O vereador Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira, reuniu-se com podólogas, na tarde desta quarta-feira (3), na sala B do prédio anexo da Câmara, para discutir sobre a lei estadual 16.763/2018, que trata do exercício da profissão no Estado de São Paulo.

As podólogas Elizangela Cristina Coutinho dos Santos, Lilian Cristina Ribeiro Raimundo, Leida Maria Lopes dos Santos e Cristiane Vasconcellos Leal de Souza participaram da reunião em busca de esclarecimentos sobre a possibilidade de implementação dos serviços de podologia nas UBSs (unidades básicas de saúde) do município, uma vez que é prevista na lei a possibilidade de inserção dessas profissionais.

O artigo 7º cita que "o exercício da podologia será realizado em clínicas de estética, estabelecimentos que ofereçam serviços e produtos de podologia, associações, hospitais, unidades básicas de saúde, domicílios ou na atuação como profissional autônomo".

As profissionais explicaram que a podologia trata da saúde fisiológica e biomecânica e ajuda na prevenção de amputação decorrente de doenças como a diabetes. "No Brasil, a cada 8 a 10 minutos uma pessoa sofre amputação por falta de conhecimento ou acompanhamento por um podólogo", disse Elizangela, baseada em estatísticas e fontes publicadas em plataformas da área da saúde.

As profissionais ressaltaram que a pessoa pré-diabética também corre riscos, já que pode passar para a fase da diabetes. "O podólogo consegue identificar o início da perda da sensibilidade que o paciente está. É importante avaliar e acompanhar", salientou Cristiane. O grupo destacou que a inserção de serviços de podologia nas UBSs gerará a diminuição de custos ao município, a partir da adesão ao trabalho de saúde preventiva, e a redução de riscos à saúde do paciente.

Nos casos de pacientes atendidos, a avaliação é realizada através de uma ampla anamnese, ou seja, um diálogo estabelecido entre o profissional e o paciente para identificar sintomas, obter o histórico de doenças e ouvir suas principais queixas. O toque e a identificação visual também são pontos fundamentais. "Se for detectado algum tipo de patologia, fazemos encaminhamento a médicos e profissionais para acompanhar o caso", disse Elizangela.

Entre as doenças comumente encontradas nos atendimentos, as podólogas citam diabetes, HPV, micose, neuropatia, hanseníase, disidrose, defeitos nas falanges e sobreposições de dedos, entre outras.

A podologia, salientaram as profissionais, atua de forma preventiva, quando há análise e implementação de medidas de prevenção das alterações do pé, e também na observação do "pé de risco" (como pé diabético e circulação vascular). Quanto ao tratamento, podem ser usados laser, aparelhos de alta frequência, óleos essenciais e orientações para continuar em casa.

Lilian disse que médicos e profissionais de saúde têm visto a importância da podologia na área e que a carreira está alcançando maior reconhecimento. "Estão enxergando nossa profissão com mais valor. Há competências que somente um podólogo consegue avaliar", acrescentou.

Cássio Fala Pira comentou também a existência do projeto de lei 618/2022, em âmbito federal, para regulamentar no país a atuação dos podólogos. O parlamentar prontificou-se a encaminhar requerimento ao Executivo municipal para sanar as dúvidas apresentadas pelas profissionais na reunião e obter um posicionamento oficial sobre a possibilidade de inclusão dos serviços de podologia nas UBSs.

O vereador questionará se o município recebe repasse de verba estadual desde 2018, quando a lei estadual entrou em vigor, para que efetivamente consiga incluir os serviços de podologia nas UBSs e se tais procedimentos já estão sendo oferecidos. O parlamentar disse que a podologia é "essencial" e sua incorporação às UBSs "vai contribuir muito na prevenção de doenças e amputações".