"Um pouco de dourado no novembro azul e roxo: a intersecção entre amamentação, prematuridade e diabetes" foi o tema discutido na tarde desta segunda-feira (27) em palestra promovida pela Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Piracicaba. O evento aconteceu de forma presencial, no prédio anexo da Câmara e foi conduzido pelos palestrantes: a nutricionista Ana Paula Vioto, a consultora internacional em lactação Ludmila Tavares Costa Ercolin e o pediatra Rogério Turon.

A atividade abordou as possíveis intercorrências que a prematuridade e o diabetes podem trazer para a amamentação, com a proposta de estratégias de manejo clínico de lactação para esses casos.

O pediatra Rogério Turon é coordenador do pacto mortalidade infantil de Piracicaba e explicou sobre os tipos de diabetes, como o tipo I (mais recorrente em crianças),  tipo II (com aparecimento mais tardio) e o gestacional (grávidas diabéticas). O médico contextualizou o procedimento da mulher diabética e seu bebê e as possíveis complicações, como um bebê prematuro, que pode ter complicações como o hiperinsulinismo, ou seja, resistência aumentada à insulina. O pediatra explicou que há também doenças que desencadeiam diabetes, como a pancreatite, fibrose cística – uma doença genética que pode levar a hipofunção do pâncreas e diminuição da produção de insulina. 

A nutricionista Ana Paula Vioto falou sobre a amamentação, que pode impactar nas taxas do diabetes. Ana disse que os bebês que são amamentados por mais de quatro meses têm um efeito protetor substancial contra o desenvolvimento de diabetes na idade adulta-jovem e justificou que “há evidências em estudos que mostram a proteção contra o diabetes tipo I”, concluiu. "Pessoas com diabetes tipo I que amamentam apresentam níveis glicêmicos mais baixos", justificou a nutricionista e apresentou estudos relacionados ao tema.

Ludmila Ercolin falou da amamentação na prematuridade e das condutas baseadas em evidências para esse tipo de público. Ela lembrou que, no Brasil, por ano, são mais de 340 mil nascimentos antes do tempo. De acordo com ela, são seis casos de prematuro a cada 10 minutos. “ É importante pensar em estratégias de como lidar com a alimentação desses bebês”, afirmou.

Ela disse ainda que a primeira estratégia para garantir a alimentação do bebê é o contato pele a pele, ou seja, a amamentação, apesar das poucas chances de contato com o prematuro. Ela explicou também sobre o método canguru, uma prática de contato pele a pele, realizada preferencialmente com a mãe. A palestra seguiu com um bate papo com os participantes para sanar dúvidas e experiências.

Confira a íntegra da palestra, no vídeo, nesta página.