EM PIRACICABA (SP) 29 DE ABRIL DE 2022

Câmara teve papel preponderante na regulamentação do Mercado Municipal

Fiscalização, qualidade dos produtos e fornecimento de equipamentos estavam sob a responsabilidade dos vereadores de Piracicaba, na época imperial




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Câmara teve papel preponderante na regulamentação do Mercado Municipal

Crédito: Arquivo Histórico da Câmara


Projeto de regulamentação do Mercado Municipal apresentado por Prudente de Moraes e Paulo Pinto, em 8 de maio de 1887 revela o quanto a Câmara Municipal, em plena época do Império estava responsável pelo funcionamento deste relevante entreposto de comercialização de produtos na cidade, que até nos dias atuais é referência de Piracicaba.

Na série Achados do Arquivo, desta sexta-feira (29), conforme documento em anexo, os registros históricos revelam o quanto a Câmara Municipal foi envolvida neste processo, com influência no gerenciamento desta unidade comercial, neste relevante ponto turístico e gastronômico da cidade, que carrega muitas histórias, entre cores, aromas e sabores.

Fundado em julho de 1888, localizado na praça Alfredo Cardoso, rua Governador, o local tem mais de 150 boxes, em variedade de frutas, carnes, massas, doces, laticínios, flores, artesanato e outros produtos diferenciados e de qualidade. O Mercado Municipal foi tombado pelo Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba) em março de 1986 devido a sua importância histórica, urbanística e cultural para o município.

A história do Mercado teve início com o editorial do Jornal “Gazeta de Piracicaba”, do dia 12 de agosto de 1882, escrita pelo proprietário do órgão na época, Joaquim Borges da Cunha, que deixou registrado o seu entendimento do que representa esta unidade para a cidade: "O mercado é a expressão viva e característica do movimento da indústria e do comércio e, portanto, um dos elementos do progresso material e moral das cidades populosas.”

A construção do Mercado tinha como objetivo proporcionar aos piracicabanos um local que pudesse reunir produtos para atender os lares e as necessidades alimentares, o que, até então, era feito de porta em porta. Em 12 de março de 1884, Joaquim da Cunha voltou a escrever em seu editorial e, dessa vez, encontrou um colaborador: o vereador Dr. Manoel de Moraes Barros, que propôs à Câmara atender a questão.

Após diversos obstáculos, para aprovação da proposta e para a definição do local em que a construção seria realizada, definiu-se que o Mercado seria instalado na rua do Comércio, esquina com a rua Esperança (atual rua Governador Pedro de Toledo, esquina com a rua D. Pedro I). Em seguida à negociação com os proprietários do terreno, Maria Josefa de Camargo e João Conrado Engelberg, iniciaram-se os processos de construção, sob a direção do engenheiro Miguel Asmussen.

Em março de 1887 estava pronto o edifício do Mercado, contudo, só poderia ser entregue ao público após a elaboração do regulamento, que deveria ser aprovado pela “Assembleia Provincial” e levou aproximadamente um ano e meio. Assim, a inauguração da unidade aconteceu no dia 05 de julho de 1888, sem que houvesse nenhuma solenidade.

ATUALMENTE - o Mercado tem uma história que se mistura com a de Piracicaba, mostrando a força que a imprensa tinha já naquela época, além do interesse da população em ter esse benefício, já que o jornal retratava a necessidade dos moradores piracicabanos. A longa trajetória do mercado municipal permitiu que a cidade se consolidasse, além de oferecer aos habitantes uma grande variedade de produtos, os quais podem ser encontrados em diversos boxes — que lá estão há décadas e, até mesmo, séculos —, cujas atividades são, por vezes, continuadas pelos familiares dos comerciantes. Nesse sentido, o mercado municipal de Piracicaba é uma grande família.

Desde sua fundação, o Mercado Municipal é um ponto escolhido pelo público da cidade e da região, assim como por turistas, pelo fato de ser considerado um marco comercial de Piracicaba e por oferecer produtos diferenciados, raros e de excelente qualidade. Trata-se de um centro de compras completo, com horti-frutis, açougues, mercearias, pastelarias, docerias, peixaria, especiarias, gastronomia, floricultura, artesanato, tabacaria, pesca, empório, massas, laticínios, granjeiros, pet-shop, utensílios domésticos e religiosos.

ACHADOS DO ARQUIVO - a série "Achados do Arquivo" se pauta na publicação de parte do acervo do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo, ligados ao Departamento Administrativo, criada pelo setor de Documentação, em parceria com o Departamento de Comunicação Social, com publicações no site da Câmara, às sextas-feiras, como forma de tornar acessível ao público as informações do acervo da Casa de Leis.

 

Achados do Arquivo Documentação

Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Anexos:
transcrição d0100 (21) (1).pdf


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