Ganhador de 14 títulos, Edmur Mesquita vê no tênis de mesa uma forma de enfrentamento ao Parkinson. “É uma lição de vida para as pessoas com Parkinson. O esporte mostra que nós temos que criar forças, ter esperança, fé, coragem, determinação e entusiasmo pela vida”, disse.

O mesatenista participou da live desta terça-feira (6) do programa Parlamento Aberto. Ele relatou sua trajetória no esporte e falou sobre a importância da criação de políticas públicas para pessoas com Parkinson.

O diagnóstico de Parkinson foi recebido com surpresa por Edmur. Antes de emergir no esporte, ele trilhou um caminho de aproximadamente 40 anos na vida pública, ocupando os cargos de deputado estadual, vereador e secretário de Cultura, entre outros. Em uma viagem com sua esposa, foi surpreendido pelos primeiros sintomas do Parkinson e decidiu passar por uma avaliação.

“Eu saí da consulta de um médico da cidade de São Paulo e retornei para Santos, onde eu moro, me tranquei no quarto e entrei em um processo de reflexão e imersão pessoal muito profundo. À noite, eu saí do quarto e disse para a família: ‘Eu já enfrentei muitos desafios, não será este que vai me derrubar’”, comentou.

A relação com o tênis de mesa surgiu após Edmur assistir a um jogo do mesatenista Hugo Calderano, o sexto melhor jogador do mundo. Além de se impressionar com os movimentos do mesatenista, ele reavivou lembranças de sua adolescência, quando praticava tênis de campo.

Interessado em se aperfeiçoar no esporte, Edmur se inscreveu nas aulas de tênis de mesa do Clube Saldanha da Gama e começou a praticar. Na modalidade, com o auxílio do treinador Emerson Maeda, conquistou títulos estaduais e um internacional, em uma competição realizada em Nova York, nos Estados Unidos.

“Para uma doença neurológica, qualquer atividade esportiva que você faz é importante. Você exercita o cérebro e é fundamental que o cérebro permaneça em constante atividade”, disse.

Edmur também se aproximou de entidades que atuam em prol do acolhimento de pessoas com Parkinson. Hoje, trabalha em um projeto de mapeamento de instituições relacionadas ao Parkinson e é membro de grupos articulados para a elaboração de propostas de ações e políticas públicas.

Na live, ele destacou a importância de garantir a disseminação de informações sobre a doença para os parkinsonianos, principalmente os que vivem em áreas periféricas. Edmur também defendeu a elaboração, pelo governo federal, de diretrizes para o atendimento de pessoas com Parkinson no sistema público de saúde.

“É importante que sejam definidas atribuições para cada esfera: federal, estadual e municipal. Dessa forma, as pessoas com Parkinson, principalmente as que têm dificuldades financeiras, conseguirão acessar as unidades do sistema público de saúde com mais facilidade”, disse Edmur.

ACESSE O CONTEÚDO - As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

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