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O tema “Laicidade brasileira, desafios e oportunidades” foi abordado pelo palestrante Humberto Ramos
Fórum Inter-Religioso promoveu o primeiro encontro deste ano, nesta terça-feira (27)
Crédito: Rubens Cardia (MTB 27.118)A Câmara Municipal de Piracicaba promoveu, nesta terça-feira (27), o encontro do Fórum Permanente Inter-Religioso para uma Cultura de Paz e Liberdade de Crença, no Salão Nobre “Helly de Campos Melges”, em atendimento ao Decreto Legislativo nº 20/2020. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sílvia Morales (PV), do Mandato Coletivo A Cidade é Sua.
O tema “Laicidade brasileira, desafios e oportunidades” foi abordado em palestra ministrada pelo sociólogo Humberto Ramos. Ele falou sobre a necessidade se falar sobre a laicidade, já que é um conceito que não está claro. “Não tivemos uma formação para a laicidade, que explicasse o status do Brasil no que diz respeito ao papel da religião na sociedade e na política”, afirmou. “Os desafios decorrem da compreensão equivocada do que é a laicidade”.
Destacou a separação histórica entre Estado e Religião, que aconteceu no Brasil em 1889, com a Proclamação da República. Mas lamentou que o tema não seja tratado como deveria ao longo da história. “O Estado laico é um instrumento político e jurídico para a gestão das liberdades. Precisamos nos apropriar dessa condição do Brasil como Estado laico. Aqueles que querem manipular a laicidade se apropriam desses termos utilizando justamente a questão da liberdade religiosa”, colocou.
Destacou ainda que a religião é parte intrínseca da intimidade da vida das pessoas e não pode ser arrancada. “A ideia de laicidade não é deixar a religião numa caixinha porque isso seria o cerceamento das convicções subjetivas. A religião não é um problema para a democracia. O que é um problema é a não democratização do espaço público para que todos tenham representação”, argumentou.
O palestrante ainda descreveu o papel de mediador que deve ser exercido pelo Estado, que não deve ter preferência religiosa, o que também não deve significar ser neutro. “As experiências dos fóruns nos apontam um caminho possível. O Brasil é rico de experiências ruins, mas também em exemplos de superação”, concluiu. “Um grupo não pode impor as suas perspectivas às demais. A laicidade tem que ser a garantidora para que todos possam florescer conforme as suas diferenças”.
Debate – A coordenadora do fórum, vereadora Sílvia Morales, lembrou a importância desse debate neste momento de polarização e preconceito vivenciado pela sociedade. “A liberdade religiosa é um direito fundamental trazido na Constituição Federal”, destacou.
A mesa diretora do fórum também foi composta pelo representante da Pastoral Afro da Diocese de Piracicaba e ex-vereador, Acácio Godoy. “Há um grande poder e necessidade nesta reunião. A intolerância muitas vezes é incentivada por lideranças. E este fórum é um ato de resistência à intolerância religiosa”, colocou.
A representante do Fórum Estadual Inter-religioso, Mãe Yademaza, lembrou que o fórum não quer a representação de apenas duas ou três religiões, mas das 31 que compõem o órgão, assim como aqueles que não possuem religião. “A proposta de implantar o fórum nas cidades é para que as demandas cheguem até o Fórum Estadual. Temos um comitê que analisa todas as denúncias”, afirmou, ao detalhar como funciona o acolhimento das denúncias.
Para o vice-presidente da Comunidade Muçulmana Ahmadia do Brasil, Imã Ihtsham Ahmad Moman, os líderes religiosos devem se unir para trabalhar por esta causa, o que também motiva os seguidores a trabalharem a harmonia entre as diversas crenças. “A comunidade muçulmana acredita que este é o único caminho para construir uma sociedade em que tenhamos respeito uns com os outros. Vivemos em uma sociedade onde se sofre preconceito só por dizer o nome de Deus em outra língua”, lamentou. “Temos vivido com tanta informação e ao mesmo tempo com tanta ignorância. Vamos combater isso com educação, conhecimento e exemplo de união”.
Também participou do fórum o fundador da Igreja Humanidade Livre, padre Roberto Francisco Daniel, mais conhecido como padre Beto. “O fato de estarmos juntos já é um começo de transformação”, avaliou. “O verbo conviver significa viver com e deixar que o outro viva”.
O debate ainda contou com a colaboração do presidente da Comissão da Liberdade Religiosa da OAB Piracicaba, Willians de França Lima. “Estamos fazendo prevalecer os nossos direitos fundamentais, a liberdade de crer e de se expressar. É um prazer poder me expressar e aprender um pouco mais sobre as outras crenças”, disse. “O propósito é acreditar na existência de um pai celestial que quer o nosso bem. E ele quer a amizade e a união entre todos nós. Vamos trabalhar juntos por essa nobre causa”.
A partir do primeiro encontro neste ano, foi formado um grupo de trabalho entre os participantes do Fórum para a articulação das atividades até a realização do segundo encontro, que ocorrerá em novembro.
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