Vereador participa de ação sobre saúde masculina e diabetes
Audiência pública debate atos de fiscalização em unidades de saúde
Compromissos de respeito e diálogo marcaram audiência pública sobre ocorrência na UPA da Vila Rezende, em que vereador foi impedido de entrar
Ocorrência em maio, durante ato de fiscalização do vereador na UPA, motivou audiência pública
Crédito: Guilherme Leite - MTB 21.401O debate sobre o cerceamento da prerrogativa do vereador de fiscalizar a prestação de serviços públicos municipais, em audiência pública promovida nesta terça-feira (18) pela Câmara Municipal de Piracicaba, terminou com o compromisso de diálogo e respeito entre os participantes. A audiência pública foi realizada em atendimento ao requerimento nº 642/2024, de autoria do vereador Paulo Campos (Podemos), que solicitou esclarecimentos sobre a ocorrência do último dia 8 de maio, em que relatou ter sido impedido de entrar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Rezende para apurar as reclamações de pacientes sobre a superlotação e demora no atendimento.
Estiveram presentes o representante da Secretaria Municipal de Saúde, Marcelo Carvalho e demais integrantes da equipe da unidade. O vereador disse que foi ofendido no local e impedido de entrar. “Naquele dia havia um atraso muito grande, como todos os dias”, afirmou. “Mas houve um ato de intimidação. Se eu estava ali, é porque fui chamado por alguém”.
Paulo Campos abriu os trabalhos com a distribuição de cópias de decisão judicial em ação movida pela Prefeitura de Piracicaba contra ele e o vereador Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira, em 2022, em função desses atos de fiscalização nas unidades de saúde. O parlamentar salientou que a ação foi julgada improcedente. “Esta decisão me dá legitimidade para entrar. Vou chegar lá e vou apresentar”, garantiu. “Não atrapalhamos o serviço de ninguém e foi criada uma confusão desnecessária”.
Marcelo Carvalho leu o teor da decisão e afirmou que, com base no documento, foi publicada uma circular de orientação aos servidores no Diário Oficial em relação às visitas de fiscalização. Ele argumentou que a ação foi julgada improcedente por uma questão processual, mas que, no entendimento da secretaria, a sentença estabelece que os vereadores podem ingressar nos locais abertos ao público para verificar o atendimento que é feito aos cidadãos e tomar medidas no âmbito de suas atribuições. No entanto, acrescentou que, para a secretaria, a setença estabelece que há limitações ao ingresso em setores com acesso reservado, como as salas de atendimento dos postos de saúde e hospitais.
O representante do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Piracicaba, Osmir Bertazzoni, manifestou-se favorável ao diálogo para que seja preservado o respeito. Criticou ainda a dificuldade da atual gestão em dialogar. E apelou para que os servidores públicos não sejam envolvidos nesse debate. “É uma discussão do Poder Executivo com o Poder Legislativo. Essa condição de enfretamento não é de responsabilidade dos servidores”, afirmou. Como representante da categoria, ele se desculpou com o vereador Paulo Campos, por ter se ofendido durante a visita.
A enfermeira da UPA Vila Rezende, Veridiane Brandão de Deus Ailton, afirmou que não estava presente durante a ocorrência citada no requerimento. Mas lembrou que a unidade tem passado por um aumento nos atendimentos em função da epidemia de dengue. “Por mais que tenha atraso, deixo o meu pesar porque nenhum trabalhador da saúde quer ver paciente esperando por horas. Por isso temos as prioridades”, afirmou. Ela ainda explicou sobre a responsabilidade dos profissionais em preservarem os pacientes nos espaços privados de atendimento.
O diretor técnico da UPA Vila Rezende, Gustavo Cruz, também esteve presente, mas não quis alongar as discussões. Durante a audiência, ainda foram registrados comentários do público presente a respeito dos atendimentos prestados nas unidades públicas de saúde e também sobre a atuação dos profissionais, além de questionamentos sobre o déficit de médicos, falta de medicamentos e demora no atendimento.
Paulo Campos encerrou os trabalhos salientando o respeito e o trabalho que desenvolve em prol do funcionalismo. Ele ainda se desculpou, destacou a necessidade de dar continuidade às ações de fiscalização e pediu que haja diálogo durante essas intervenções. “Não me tenham como inimigo e estabeleçamos o respeito”, concluiu.
Confira, no vídeo, a íntegra da audiência pública.
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