Revisão do PPA é aprovada com uma emenda
Workshop traz orientações para o atendimento a dependentes químicos
Evento promovido pelo Fórum Permanente de Saúde Mental e Combate à Dependência Química levou conhecimento a pessoas que trabalham em comunidades terapêuticas
Workshop foi promovido pelo Fórum Permanente de Saúde Mental e Combate à Dependência Química
Crédito: Samuca MiazakiOrientações para qualificar o atendimento de comunidades terapêuticas foram compartilhadas em evento promovido pelo Fórum Permanente de Saúde Mental e Combate à Dependência Química, presidido pelo vereador Gustavo Pompeo (Avante). O workshop "Vigilância e Cuidado", realizado na tarde desta terça-feira (19), lotou a sala de aula da Escola do Legislativo, no prédio anexo da Câmara.
A atividade teve as contribuições da enfermeira Luciana Espineira, que falou do papel da Vigilância Sanitária como órgão fiscalizador do funcionamento das comunidades terapêuticas, e da terapeuta ocupacional Carolina Albuquerque Alves, da equipe do Consultório de Rua, que apresentou o passo a passo para a adoção do Projeto Terapêutico Singular, metodologia tida como exitosa para a abordagem de dependentes químicos.
Atualmente, 300 pessoas são residentes em 11 comunidades terapêuticas em funcionamento em Piracicaba, sendo duas exclusivas para mulheres e nove restritas a homens. Dessas 11 unidades, cinco estão em dia com o licenciamento junto à Vigilância Sanitária e, portanto, regularizadas (atendendo a um total de 161 residentes); outras duas (que, somadas, acolhem 47 dependentes químicos) estão em processo de obtenção do licenciamento; e quatro (nas quais há 92 residentes) estão em situação irregular.
Gustavo Pompeo comentou que o objetivo do Fórum, ao organizar um workshop na Câmara voltado a pessoas que trabalham ou gerenciam comunidades terapêuticas na cidade, é estabelecer um diálogo que abra espaço para esse público sanar dúvidas relacionadas às exigências legais que os estabelecimentos do tipo precisam cumprir e à metodologia de atendimento que devem respeitar.
"A ideia é criar uma rede de conversa em que possamos falar com eles, entender suas dificuldades, propor sugestões e unir esse público, que oferta um serviço que é uma demanda crescente na cidade. Queremos dar subsídio a eles para que consigam fazer um plano terapêutico específico para as clínicas. Existe muita dúvida delas sobre a fiscalização que a Vigilância Sanitária faz", disse Gustavo Pompeo, em referência aos dois temas abordados no workshop. "Se trabalharmos em conjunto, vamos melhorar essa questão, criar uma parceria", completou o vereador.
Em sua apresentação, Luciana explicou que a atuação da Vigilância Sanitária está fundamentada na RDC (resolução da diretoria colegiada) 29/2011, da Anvisa (agência nacional do setor), que dispõe sobre os requisitos de segurança sanitária para o funcionamento de instituições que prestem serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas.
A legislação define que as comunidades terapêuticas devem ter como principal instrumento terapêutico a convivência entre os pares e explicitar, em suas normas e rotinas, o tempo máximo de permanência do residente, além de lhes garantir condições dignas de moradia e alimentação.
Para se enquadrar nas exigências legais, uma comunidade terapêutica deve providenciar a aprovação da estrutura físico-funcional do serviço antes de entrar em funcionamento; apresentar protocolo para licença sanitária inicial; e possuir um responsável técnico titular e um substituto, ambos de nível superior, capacitados em atendimento a usuários de substâncias psicoativas.
"O maior dos problemas que encontramos é o funcionamento clandestino de comunidades terapêuticas", disse Luciana, ao reiterar que o objetivo da Vigilância Sanitária na fiscalização é fazer que os estabelecimentos mantenham-se regularizados, a partir da obtenção do licenciamento sanitário emitido pelo órgão diante do cumprimento das obrigações previstas em lei.
Outros problemas comuns em fiscalizações feitas pela Vigilância Sanitária de Piracicaba dizem respeito à estrutura física inadequada dos locais; ao número de residentes em desacordo com a capacidade aprovada; à quantidade insuficiente de profissionais para o atendimento; ao fornecimento de alimentação precária e insuficiente; às condições higiênico-sanitárias insatisfatórias; e às ausências de responsável técnico habilitado, de rotinas e cronograma de atividades de reabilitação terapêutica e de registros do atendimento prestado.
Na sequência de Luciana, Carolina orientou sobre a aplicação do Projeto Terapêutico Singular, concebido como uma somatória de estratégias de cuidado organizadas, voltadas a um sujeito ou a um coletivo, as quais são resultado de discussão de uma equipe interdisciplinar e aplicadas a casos mais complexos. "O cuidado integral precisa ir muito além do diagnóstico ou do medicamento que o sujeito toma: é o banho, é a alimentação, é a moradia; tudo isso fortalece o sujeito e potencializa o que o medicamento pode apoiar", destacou Carolina.
A terapeuta ocupacional enfatizou que o PTS tem como característica o fato de ser pensado caso a caso e, por isso, é mutável, flexível e pode ser revisto conforme a evolução da pessoa. "O PTS é exclusivo para o sujeito: não tem como eu fazer um 'copia e cola' de uma estratégia, mesmo se duas pessoas usam a mesma substância. Porque não é sobre a substância em questão; é sobre o sujeito que está sendo atendido: qual sua história de vida, qual sua experiência com a substância e sem ela, qual seu repertório social e de trabalho? Tudo isso conta para poder aplicar esse projeto de cuidado", afirmou Carolina.
O PTS prevê que o acolhimento tenha escuta qualificada e seja capaz de reconhecer as diferenças, prioridades e demandas do indivíduo, objetivando também a criação de vínculos, a responsabilização e a resolutividade. Para ser aplicado, deve respeitar quatro etapas: diagnóstico, com a identificação das necessidades da pessoa; definição de metas, elencando objetivos e prazos para alcançá-los; divisão de responsabilidades, com a distribuição de tarefas para a equipe e a pessoa atendida; e reavaliação, momento em que são revistas as ações e metas alcançadas e pensadas novas abordagens.
Notícias relacionadas
Requerimento pede detalhes sobre obras em via do Bosques do Lenheiro
Requerimento pede detalhes sobre obras de pavimentação em Piracicaba
Projeto oficializa comemoração do aniversário do XV de Piracicaba
Câmara aprova Título de Cidadão Piracicabano a Pedro Maurano
Oito proposituras são aprovadas na 64ª Reunião Ordinária
Clarice Bragantini irá receber título de "Cidadã Piracicabana"
Câmara aprova audiência pública sobre obras de recapeamento
Câmara aprova programa de reinserção social para dependentes químicos
Vereadores comentam resultado das eleições municipais 2024
Professor Ronaldo Galvão é homenageado pelos 17 anos de docência
Projeto prevê equipamento de lazer em área institucional inutilizada
Audiência pública discutirá poda e extração de árvores em Piracicaba
Vereador entrega homenagem a igreja pelos 4 anos de fundação
Câmara aprova 16 requerimentos de votos de congratulações