Diretora da Esalq, Thais Vieira, recebe Título de Cidadã Piracicabana
Prêmio de extensão reforça o legado de Elias Boaventura na educação
Solenidade da Câmara integrou 18º Seminário de Extensão da Unimep
Evento aconteceu na noite de terça-feira na Sala Vermelha da Unimep
Crédito: Davi Negri - MTB 20.499O legado de Elias Boaventura para a educação em Piracicaba foi reforçado pelo vereador João Manoel dos Santos (PTB) nesta terça-feira, 22, em solenidade promovida pela Câmara na Sala Vermelha da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). O evento teve a entrega do “Prêmio Professor Elias Boaventura de Educação” aos autores de 10 trabalhos que se destacaram no 18º Seminário de Extensão da instituição de ensino e ainda a moção de aplausos ao curso de pedagogia pelos 50 anos de existência.
Instituído em 2012, ano da morte do educador, aos 74 anos, o Prêmio Elias Boaventura nasceu a partir de um decreto legislativo de autoria de João Manoel. Uma comissão avaliadora da própria Unimep define, a cada ano, os 10 trabalhos de extensão entre os finalistas, e anuncia na noite de premiação o primeiro, segundo e terceiro colocados (confira abaixo a relação dos trabalhos, alunos autores e professores orientadores).
Atualmente no sétimo mandato consecutivo, João Manoel explicou os motivos de o prêmio levar o nome do ex-reitor. “Entrei na Unimep em 1979, contratado pelo Elias Boaventura. Para quem vinha de outras empresas, entre elas do setor metalúrgico, fiquei surpreso com o clima diferente e o tratamento que o professor Elias dava aos professores, alunos e funcionários”, declarou ele, que deixa a Câmara em dezembro, por não ter sido reeleito para a legislatura 2017-2020.
O vereador atribuiu à instituição educacional o seu despertar para a militância política. Ele citou ocupações de alunos no período militar e ações mobilizadoras em prol das minorias. Entre os atos históricos estiveram o movimento pelas Diretas-Já, a semana para o reatamento das relações entre o Brasil e Cuba, a defesa da causa palestina e palestras com nomes importantes da época, entre eles o educador e pedagogo Paulo Freire. A Unimep também fez dois congressos da UNE (União Nacional dos Estudantes), sendo um deles com a entidade estudantil ainda considerada ilegal no país.
“A Unimep trouxe favelados e negros para dentro da rotina acadêmica, algo muito incomum para os padrões da época. A universidade não pertencia a um grupo pequeno, mas à comunidade. Elias Boaventura foi um vanguardista no movimento pela democratização do país”, declarou João Manoel.
Coordenador de extensão e assuntos comunitários da Unimep, Josué Adam Lazier representou na solenidade o reitor Márcio de Moraes. Sobre a importância de Boaventura, ele lembrou que “o professor contribuiu para a formação da universidade numa perspectiva humanizadora, trazendo consigo a preocupação com a inserção no conjunto social em diferentes contextos”.
Segundo Lazier, a razão de uma universidade é trabalhar de maneira indissociável o ensino, a pesquisa e a extensão. “Nossa missão é sair dos muros, da sala de aula e ir ao encontro da comunidade e dos movimentos sociais, onde estão as pessoas com força de superação para as dificuldades da vida.”
Sylvana Zein, esposa de Boaventura, relembrou as origens do educador, nascido em família humilde em Minas Gerais, da cidade de Coimbra, e que foi estudar no Granbery, um dos mais importantes institutos de educação metodista, sediado em Belo Horizonte. Boaventura ingressou na Unimep em 1973, como assessor administrativo. Entre 1975 e 1978, ocupou o cargo de vice-reitor e no período de 1978 a 1986 atuou como reitor da Unimep. “Construiu o campus Taquaral em padrões diferentes da época, causou enfrentamentos e levou os estudantes para a rua, contra a Ditadura Militar. Os olhos do Brasil estavam voltados para Piracicaba.”
Ex-aluna de Boaventura no curso de pedagogia e por ele orientada enquanto estudante, a professora da Faculdade de Ciências Humanas Marcia Aparecida Lima Vieira falou em nome dos homenageados. Ela definiu a solenidade como “a festa da extensão universitária”. “O que traduz esse momento é a emoção. A extensão universitária estabelece o diálogo com várias instituições e contribui com o aprimoramento e a qualificação dos estudantes, que voltam para a sala de aula transformados e nos desafiam ao aprimoramento das práticas de educação.”
João Manoel aproveitou a solenidade para a entrega da moção de aplausos 204/2016, pelos 50 anos do curso de pedagogia da Unimep. Quem recebeu a homenagem foi a professora Joana Maria Praconi Rezende, coordenadora do curso.
Trabalhos que se destacaram no 18º Seminário de Extensão da Unimep
1º lugar – A luta contra as arboviroses em João Câmara (RN): um dia de ação realizada por estudantes rondonistas e os agentes de endemias, de Izabela Biagioni e Daniela Garbellini, orientado por Fabíola Cristina Ribeiro de Oliveira.
2º lugar – Avaliação do pico de fluxo expiratório: identificando problemas e orientando soluções, de Luana de Lima Rodrigues, Indrid Belfante de Oliveira, Tamiris Jesus dos Santos, Bruna Letícia Soares e Alessandra Mollon, orientado por Fabio Baccin Fiorante.
3º lugar - Assessoria psicológica ao processo de inclusão educacional em escolas de ensino fundamental da cidade de Piracicaba, de Fernanda Schiavuzzo e Taís Basque, orientado por Magali Rodrigues Serrano.
- Promovendo a qualidade de vida de idosos institucionalizados, dos alunos Rosemeire Machado Castilho e Marina Azevedo Alves, sob orientação de Tereza Mitsue Horibe.
- Interação dialógica na formação acadêmica: relato de experiência no projeto Unimep na Comunidade, de Carlos Bruno de Castro e Nicholas Fernandes Teixeira, orientado por Marcia Aparecida Lima Vieira.
- Educação em saúde com gestantes adolescentes, de Carolina Matteussi Lino, orientado por Angela Marcia Fossa.
- As mudanças de um país polarizado e a exibição do filme Que Horas Ela Volta? Na praça de João Câmara (RN), de Guilherme de Souza Campos Santos, Fábio Rogério dos Santos, orientado por Fabíola Cristina Ribeiro de Oliveira.
- Acuidade visual: olhos para o futuro, de Francisco Tonuci Jr, Gisele Delazari, Stefany Machado e Juliana de Paula Godoi, orientado por Maria Cristina Pauli da Rocha.
- A música agregando valor ao capital cultural de crianças acolhidas, de Wagner Pereira Pardim, sob orientação de Marcia Aparecida Lima Vieira.
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