EM PIRACICABA (SP) 31 DE MAIO DE 2019

Coronel Adriana cobra Executivo sobre manutenção das estradas rurais

Requerimento foi discutido por 54 minutos na 32ª reunião ordinária




Toque na imagem para aumentar

Vereadora cita contrato assinado pela empresa M&G Mineração de Calcário com a Sema

Crédito: Fabrice Desmonts - MTB 22.946




De autoria da vereadora Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, a Coronel Adriana (CID), o requerimento 430/2019 foi aprovado na noite desta quinta-feira (30), na 32ª reunião ordinária. Por meio da propositura, a parlamentar solicita informações do Executivo sobre a manutenção das estradas rurais do município. O assunto foi discutido durante 54 minutos, também por outros parlamentares.

No texto do requerimento, a parlamentar cita o recente contrato assinado pela empresa M&G Mineração de Calcário LTDA, com a Sema (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento) para o fornecimento de lajão bruto. O material adquirido, segundo ela, será utilizado pela Sema para a manutenção de estradas rurais neste município.

“Em algumas estradas, os serviços já foram executados e, conforme reclamações recebidas por este gabinete, o material que foi utilizado para cascalhamento está danificando os veículos, pois foi apenas espalhado pela estrada, sem que houvesse a necessária compactação”, disse a parlamentar.

Ela indaga qual o cronograma de cascalhamento de estradas rurais para este ano e até a presente data quais estradas rurais deste cronograma já foram contempladas com a manutenção.

Coronel Adriana também quer saber quem é o responsável pela execução dos serviços de manutenção e fiscalização das estradas rurais e o porque o material usado para o cascalhamento não está sendo compactado.

Durante a 32ª reunião ordinária, desta quinta-feira (30), a vereadora justificou o requerimento. "Começaram a aplicar esse lajão bruto em algumas estradas rurais para tentar minimizar principalmente problemas com chuva e para que caminhões pudessem trafegar com maior facilidade. Aí eles jogam o lajão bruto, mas não fazem a compactação e em pouquissímo tempo está tudo esparramado, o meio continua barrento e não resolve o problema. O dinheiro público é jogado fora. É muito louvável essa preocupação de diminuir os custos, mas chega na hora de aplicar faz de qualquer jeito e ao invés de solucionar o problema, acaba gerando reclamação da população”, disse.

O vereador Laércio Trevisan Jr. (PL) reforçou a importância do requerimento. “Desde o ano passado estamos solicitando dos secretários, através de ofícios e indicações. Outros vereadores também já solicitaram, alguns já foram atendidos até com raspas de asfalto. Esse fica bom, aí leva a raspa de alfalto até a porta do loteamento irregular, mas leva”, disse.

Em aparte, o vereador Wagner de Oliveira, o Wagnão (PHS), relatou que em Arraial do Salão Bento, em Saltinho, todas as estradas são cascalhadas e compactadas. “Parece um asfalto. Então não se precisa ir longe para aprender a fazer”, disse.

O terceiro orador a discutir o requerimento foi o vereador Osvaldo Schiavolin, o Tozão (PSDB), que teceu elogios à Sema (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento). Tozão citou que a Câmara tem 4% do orçamento do município, enquanto o Sema tem 0,3%. “Não tem como fazer milagre. Só se trabalha quando se tem condições financeiras, equipamentos e pessoal”, reforçou.

Trevisan questionou os números e disse que o orçamento do Sema era de R$ 8 millhões, enquanto hoje são R$ 11 milhões. Para ele, um dos problemas está no poder do prefeito em contingenciar 10% dos recursos das secretarias.

O vereador Rerlison Rezende (PSDB) esclareceu alguns pontos relacionados ao papel da Câmara. “Na gestão do vereador Matheus Erler (PTB), nós reunimos e economizamos uma grande quantidade do nosso orçamento e fizemos cortes significativos. Os vereadores concordaram que esses cortes seriam encaminhados para a Saúde. Temos que honrar o que falamos”, disse.

Wagnão ressaltou que a prefeitura não pode fazer reparo em propriedade privada. "Quando foi falado que essa Casa aprovou a lei, estava falando dos 23 vereadores, e que fique bem claro que não é que a Casa que aprovou uma lei que não pode fazer isso,  e sim que isso é constitucional, o Ministério Público não permite. O que a Sema tem que arrumar são as estradas vicinais", reforçou.

O vereador Paulo Campos (PSD) também subiu à tribuna para falar sobre o requerimento. “Essa discussão vem desde 2013 e 2014, e daí se criou um TAC (termo de ajuste de conduta). Foi aprovada nesta Casa de Leis, no último dia 23, audiência que convoca o secretário Waldemar Gimenez a dar explicações de não atender o Cristal Suiço, Alto Suíço, Tupi, Santa Isabel”, disse.

“Eu vivo na zona rural, em vim da zona rural. Realmente não existe uma lei que impede a entrada em áreas públicas que não sejam regularizadas. Outra questão que está no requerimento é sobre a soltura de lajão bruto, mas isso não tem como, tem que ser compactado. A Sema tem dois rolos compactadores”, disse o vereador Gilmar Rotta (MDB).

O parlamentar também reforçou que durante a audiência é interessante perguntar quais áreas são atendidas pelas secretarias de Obras e Agricultura e Abastecimento, para que se entenda e cobre a responsabilidade correta. O vereador Lair Braga (SD) concordou com a fala do presidente Gilmar Rotta.

O último a ocupar a tribuna foi o vereador José Longatto (PSDB). A Secretaria de Obras, de acordo com o parlamentar, não comprava cascalho, porque existiam várias jazidas. “Nessa época houve vários vereadores dessa Casa que começou a perseguir o secretário Waldermar Gimenez, inclusive com boletim de ocorrência. O cascalho que era de graça, não pode mais. Depois, houve o TAC, proveniente de uma denúncia de um vereador, porque estava se usando cascalho indevidamente para a Usina Costa Pinto, o que, na verdade, ela ajudava com máquinas e caminhões e doando o cascalho”, disse.

O parlamentar relatou que hoje o cascalho custa R$ 1 milhão por ano. “Para um orçamento que temos hoje, como é que fica essa situação? Se os municípios não andarem com emendas parlamentares, não tem dinheiro para nada. A questão dos loteamentos clandestinos das áreas rurais não é a prefeitura que não quer colocar, e sim uma imposição da Promotoria Pública, como está agora na revisão do Plano Diretor, em que foi pedido que todos os loteamentos estejam cadastrados e catalogados e façam parte desse plano. É fácil atirar pedra e falar, mas é difícil falar a verdade", disse Longatto.

Legislativo José Longatto Laércio Trevisan Jr Gilmar Rotta Paulo Campos Rerlison Rezende Adriana Nunes Lair Braga Osvaldo Schiavolin Wagner Oliveira

Texto:  Ana Caroline Lopes
Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues - MTB 23.343
Revisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583

Notícias relacionadas