EM PIRACICABA (SP) 12 DE DEZEMBRO DE 2022

Comerciantes pedem mão dupla para facilitar acesso à Rua do Porto

Demanda pautou audiência pública realizada pela Câmara nesta segunda-feira. Projeto para remodelar o trânsito na região está em fase de elaboração, informou o Executivo.




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Crédito: Guilherme Leite - MTB 21.401




Medida apontada como solução para destravar o trânsito na região da Rua do Porto aos fins de semana e feriados, a possibilidade de alterar para mão dupla o fluxo na avenida Alidor Pecorari foi discutida em audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Piracicaba na tarde desta segunda-feira (12).

A discussão foi convocada pelo vereador Cassio Luiz Barbosa, o Cassio Fala Pira (PL), e reuniu comerciantes e integrantes do governo Luciano Almeida. Representante dos empresários, Fernando Bera deu a dimensão do prejuízo que o trânsito parado causa ao restaurante de que é dono e aos outros 11 estabelecimentos que ficam na altura do segundo bolsão de estacionamento da avenida Alidor Pecorari.

"Somos em 12 no último bolsão, e turistas e clientes têm dificuldades. Em dia de grandes eventos, nós perdemos um faturamento grande. Enquanto lá na frente [primeiro bolsão] enche, lá no fundo [segundo bolsão] a gente sente na pele; a pessoa desiste. O que todos os comerciantes querem é fazer essa 'oxigenação' para destravar o trânsito lá em cima. Deve haver uma segunda opção [de retorno]. Quem chama um Uber na Rua do Porto para a Vila Rezende, o motorista cobra R$ 60 porque não quer ficar parado no trânsito", comentou Bera.

Para quem está de veículo motorizado, o acesso às atrações no entorno da Rua do Porto hoje se dá pela avenida Alidor Pecorari, somente no sentido avenida Dr. Paulo de Moraes. As opções de retorno estão localizadas ao término do primeiro bolsão de estacionamento, em que é possível fazer a conversão para voltar à rua Rangel Pestana, ou ao final da avenida Alidor Pecorari, para então pegar a avenida Dr. Paulo de Moraes e regressar pela rua Antônio Corrêa Barbosa.

A reclamação de comerciantes, moradores e turistas —já formalizada em abaixo-assinado com mais de 1 mil adesões— é de que a mão única de direção na avenida Alidor Pecorari trava o fluxo na altura do segundo bolsão, fazendo motoristas perderem tempo no trânsito e afastando clientes. Bera usou o exemplo de um turista que veio a Piracicaba e gastou "15 minutos de helicóptero e uma hora para chegar à Rua do Porto" de carro.

"Os comerciantes pedem a melhoria não somente na mobilidade urbana, mas em questões de revitalização e segurança pública. A Rua do Porto há alguns anos está sendo esquecida. Sou ex-comerciante lá, sei da dificuldade, do que sofri na pele", disse Cassio Fala Pira, que fez menção às indicações já enviadas por seu mandato à Prefeitura cobrando melhorias no trânsito, na coleta de lixo e na iluminação pública da região. "Alguma coisa precisa começar a ser feita, pois nunca sai do papel. Tem que dar andamento", completou.

De acordo com a secretária municipal de Mobilidade Urbana, Trânsito e Transportes, Jane Oliveira, o projeto para remodelar o fluxo na região já está em elaboração. Há duas semanas, a pasta emitiu ordem de serviço à empresa que foi contratada pela Prefeitura para responder pelos projetos técnicos de obras em todas as áreas da administração municipal.

A expectativa é de que a proposta para a região da Rua do Porto fique pronta em até 180 dias. "Todos os dados para fazer o projeto já estão em andamento; o que ainda não temos é a conclusão para apresentar ao prefeito. Esse projeto de duplicação da avenida Alidor Pecorari é uma parte dentro de um amplo projeto para a revitalização da área da Rua do Porto e da área central", disse Jane.

Uma vez concluído pela empresa contratada, o projeto permitirá ao governo licitar a obra e adequar o orçamento para executá-la. Segundo Jane, a proposta de remodelação do trânsito deve garantir a segurança dos pedestres e considerar aspectos como a topografia local, o estudo de tráfego no entorno da avenida Alidor Pecorari, principalmente no entroncamento com a avenida Dr. Paulo de Moraes, e a necessidade de desapropriação de áreas, supressão de vegetação e retirada de postes.

A avenida Alidor Pecorari, observou a secretária, tem 7 metros de largura, de modo que, levando-se em conta o volume diário médio de veículos, "não comporta tecnicamente sentido duplo". "Teríamos de criar uma terceira faixa de rolamento para criar o sentido duplo. Hoje, temos o sentido binário, em que para retornar tem que ser pela rua Antônio Corrêa Barbosa."

Em relação à iluminação pública, o secretário municipal de Obras, Paulo Sérgio Ferreira da Silva, informou que em janeiro devem ser substituídas por LED as atuais luminárias dos dois bolsões de estacionamento. "Além de gerar economia, gera segurança e vai ficar bom para todo mundo ali."

Vereadores que participaram da audiência pública reforçaram o pedido por soluções no trânsito da região da Rua do Porto.

"Trata-se de um problema que vem há muito tempo e o governo sabe que precisa fazer algo a respeito. O governo tem um plano audacioso que vai envolver tanto a Rua do Porto quanto a área do Engenho Central. É necessário ter conhecimento de que ali tem que mexer em várias coisas, entre elas APPs [áreas de proteção permanente] e desapropriações, o que também não é fácil de resolver", comentou Josef Borges (Solidariedade), líder do governo Luciano Almeida na Câmara.

"Vou dar um voto de confiança ao Luciano, que está agora com um projeto ousado para os dois próximos anos. Acredito veementemente que esse projeto vai sair do papel a partir de agora. Essa audiência pública é um passo muito importante para todos nós", ressaltou Paulo Campos (Podemos).

"Já houve discussão cinco anos atrás sobre isso, chegou a se cogitar a interligação da Área de Lazer do Trabalhador ao Parque da Rua do Porto. Vamos estudar o que pode e é factível de ser feito a partir de agora", defendeu Pedro Kawai (PSDB).

Rai de Almeida (PT) enfatizou o papel do governo José Machado na revitalização da Rua do Porto. "Não houve depois um processo de conservação daquele espaço. Esse restauro não é somente a duplicação; é um conjunto. Temos de trabalhar na perspectiva da mobilidade, sem perder o que aquele espaço significa do ponto de vista do pedestre."

"Temos que levar em conta os fatores comercial, turístico, de trânsito e de meio ambiente. É importante que tenhamos a coragem de entregar novas soluções, por mais arrojadas que sejam. Talvez esteja na hora de novamente entregarmos uma nova Rua do Porto. Temos que conseguir acolher mais comerciantes e artesãos, pois o que investirmos lá teremos retorno", disse Acácio Godoy (PP).

"Tem que trazer o turismo para Piracicaba. O pessoal vem almoçar na Rua do Porto, sai e para onde vai? Isso tudo tem que ser pensado num projeto grande. Quando tem a Festa das Nações, o tráfego é interrompido ali e quem está no fundo é prejudicado. Deve haver um grupo de trabalho para se discutir isso", propôs Gilmar Rotta (PP).

Ana Pavão (PL) refletiu sobre as críticas aos gastos da administração municipal com a iluminação de Natal em 2021, argumentando que o investimento na decoração para a data inevitavelmente exige gastos mas atrai turistas. "Iluminação é algo lindo e gratificante, mas tem um custo nisso. Temos que chegar a um consenso nesta Casa [quanto às críticas]".

Os vereadores André Bandeira (PSDB) e Zezinho Pereira (União Brasil) e os secretários municipais de Governo, Carlos Beltrame, e de Finanças, Artur Costa Santos, também estiveram presentes na audiência pública.

Trânsito e Transportes Cassio Luiz

Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583
Imagens de TV:  TV Câmara

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