Eles têm residência fixa há duas décadas e também dificuldade de regularizar seus imóveis na prefeitura. Ainda assim, todos os anos recebem os carnês de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), enquanto serviços essenciais como transporte coletivo, coleta de lixo, tratamento de esgoto e entrega de correspondências são precários. Esta é a realidade dos moradores do Centro Comercial Agrícola Taquaral, nas mediações da Ceasa.

Para que a energia fosse instalada nas residências, as despesas foram rateadas. O mesmo aconteceu com o abastecimento de água. Estas melhorias, no entanto, são insuficientes para eles, que em 2017 dividiram a tarifa de IPTU entre os 20 proprietários, no valor de R$ 15.088,75. Mesmo tendo CEP no endereço, os Correios não fazem a cobertura. Além disso, o bairro não consta na rota da patrulha rural da Guarda Civil Municipal.

“A gente paga IPTU para quê?”, questiona Rubens de Almeida. Ele e mais cinco moradores do bairro apresentaram os pontos mais críticos ao vereador Pedro Kawai (PSDB), reunidos na manhã desta quinta-feira (25), na residência de Maria Neuza Moretti Nazato, sua vizinha. “A gente se sente esquecido”, completa Giovana Cristina Moretti Nazato, filha de Neuza.

Fabiana Marina Ridi diz que a única linha de ônibus que atende a região circula em apenas quatro horários, sendo o último às 19h30. Manicure que presta serviço em domicílio em vários bairros, ela já se viu obrigada a andar um trecho de 5 quilômetros a pé, entre sua casa e o ponto. O percurso em estrada de terra e sem iluminação acontece, muitas vezes, acompanhada da filha de 12 anos. “Se a gente precisa fazer alguma coisa no domingo, tem que se virar, pois ônibus não passa aqui”, informa.

Ainda com relação ao serviço de transporte coletivo, os moradores reclamam que a linha Unimep/Glebas Taquaral sai do Terminal Pauliceia em direção ao bairro, tendo como ponto final o Terminal do Cecap. Como consequência, a viagem fica ainda mais longa se o destino é a área central, por exemplo. Faltam ainda ponto de ônibus com cobertura. A linha também não entra nas ruas do bairro e tem um único ponto para embarque e desembarque, às margens da rodovia. 

Sobre o recolhimento do lixo, o “acerto” com o órgão público é de que todos os moradores depositem todo o material num determinado ponto do bairro. Porém, como o caminhão passa apenas às terças e sextas-feiras, Sonia Maria da Silva sofre com o forte odor em frente à sua residência (local onde é feito o despejo) e frequentemente precisa limpar a área, em função da sujeira feita por cachorros.

Como já existe uma associação de moradores constituída no bairro, o vereador Pedro Kawai aconselhou que o grupo solicite uma cópia do mapa atualizado do loteamento. Ele lembrou que o trabalho de regularização dos lotes deve partir dos próprios moradores. Em um processo posterior de regularização, é imprescindível ainda que o loteamento disponha de área verde e área institucional, uma das exigências da prefeitura.

Kawai, que no seu primeiro mandato intermediou com a prefeitura a instalação de iluminação pública nas estradas do bairro, se comprometeu a levar os moradores para uma reunião com representantes do Executivo, como forma de buscar soluções conjuntas. “Defendi que eles tenham uma pauta detalhada dos problemas. Coloquei o meu gabinete à disposição para elaborar essa pauta e vamos buscar o diálogo, para que, de alguma forma, os problemas sejam minimizados e solucionados”, declara.