EM PIRACICABA (SP) 08 DE MARÇO DE 2006

Piracicaba poderá se tornar polo referencial em inclusão escolar e social de crianças deficientes

O vereador André Bandeira (PSDB) esteve na tarde de hoje (08/03) às 15h00 nas dependências da Secretaria Municipal de Educação quando se reuniu com um grupo de educ (...)




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Crédito: Comunicação


O vereador André Bandeira (PSDB) esteve na tarde de hoje (08/03) às 15h00 nas dependências da Secretaria Municipal de Educação quando se reuniu com um grupo de educadoras, incluindo a própria titular da pasta, Giselda Ercolin que defende a integração centralizada de um local específico para trabalhar com a problemática de crianças portadoras de deficiências, que receberiam além das atividades normais de uma sala de aula, orientações pedagógicas específicas de acordo com suas necessidades de desenvolvimento pessoal.

O projeto seria desenvolvido na região central de Piracicaba, em terreno do próprio município e, poderia contar com parcerias da iniciativa privada. Crianças que hoje são atendidas em diferentes locais da cidade teriam um centro referencial onde ganhariam o apoio de educadores e profissionais que teriam ao seu alcance um local capacitado para trabalhar os diferentes métodos didáticos, garantindo a inclusão escolar e social destas crianças.

Adriana Cristina Camolesi Ravanelli (Psicóloga), Mirtes Cezaretti Diniz (Terapêuta Ocupacional) e Giuliana Berti Sorbara (Psicóloga Mestre em Educação) e a secretária de Educação, Giselda Ercolin ressaltaram na reunião a importância de implantar o projeto em Piracicaba, visto o aumento da demanda que subiu de 69 alunos no ano de 2002 para 130 alunos em 2005.

O vereador André Bandeira se comprometeu a encaminhar a reivindicação junto ao prefeito municipal Barjas Negri (PSDB). A consideração é que a centralização dos cuidados às crianças portadoras de necessidades especiais poderá reverter em economia aos cofres públicos, uma vez que as salas especiais estão espalhadas em diferentes escolas da região periférica.

Educação inclusiva

No documento elaborado pelas educadores elas relatam que conforme a Resolução número dois, expedida pelo Conselho Nacional de Educação, que institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica ficou estabelecido que os sistemas de ensino devem constituir e fazer funcionar um setor responsável pela educação especial, dotada de recursos humanos, materiais e financeiros que viabilizem e dêem sustentação ao processo de construção da educação inclusiva.

Também informam que desde 2002, deu-se início o setor de Educação Especial em Piracicaba, que tem como um dos objetivos assegurar, dentro dos diferentes órgãos governamentais, a execução de mecanismos legais e funcionais que garantam a continuidade e articulações entre departamento de Educação Infantil e o departamento de Ensino Fundamental, desenvolvendo ações articuladas entre as áreas da educação para os processos de avaliação, acompanhamento, diagnóstico, atendimento educacional, critérios para atribuições de vagas e processo de formação de educadores.

As educadoras também destaca como uma das funções centrais do setor a divulgação no meio educacional dos princípios da Educação Inclusiva, o que sensibiliza a comunidade escolar sobre os direitos das crianças com necessidades especiais e a importância de incluí-los na rede regular de ensino.

O setor constitui-se como um apoio para o processo de construção de uma escola inclusiva, dividindo responsabilidades, que implica compromisso com o processo educacional por parte de todos que nele estão envolvidos.

A verificação é que hoje o setor é composto por uma pedagoga, uma psicóloga, um terapêuta ocupacional, uma psicóloga contratada e 10 professores que atuam nas modalidades de atendimento.

Propostas

As defensoras do projeto analisam o crescimento da demanda e o crescente desgaste dos veículos responsáveis pelo transporte das crianças atendidas nas salas de apoio e nas escolas referência.

A defesa é pela centralização das salas de apoio, procurando posicioná-las em uma região central que facilite o transporte. A sugestão é que a EMEI Maria Guilhermina Lopes Fagundes, ou a EMEF Professora Ilda Jenny Stolf Nogueira sejam avaliados como aptos a receber o projeto.

O pedido é para que se garanta cinco salas com trinta metros quadrados, contendo uma bancada e uma cuba cada sala, sendo duas destas com piso paviflex, uma vez que muitas destas crianças possuem deficiências múltiplas e requerem uma trabalho diversificado em um ambiente adaptado.

Também se requer uma sala com dezoito metros quadrados para reuniões individuais de orientação para os pais. Além de dois banheiros adaptados com vinte e seis metros quadrados, tendo cada um: três vasos sanitários (sendo dois de adulto e um infantil), dois chuveiros e lavatório.

A solicitação também se reverte para cinquenta carteiras e cinquenta mesas, sendo 10 delas adaptadas para crianças portadoras de paralisia cerebral atendidas pelo setor. Além de cinco lousas de 1,20 por 2,00 metros e, cinco espelhos com 1,30 por 1,30 metros necessários para um trabalho em que se desenvolva o processo de identidade destas crianças.

As educadoras também apontam para a necessidade de dois computadores e duas impressoras para auxiliar no desenvolvimento do processo ensino-aprendizado de modo significativo, pois este auxilia a criança na escrita e leitura com atividades motivadoras e interativas.

O apelo final é para que o prefeito Barjas Negri avalia a possibilidade da criação deste centro especializado em Piracicaba. A constatação é que tal pedido surge da necessidade de um local fixo, uma vez que, cada ano crescem os problemas quanto à disponibilização de espaços, para as salas, nas escolas. Também se observa que esta construção permitirá que o trabalho do setor de Educação Especial se desenvolve em conjunto, o que facilita a socialização das atividades e planejamento, bem como, a supervisão deste.

Deste modo, otimizaríamos também gastos com o transporte e aliviaríamos o desgaste físico das crianças que devido à ausência de uma localidade fixa (cada sala se encontra em uma unidade escolar, ou seja, em um bairro) muitas delas chegam a passar até uma hora e meia dentro do veículo, concluiu as educadoras.

Martim Vieira MTb 21.939
Foto: Fábio Corrêa
Educação André Bandeira

Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939

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