Durante a 20ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Piracicaba, realizada na noite desta segunda-feira (14), o presidente da Casa, vereador Rerlison Rezende (PSDB), o Relinho, usou a tribuna para dar continuidade à fala iniciada na sessão anterior sobre a conscientização e o fortalecimento das políticas públicas voltadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). O parlamentar destacou as ações de seu mandato na área e fez apelos por maior efetividade das iniciativas em andamento.

Ao iniciar sua fala, Relinho compartilhou a preocupação com a deficiência de atendimentos e estruturas voltadas às crianças autistas, realidade que, segundo ele, vai além dos limites de Piracicaba. “O diagnóstico já é difícil. Depois que vem o diagnóstico, os pais não sabem onde recorrer. Faltam profissionais, faltam terapias no dia a dia”, afirmou.

O presidente da Câmara mencionou uma situação específica envolvendo a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), que, segundo ele, deixará de oferecer em junho um projeto gratuito voltado ao atendimento de crianças autistas. Ele pediu ao vereador Laércio Trevisan Jr. (PL) para interceder junto à direção da unidade, afirmando que já enviou ofícios, mas não obteve retorno. “Em um momento em que precisamos avançar, estamos retrocedendo”, alertou.

Relinho também apresentou, por meio de slides, ações desenvolvidas por seu gabinete, como a autoria do Projeto de Lei 79/2023, que autoriza a criação da carteirinha municipal de identificação da pessoa com autismo. Ele cobrou a efetivação da medida, que ainda não foi implementada pela Prefeitura. 

“Essa carteirinha é importante para que crianças autistas não sejam mal interpretadas em espaços públicos. Muitos pais relatam que os filhos são vistos como mal-educados por não conseguirem esperar, quando, na verdade, têm um transtorno que precisa ser compreendido.”

Outro projeto citado pelo vereador obriga estabelecimentos públicos e privados a incluírem placas com o símbolo mundial do autismo para atendimento prioritário. Ele também mencionou a indicação apresentada para o aumento da remuneração dos auxiliares de ação educativa, com o objetivo de melhorar o acolhimento às crianças autistas nas escolas municipais.

Relinho reforçou a importância da inclusão escolar, contrapondo-se à proposta de criação de escola para autistas. “Não queremos segregação. A luta das famílias é por inclusão. Essas crianças precisam estar nos mesmos espaços que as outras e precisamos capacitar os profissionais que já atuam na rede.”

O vereador cobrou ainda um retorno do Poder Executivo sobre a audiência pública realizada pela Câmara, que reuniu mães, pais e especialistas para discutir avanços nas políticas públicas voltadas ao TEA. Segundo ele, as famílias aguardam encaminhamentos concretos. “Cada dia que passa sem atendimento é um dia perdido. Estamos cobrando porque acreditamos que Piracicaba pode, sim, ser referência nessa área.”

Relinho reafirmou seu compromisso com as famílias atípicas. “Contem comigo e com esta Casa Legislativa. A luta do autismo é diária, e nós vamos continuar avançando.”