamos à conclusão de que baldados serão daqui para a frente nossos esforços no sentido de continuarmos a circular normalmente dependendo da feitura de nossas edições fora de nossas instalações, que se localizam na área interditada em consequência do desabamento do prédio da Comurba.
Assim, muito a contragosto, de amanhã em diante O Diário de Piracicaba deixará de circular, só voltando a fazê-lo quando tivermos condições de trabalho em nossas próprias oficinas e redação.
Uma vez mais apelamos para os nossos assinantes e anunciantes, certos de sua compreensão por uma situação determinada pela catástrofe que está afetando a vida normal de toda a cidade.
Reiteramos nossos agradecimentos a todos quantos nos têm ajudado nesta emergência difícil”.
Em que pese a boa vontade da Folha e da Tribuna, produzir o jornal em outro local não era a mesma coisa que fazê-lo em sede própria. A falta de um lugar adequado aos trabalhos jornalísticos fez com que O Diário não circulasse nos dias 12, 13 e 14 de novembro.
Somente no dia 15 de novembro, após estar definitivamente de volta à sua sede, é que O Diário voltou a circular normalmente. Nove dias após o trágico acontecimento, O Diário de Piracicaba conseguia, finalmente, e na medida do possível, voltar à sua normalidade de funcionamento.
Conseguia voltar a ser o portador de notícias, e não ser ele próprio, o jornal, a notícia.
ACHADOS DO ARQUIVO - A série "Achados do Arquivo" se pauta na publicação de documentos do acervo do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo, ligado ao Departamento Administrativo. A iniciativa do Setor de Documentação em parceria com o Departamento de Comunicação Social, com publicações no site da Câmara às sextas-feiras, visa tornar acessíveis ao público as informações do acervo da Casa de Leis.
Vereador reforça pedido à Prefeitura para pavimentação no Ondinhas
Vereador usa tribuna para falar sobre projeto da Escola do Legislativo
Requerimento cobra asfaltamento da estrada Ondinhas
Câmara volta a analisar projeto sobre instalação de armário para aluno
Vereadora fala de ações realizadas pela Procuradoria da Mulher
Um tiro no Bairro Alto: sangue e ciúmes na Piracicaba do Século 19
Vereador divulga trabalho do Lar Escola Coração de Maria
Três votos de congratulações são aprovados na 6° Reunião Ordinária
Audiência pública vai debater segurança infantil no ambiente digital
Em requerimento, vereador cobra solução para déficit de vaga em creche
Vereador afirma que haverá negociação de dívidas fiscais
Vereador sugere farmácia para a UBS do Parque Piracicaba
Vereador pede mudança dos pelotões Escolar e Ciclístico para o centro
"Programa Saúde da Família está desestruturado", afirma vereadora
Projeto que veda flanelinhas irregulares tem parecer favorável da CLJR