EM PIRACICABA (SP) 27 DE JANEIRO DE 2010

Câmara concede Moção de Aplauso à Irmandade da Santa Casa pelos 155 anos de fundação

A Câmara de Piracicaba, conforme iniciativa do vereador André Bandeira (PSDB), concedeu Moção de Aplauso (149/09), aprovada por unanimidade, que parabaniza a Irmand (...)




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Crédito: Comunicação


A Câmara de Piracicaba, conforme iniciativa do vereador André Bandeira (PSDB), concedeu Moção de Aplauso (149/09), aprovada por unanimidade, que parabaniza a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba pelos 155 anos de fundação. A entrega da comenda aconteceu na manhã desta quarta-feira (27), às 9h00, no setor administrativo da Irmandade, sob a coordenação do provedor da Irmandade, João Orlando Pavão, mediante a presença de diretores, médicos e representantes dos funcionários. O vereador Ary de Camargo Pedroso Júnior (PDT), que também pertence ao corpo clínico da Santa Casa participou do ato solene na entrega da Moção.

 

O vereador André Bandeira destacou o reconhecimento da Câmara ao trabalho que a direção da Santa Casa desenvolve em Piracicaba, o que evidencia a Irmandade como uma das mais promissoras no Brasil, devido ao tratamento diferenciado que dá aos seus associados e ao humanismo dedicado ao cidadão. Também ressaltou a inserção social da entidade no atendimento das demandas sociais, o que abrange atendimento pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

 

O provedor da Irmandade da Santa Casa, João Pavão, em agradecimento ao recebimento da comenda, lembrou que a Câmara foi a primeira entidade a homenagear a Santa Casa pela passagem dos 155 anos. Também falou  da busca por melhorais, que passam pela conquista de certificados de reconhecimento, a exemplo do ONA (Organização Nacional de Acreditação), na implantação de novas metodologias, que implicam no atendimento diferenciado, criação de farmácias em cada unidade, e outras alterações estruturais visando melhor atendimento à população.

 

Moção

 

Considerando que a Santa Casa de Piracicaba é uma das instituições de saúde mais tradicionais do Brasil, constituindo uma das estruturas mais consolidadas do sistema de hospitais de misericórdia, tradição portuguesa trazida ao Brasil pelos jesuítas e que deu início à história da atenção hospitalar à época da colonização e durante o Império;


Considerando que a Santa Casa de Piracicaba foi fundada em 25 de dezembro de 1.854 pelo comerciante português José Pinto de Almeida;


Considerando que, Piracicaba tornou-se referência regional de Saúde e que nem sempre foi assim. Neste longo caminho percorrido, a Santa Casa é a principal referência, o maior Hospital da região;


Considerando que o início da construção do prédio do hospital foi no ano de 1861, sendo que a conclusão da obra deu-se em meados de 1869. Em 20 de julho de 1883, foram abertas as enfermarias do hospital para receberem os doentes pobres que precisavam de tratamento;


Considerando que entre os anos de 1887 e1889, José Fernando de Almeida Barros conseguiu tirar a instituição do período crítico de instabilidade que a levaria, em breve, ao fechamento do hospital. Nessa época o governo provincial fez a primeira contribuição à Santa Casa. O patrimônio cresceu ainda mais, com o recebimento de quotas de loterias e com a venda de algumas ações da Estrada de Ferro Ituana, deixadas por José Pinto de Almeida;


Considerando que, sucedido por Miguel Antonio Gonçalves de Arruda, Antonio Teixeira Mendes foi provedor de 1891 à 1898. Destacam-se nesse período, a construção do necrotério, pelo irmão Major Antonio Barbosa Ferraz Júnior, da doação à Irmandade do "Teatro Santo Estevam" e de donativos para a criação do Hospital de Alienados, pelo Barão de Rezende;


Considerando que, o Sr. Barão de Rezende exerceu o cargo de provedor de 1898 até a época de seu falecimento em agosto de 1909. Durante sua gestão, a administração do Asilo de São Lázaro passou a ser feita pela Irmandade da Santa Casa, a parte central do hospital passou por reforma, implantou-se a enfermaria para mulheres, construíram 8 casas na rua da misericórdia e o Teatro "Santo Estevam";

 

Considerando que, o Dr. Francisco Morato foi provedor entre 15 de agosto de 1909 e 3 de julho de 1910. Em sua administração foram computados os imóveis da Santa Casa por estimação e não por custo como se fazia;


Considerando que, eleito em 3 julho de 1910, Dr. Antônio Augusto de Barros Penteado ocupou o cargo até 15 de janeiro de 1914, em sucessivas reeleições. No primeiro ano de administração, o provedor iniciou e terminou a construção de um edifício na frente do velho hospital. Nesse edifício funcionava o vestíbulo, salas de consultas, sala de curativos, depósito de farmácia, enfermaria de operados, sala de esterilização, sala de operação, banheiro e gabinete sanitário;


Considerando que o Asilo de São Lázaro não tinha personalidade jurídica, portanto, não tinha Irmandade ou Estatuto, ele foi incorporado à Santa Casa , que ficou com o encargo de o mantê-lo como uma dependência, nas mesmas condições anteriores. Em 1913, criou-se o cargo remunerado de capelo. A provedoria de Antônio Penteado e o irmão Oscarlino Dias organizaram o projeto de Regimento Interno do Hospício Barão de Serra Negra e do Asilo São Lázaro;


Considerando que, o Dr. Oscarino Dias foi eleito em 31 de janeiro de 1815 e permaneceu no cargo até 1920. A diretoria clínica continuava à cargo do Dr. Torquato da Silva Leitão. A direção do serviço econômico e administrativo estava à cargo das irmãs dominicanas e portuguesas, acordo firmado na gestão anterior, e foram substituídas pelas irmãs franciscanas brasileiras. Foram feitas as reformas e ficou acertado que no novo edifício do asilo ia ser construído um pavilhão para abrigar os leprosos;


Considerando que, Dr. Coriolano Ferraz do Amaral foi eleito em assembléia geral ordinária, em 18 de janeiro de 1920. Surgiu nesta gestão a preocupação em ampliar o hospital. Com o intuito de se conseguir recursos para a construção do outro hospital, foram feitas várias atividades no centenário da independência. As festas de 7 de setembro de 1922 foram programadas por uma comissão nomeada pela mesa administrativa;


Considerando que, foi nomeada uma comissão constituída por membros da diretoria, incumbida de angariar donativos dentro e fora da capital em benefício do novo hospital. Pelo relatório da Comissão de Obras do novo Hospital, em 5 de janeiro de 1924, verificou-se a doação pelo Coronel Antonio José Leite e sua mulher Sebastiana Morato Leite, de um terreno, contínuo ao adquirido anteriormente pelo hospital. A área era de aproximadamente 20,526 metros quadrados com mais de cem metros de frente para a avenida Independência. O Coronel Bento Lacerda Filho, além de fazer doações em dinheiro, se prontificou a fornecer a madeira necessária para as obras e janelas do pavilhão cirúrgico. O Coronel José Leite e o Coronel Bento Lacerda foram homenageados com retratos na sala nobre e tiveram seus nomes gravados em pavilhões do novo edifício. Durante o ano de 1924 continuavam os trabalhos de construção do novo edifício na avenida Independência;


Considerando que, foi nomeada em reunião do dia 10 de janeiro de 1925, uma comissão para negociar com a Prefeitura e a Câmara Municipal as despesas do asilo, pois a manutenção ocasionava ônus à Irmandade. Na mesma sessão foi eleita a mesa administrativa para o ano de 1925, sendo reeleito o provedor Dr. Coriolano. Deixava o cargo Ignacio Florencio da Silveria , tesoureiro desde 1916;


Considerando que, foram promovidas grandes festas no pitoresco jardim da Praça Rezende, bailes no Clube Piracicabano, espetáculos, festas esportivas e outras diversões, para arrecadar recursos e dar continuidade as obras de construção do novo hospital. As atividades como sempre, tiveram ampla participação do povo piracicabano;


Considerando que, o doutor Coriolano Ferraz do Amaral nasceu em Piracicaba no dia 30 de Julho de 1870. Formou-se em medicina pela Universidade da Bahia em dezembro de 1896 e foi provedor da Santa Casa entre 1920 e 1946. Antes disso, teve marcante atuação política na cidade. Foi vereador por quatro vezes consecutivas, deputado estadual, e em 1920 elegeu-se à deputado federal. Na Santa Casa foi médico ambulatorial, chefe da enfermaria, diretor clínico e provedor, cargo assumido em janeiro de 1920. Permaneceu até 1946 no comando da Irmandade, quando adquiriu, através de doações e compras, a área de 60 mil m2, inaugurando o prédio da Avenida Independência, que abriga a instituição até os dias atuais.


Considerando que, natural de Santa Rita do Passa Quatro, o Doutor Nelson Meireles, formou-se em farmácia em 1922 e em medicina em 1930 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde trabalhou até 1932, quando retornou a Piracicaba. Em 1934 passou a integrar o Corpo Clínico da Santa Casa de Piracicaba e mais tarde elegeu-se diretor clínico da Irmandade. Se consagrou provedor em 1946, cargo que ocupou por 17 anos seguidos, até 1963. À frente da Mesa administrativa inaugurou o sistema de PABX, o pavilhão de isolamento, o banco de sangue e o serviço de atendimento noturno. Em sua gestão foram criados os cargos de médico interno e de anestesista. Promoveu também a construção da sala de ortopedia e traumatologia, construiu a maternidade MB na década de 50, e modernizou o centro cirúrgico. Doutor Nelson Meireles nasceu em 1904 e faleceu em 1978, vítima de enfarto fulminante;


Considerando que, Provedor de 1965 a 1969, Franscisco Munhoz teve como principais iniciativas a implantação do sistema de ar condicionado no centro cirúrgico e início da construção do Hospital Santa Isabel, em meados da década de 70. De 1972 a 1975 foi mesário da Irmandade, logo em seguida, Segundo Tesoureiro, e em 1978 retornou à provedoria como Vice- Provedor da Santa Casa até 1981. Franscisco Munhoz nasceu em Piracicaba em 12 de setembro de 1911, cidade onde vive atualmente;


Considerando que, pertencente à família de aviadores, Fleury Bottene tornou-se em 1945 o primeiro controlador do tráfego aéreo do I Contingente da Aeronáutica Brasileira, servindo durante a Segunda Grande Guerra. Piracicabano, nascido em 02 de setembro de 1922, Fleury Bottene elevou o nome de Piracicaba, seu pioneirismo na aviação fez com que recebesse em 1945, a chave da cidade de São Paulo. Na Irmandade foi Vice-Provedor no período de 1965 a 1969, quando assumiu o cargo de provedor até 1972. Na provedoria foi responsável pela reforma das alas de enfermagem, instalação do necrotério, asfaltamento do pátio do velório, instalação de uma unidade respiratória e aquisição de estufas para esterilização de materiais;


Considerando que, de 1972 à 1990, a Santa Casa de Piracicaba teve como Provedores os senhores Comendador Antonio Romano, Dr. Joaquim Mário Pereira Pires e Ide Choairy;


Considerando que, em 1990 volta como provedor Joaquim Mário Pires Ferreira. Com uma administração aberta e participativa, esse período foi excepcional para o hospital. Ao longo de nove anos, a instituição se transformou, absorvendo tecnologia e qualificando sua mão-de-obra, num esforço gigantesco para aliar ciência e avanço tecnológico à melhora constante do atendimento. Aos 145 anos e com 335 leitos, dos quais 202 destinados ao Sistema Único de Saúde - SUS, a Santa Casa de Piracicaba impõe respeito. A Santa Casa é uma instituição que soube transformar as dificuldades em desafios e consolidar-se como uma das entidades mais atuantes e respeitadas no âmbito da saúde. Eleita e empossada em 16 de março de 1990, a diretoria da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba iniciou suas atividades em um ano cheio de turbulências, agravadas pelas confusões generalizadas do Plano Collor e pelo sucateamento nacional da rede hospitalar. Feito o diagnóstico, optou-se por reformulações urgentes na sua estrutura administrativa. Era preciso harmonizar o funcionamento dos setores, criando um clima satisfatório de trabalho. Os funcionários passaram a receber também a cesta básica e o vale-transporte;


Considerando que, o hospital importou aparelhos de ultra-sonografia, reformou e ampliou a central de esterilização de materiais, a UTI, a farmácia, o laboratório de análises clínicas, o pavilhão C, o almoxarifado e o pavilhão de psiquiatria, concluiu a portaria do Santa Isabel e as adaptações necessárias à instalação e funcionamento dos serviços de radiologia e ultra-sonografia;


Considerando que, atualmente, a Santa Casa de Misericórdia tem como Provedor o Dr. João Orlando Pavão. Piracicabano, nascido em 1945, advogado por formação, especializou-se em consultoria jurídica e empresarial, atuando nas áreas trabalhista, cível e criminal, função que lhe rendeu a medalha de Mérito do Transporte Rodoviário de Carga Paulista Adalberto Panzan, instituída pela Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (Fetcesp). Foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB - Subsecção Piracicaba), onde atuou também como tesoureiro, secretário e atual coordenador da Comissão de Exames;


Considerando que, Provedor da Irmandade no Sesquicentenário da Instituição, assumiu o comando da Santa Casa a convite do ex-provedor Joaquim Mário Pires Ferreira. A Santa Casa, porém, não foi a primeira Instituição que contou com o apoio de Pavão, confrade pelo Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, tendo integrado também o Conselho Fiscal do Lar dos Velhinhos. Apesar do vínculo com outras entidades beneficentes, administrar uma instituição de saúde que tornou-se referência em saúde para o Estado e também para o País foi um dos maiores desafios do atual Provedor, cuja meta sempre foi garantir cada vez mais subsídios dos governos municipal, estadual e federal à Irmandade.

 

Martim Vieira Mtb 21.939


Fotos: Gustavo Franco

André Bandeira Homenagem

Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939

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