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Série ‘Achados do Arquivo’ destaca, nesta semana, um ‘barraco’ causado por um barraqueiro na Piracicaba do Século 19
Briga de barraqueiro marcou Sexta-feira Santa no Século 19 e foi registrada em ata pela Câmara. Crédito: imagem gerada com o uso de Inteligência Artificial
Barraqueiro é uma palavra que denota dois sentidos diferentes. Na definição formal, é a pessoa que possui, trabalha ou vende algo em uma barraca; já na gíria popular, refere-se a alguém que provoca escândalos e confusões. Ironicamente, em meados do Século 19, uma pessoa exemplificava, claramente, os dois escopos de tal verbete.
É um caso curioso, registrado em ata, que é o destaque da série Achados do Arquivo desta semana, numa parceria entre o Setor de Gestão de Documentação e Arquivo e o Departamento de Comunicação Social da Câmara Municipal de Piracicaba.
Na ata da sessão ordinária da Câmara Municipal de Piracicaba, de 20 de abril de 1847, dentre os registros, um se destaca:
“O Sr. Mello indicou que Custódio José Lopes tem um abarracamento no meio da rua, e além disso, na sexta feira maior, ocasião de passar a procissão soltou várias palavreadas de pouco respeito, cabendo no possível, seja lançado o abarracamento e o mesmo multado. O Sr. Cunha indicou que se oficiasse ao Fiscal para dar providências” (em transcrição livre)
A pequena citação, sem contexto e explicações precisas, leva a uma interpretação possível: o barraqueiro Custódio havia causado um verdadeiro barraco em plena Semana Santa!
Sexta-feira Maior, conhecida também como Sexta-feira Santa, é uma importante data para a religião cristã, na qual rememora-se a crucificação e a morte de Jesus Cristo. Nesta data específica, marcada por jejum, abstinência e pelas celebrações da Paixão de Cristo, realiza-se, tradicionalmente, a chamada Procissão do Senhor Morto.
E é neste cenário, tão marcado pelas expressões religiosas de fé e amor, que o barraqueiro (vendedor em uma barraca) sintetizou o sentido duplo da palavra, quando, aparentemente, ofendeu com “palavreado de pouco respeito”, as pessoas que passavam em procissão na rua na qual estava instalada seu espaço de comércio. O barraqueiro deu barraco!
É difícil imaginar o que teria motivado Custódio a se exaltar. Teria ele se indignado com o movimento da rua, que atrapalhava suas vendas? Ou será que algum fiel deixou de pagar por alguma compra? Nunca saberemos, mas o episódio nos brinda com uma certeza: se havia paz naquela Sexta-feira Santa, foi interrompida por um furacão em forma de feirante.
A passagem registrada em ata pela Câmara Municipal de Piracicaba leva crer que que existiam mais irregularidades ligadas à barraca de Custódio José Lopes, mas devido à falta de informações, é impossível adentrar em tal assunto. Desta forma, a série Achados do Arquivo limita-se ao tumulto na procissão da Sexta-feira Maior.
Ao sugerir que se “lance o abarracamento” (certamente um jeito formal e elegante de dizer ‘tirem a barraca dele dali!’), os vereadores não apenas zelavam pela ordem pública, como também registravam — talvez sem querer — uma das primeiras ocorrências do que hoje chamaríamos de "barraco em via pública". Uma tradição que continua viva em muitas esquinas do Brasil.
De qualquer forma, não é possível saber, ao certo, a origem da gíria, tampouco da expressão, mas sabe-se que em Piracicaba um barraqueiro armou uma barraca e um barraco, ao mesmo tempo, em um dos maiores dias santos da fé cristã.
ACHADOS DO ARQUIVO - A série "Achados do Arquivo" é uma parceria entre o Setor de Gestão de Documentação e Arquivo, ligado ao Departamento Administrativo, e o Departamento de Comunicação Social da Câmara Municipal de Piracicaba, com o objetivo de divulgar o acervo que está sob a guarda do Legislativo. As matérias são publicadas às sextas-feiras.
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