EM PIRACICABA (SP) 21 DE MAIO DE 2020

Comunicação não-violenta e adoção consciente são discutidas em live

A ativista da causa animal Miriam Miranda participou de entrevista em live do programa Parlamento Aberto nesta quarta-feira.




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A ativista da causa animal Miriam Miranda





“Se a gente tivesse uma comunicação menos violenta, isso refletiria em um mundo mais pacífico”, comentou a ativista da causa animal e fundadora da organização não-governamental Vira Lata Vira Vida, Miriam Miranda, durante entrevista para o programa Parlamento Aberto, nesta quarta-feira (20). Ela conversou com o jornalista Erich Vallim Vicente sobre o tema "Comunicação não-violenta: cultura de paz para os animais durante a pandemia", em live no perfil do Parlamento Aberto no Instagram.

Miriam explicou que o conceito de comunicação não-violenta, criado pelo psicólogo Marshall Rosenberg, trabalha no entendimento de uma pessoa sobre as situações, de modo a observá-las “de fora” e analisar as necessidades de si e do outro, sem apresentar um olhar de julgamento para o outro. “Entre o que eu sou e o que você observa durante a sua comunicação comigo, existe uma trajetória que muitas vezes é negligenciada pelas pessoas”, comentou.

A ativista usou as redes sociais como exemplo, nas quais as pessoas costumam adotar uma postura de julgamento com base em evidências rasas daquela com quem está comunicando-se. “Esse processo serve para nós, para a nossa família, para relações pessoais, questões judiciais e entre nações”, disse.

Em relação às percepções rasas provocadas pela falta de comunicação direta, Miriam também pontuou a questão da polarização política e ideológica na qual o país encontra-se. De acordo com a ativista, a polarização não favorece a população, pois fornece estímulos para a comunicação violenta. Miriam observou que é importante que a população apresente suas ideias e concepções de forma pacífica. “Nós temos que nos fazer entender de uma forma pacífica, porque ficamos muito perto de uma guerra civil a todo o momento”, disse.

LEI LOBO - Durante a entrevista, a ativista também comentou sobre a sua atuação no caso de repercussão nacional do cão Lobo. Em meados de novembro de 2011, o caso de um cachorro Rottweiller que foi arrastado por quilômetros pelo carro de seu tutor gerou a comoção de internautas, inclusive atores de TV.

Ela contou que o cachorro, após receber cuidados do Centro de Zoonoses de Piracicaba, foi encaminhado para os cuidados da ONG Vira Lata Vira Vida e levado a uma clínica para tratamento. Na ocasião, observou Miriam, a comunicação e a transparência geraram grande disseminação do caso, a abertura de um processo e a criação da petição para a Lei Lobo, que buscava atuar contra casos de maus tratos aos animais.

“O conteúdo da lei era muito interessante porque valorizava o protetor independente. Ele passaria a ser uma pessoa reconhecida e receberia ajuda do Estado”, disse Miriam.

Para a discussão da petição da Lei Lobo, a ativista esteve em Brasília (DF) com outros apoiadores da causa e levou a proposta para deputados, senadores e o Ministério da Justiça. O conteúdo da lei foi rejeitado devido à iniciativa de um deputado de alteração do Código Penal, o que inviabilizaria a aprovação da proposta.

ADOÇÕES DURANTE A PANDEMIA - Miriam também comentou na live sobre o aumento de adoções no período da pandemia do novo coronavírus, situação que, citou, foi motivo de esvaziamento de abrigos inteiros de animais nos Estados Unidos.

Ela alertou sobre a importância da adoção consciente, visto que a pandemia gerou uma situação de instabilidade econômica para grande parte das pessoas e a situação financeira deve ser observada no momento da adoção.

Miriam também criticou a falta de discussão em relação à situação dos animais no período da pandemia e após o fim do isolamento. “O animal está sendo adotado, amparado, mas não há um planejamento para ele se enfrentarmos uma crise mais profunda.” A ativista defendeu a adoção de medidas de prevenção ao abandono de animais.

ACESSE O CONTEÚDO! - As lives do programa Parlamento Aberto são transmitidas no perfil do Instagram @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser acessadas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba.

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Texto:  Larissa Souza
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Ricardo Vasques - MTB 49.918

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